Arruda enfrenta o desafio da adaptação às alterações climáticas
Segundo André Rijo, presidente da Câmara, o Governo poderá apoiar com mais financiamento, descentralização de competências e enquadramento regulatório
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| 01 Dez 2020 15:17
Sílvia Carvalho d'Almeida Foi sob o tema da adaptação às alterações climáticas que a Câmara Municipal de Arruda dos Vinhos, em parceria com a NOVA Information Management School da Universidade Nova de Lisboa (UNL), realizou, no passado mês de novembro, a “Convenção Arruda 2030”. Reduzir as emissões de CO2, combater o fenómeno das cheias e consequente aumento da subida do nível do mar, e apostar fortemente na educação ambiental dos mais novos foram alguns dos conceitos deixados pelos presentes. A Câmara Municipal criou recentemente com o apoio da Universidade Nova, o seu Plano Municipal de Adaptação às Alterações Climáticas, que pretende atuar nas várias vertentes deste desafio.
Durante a convenção foram vários os especialistas que apresentaram as suas ideias e soluções para a problemática. Abordaram-se temas tais como o o papel dos municípios no trabalho de adaptação às alterações climáticas, especificamente no caso de Arruda dos Vinhos, como gerir os recursos hídricos face à sua escassez presente, mas iminentemente futura, a educação ambiental e de como esta pode fomentar boas práticas ambientais nas gerações futuras, mas também o papel da economia circular e da agricultura, e de como se pode minimizar os seus impactos para o meio ambiente. João Pedro Gouveia, investigador do CENSE da Faculdade de Ciências e Tecnologias (FCT) e responsável pela componente de energia e sector energético do Plano Intermunicipal para as Alterações Climatéricas (PIAAC) para a zona Oeste, lembrou as palavras de Barack Obama: Restam-nos “três soluções” quando se trata de lidar com alterações climatéricas: “a mitigação, a adaptação ou o sofrimento”. Num aspeto prático alertou para a necessidade de redução das emissões de CO2, melhoria da eficiência energética mas também o controlo das cheias. Outro dos problemas ambientais de grande importância para as gerações presentes e futuras é a iminente escassez de recursos hídricos. Para Pedro Coelho, professor da Universidade Nova, a reflorestação e a proteção da floresta é de grande importância tanto no combate às alterações climáticas como à manutenção dos recursos hídricos, já que zona reflorestada, ou “seja próxima do que poderiam ser as suas condições iniciais” consegue ser “uma fonte de sequestro de carbono”, e “torna o solo mais arejado, o que vai determinar uma redução do escoamento de superfície, havendo uma maior infiltração e portanto uma maior possibilidade de recarga de aquíferos.” Para João Pedro Gouveia, a mudança de hábitos de consumo, nomeadamente alimentares, e o combate ao desperdício nesta área, são a “solução número um” para a redução de emissões de CO2. Quanto ao que o Governo pode fazer para apoiar os municípios no processo de mitigação e adaptação, André Rijo, presidente da Câmara, aponta que pode passar por mais financiamento, descentralização de competências e enquadramento regulatório. Outro desafio lançado por este debate passa por educar as novas gerações para as exigências que se apresentam em matéria de alterações climáticas como adotar estilos de vida mais saudáveis, apreciar o meio ambiente, e reduzir a pegada de carbono. Isso mesmo foi dado a conhecer por um grupo de oradoras sobre o que se passa nas suas escolas onde aqueles conceitos são postos em prática pelos alunos. |
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