Acelerado estado de degradação da Casa João Moreira
Para já apenas o telhado vai sofrer obras no valor de 40 mil euros
Sílvia Agostinho
22-03-2016 às 16:48 A Casa João Moreira, em Vila Nova de São Pedro, Azambuja, continua a degradar-se a olhos vistos. O interior apresenta-se decrépito, e o projeto para a sua recuperação conforme é intenção da autarquia teima em permanecer na gaveta. Luís de Sousa, ao Valor Local, refere que a Câmara vai intervir para já a nível da recuperação do telhado, orçada em 40 mil euros.
Quanto à restante qualificação para além do telhado, o presidente da Câmara não consegue para já adiantar uma data no calendário, “pois trata-se de uma recuperação avultada”. “O anterior presidente da Câmara já tinha feito uma candidatura, que morreu, face aos custos”. Contudo, a Câmara refere que mantem a palavra com o filho de João Moreira no sentido de que a recuperação da casa poderá ser possível. “Na distribuição de saldos em abril, vamos afetar uma verba para a recuperação do telhado”. O Padre João Moreira que faleceu em 1963, permanece na memória de muitos habitantes como um cidadão benemérito da aldeia de Vila Nova de São Pedro. A casa onde residiu e que possui o seu busto à entrada aguarda por uma intervenção. O objetivo é tornar também o seu espólio visitável. O padre teve um filho, João Moreira, hoje com 90 anos, que se tem destacado nas áreas da etnografia e do folclore.
Recuperação do Castro Ainda em Vila Nova de São Pedro, continua sem fim à vista para já a possibilidade de fazer uma revitalização do importante património arqueológico do Castro. Luís de Sousa confessa que já se reuniu com um dos proprietários, sendo que sentiu uma nova abertura. Recorde-se que este longo processo já dura há mais de uma década, e os proprietários do terreno sempre se mostraram pouco sensíveis quanto à alienação do espaço onde se encontra o Castro, atualmente, invadido por vegetação, e quase impercetível para quem por ali passa no lugar de Torre de Penalva. “Falei com o proprietário que ficou maravilhado com o projeto que contempla a limpeza, a sinalética, e protocolo com associação dos arqueólogos”. No passado, “sei que não se conseguiu chegar a acordo para venda dos terrenos, mas agora há disponibilidade”, salienta o autarca. Quanto ao valor que a Câmara terá de pagar aos proprietários, Luís de Sousa considera que “ainda não se falou no assunto”. Contudo, o município no passado mostrou abertura para dar esse passo, e face à possibilidade de a recuperação do Castro poder ficar comprometida devido à dificuldade dos proprietários em decidir, “porque não queriam vender apenas uma parte” chegou-se a falar em recorrer às vias judiciais. De lá para cá, o assunto tem ficado esquecido, apenas dado a conhecer pela comunidade científica que se mostra muito preocupada face ao estado de coisas, como aconteceu em entrevista ao Valor Local, na edição de janeiro, através de uma entrevista à antropóloga Maria Ribeiro que destacou a urgência na sua recuperação. O Castro de Vila Nova de São Pedro constitui-se como uma das principais descobertas arqueológicas do género tendo em conta que os vestígios da sua edificação referem-se a 2600 anos A.C até 1300 A.C
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