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No âmbito da pandemia ouvimos os Serviços Municipalizados de Águas e Saneamento (SMAS) de Vila Franca de Xira e a concessionária privada Água de Azambuja sobre as principais alterações no perfil de consumo e de que maneira estão a ser acautelada as principais premissas da lei 7/2020 que proíbe os cortes de água por incumprimento no pagamento das faturas durante os últimos meses. Segundo António Oliveira dos SMAS de Vila Franca, durante o período de emergência não foi necessário aumentar as capacidades de reserva de água, embora o consumo tenha aumentado.
Já no caso da Águas de Azambuja (ADAZ), Grupo Aquapor, Tiago Carvalho, administrador, refere que foram previstas diversas medidas preventivas e operacionais através de um plano de contingência. “Poderemos por isso afirmar que antecipámos as fases mais complexas, criando mecanismos redundantes entre empresas e com os nossos principais parceiros e prestadores de serviços para que os meios e os equipamentos necessários à nossa operação diária não tivessem falhas”. O responsável da ADAZ explica, neste contexto, “a articulação essencial com o município, com as entidades em alta (EPAL/Águas do Vale do Tejo e Águas do Tejo-Atlântico) e com as equipas de reparação de avarias e manutenção da rede de drenagem”. Por outro lado, e no relacionamento com o cliente, e tendo a loja de atendimento fechada ou com acesso limitado, “reforçámos os canais de comunicação não presenciais, articulando em tempo recorde meios de pagamento alternativos aos canais de pagamento habituais.” Diz ainda a concessionária que “o Grupo Aquapor tomou desde a primeira hora a iniciativa de não cortar a água por falta de pagamento, muito tempo antes da legislação que saiu nesse sentido”. Durante as primeiras semanas da pandemia e do período de emergência, os SMAS de Vila Franca estimam que dos cerca de 74 mil clientes (ou seja apenas uma pessoa por cada domicílio), houve 200 mil pessoas em casa a consumir, mas não consegue por enquanto referir qual o volume total de água que ficou ao dispor da população durante o mês de abril em plena pandemia. Quanto aos incumprimentos no pagamento de faturas não foram ainda apurados. Os SMAS aguardavam à data do nosso contacto pelo final do mês de agosto para fazer essa conta, sendo que “a entidade tem uma política de ajuda, quando verificado o incumprimento, através de facilidades de pagamento de faturação (devidamente comprovados esses problemas) tanto a nível doméstico como no tecido empresarial.” Já em Azambuja “podemos afirmar que o comportamento dos azambujenses relativamente ao pagamento das faturas não se alterou significativamente. Existiu efetivamente uma ligeira degradação do prazo médio de pagamentos mas que esperamos recuperar com o retomar do processo completo de cobrança”, refere Tiago Carvalho contudo não são adiantados números à nossa pergunta à semelhança dos SMAS. A concessionária de Azambuja diz que apesar da comunicação das situações de atraso no pagamento das faturas durante o período de confinamento, a empresa antes de retomar a interrupção do fornecimento por falta de pagamento (os designados cortes) no final de junho “enviou a todos os clientes com faturas em atraso, novo aviso para pagamento, alertando para as prorrogativas decretadas pelo Governo nas situações de desemprego, perda de rendimento ou contágio por Covid-19.” Para além desta comunicação e do arranque dos cortes de água, “existe um procedimento instituído de comunicação personalizada para pagamento das faturas em atraso que nunca foi interrompido”, diz. Quanto à totalidade dos consumidores que pediu para não sofrer penalizações ao abrigo da lei 7/2020 por: situações de desemprego ou de perda de rendimentos ou por infeção por Covid-19, os SMAS dizem que estão ainda estão a receber pedidos que não estão totalmente contabilizados. Posteriormente e face aos juros depois de a medida deixar de ter efeito cada caso será avaliado de forma a que se possa ou não implementar um plano de pagamentos. No que se refere à componente do saneamento e a Covid-19, diz a concessionária de Azambuja que pode o consumidor ficar descansado quanto à eficácia da remoção de vestígios de vírus nas várias etapas de tratamento dos efluentes no sistema. “Essa é uma questão que dominou a comunidade científica do setor e onde a Águas do Tejo Atlântico, entidade responsável pelo tratamento dos efluentes no concelho de Azambuja, se posicionou desde logo na primeira linha, tendo existido inclusive vários artigos na comunicação social sobre o assunto e sobre o pioneirismo desta entidade na monitorização do esgoto nas suas fábricas de água.” |
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