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Artecedário: Adão Conde, ilustrador da Póvoa é sensação no youtubeAtravés de vídeos ensina os mais pequenos a desenhar. Tudo começou no início do estado de emergência devido à pandemia
Sílvia Agostinho
09-05-2020 às 11:16 |
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Neste tempo de pandemia, há quem tenha descoberto talentos ocultos. É o caso do arquiteto e ilustrador Adão Conde, da Póvoa de Santa Iria, que criou a rubrica Artecedário, em que através de vídeos no Youtube e Facebook ensina os mais pequenos a desenhar. “Sempre me questionei por que razão as pessoas deixam de desenhar com o passar dos anos. Não sei se é porque julgam que não conseguem fazer um desenho bonito.
Desconfiam das suas próprias capacidades, mas escrever também é desenhar. As letras também são desenhos”. A rubrica começou a convite do ATL da filha, cuja professora lhe pediu para desenhar “ao mesmo tempo que ela contava umas histórias nas redes sociais”. A história ficou mais séria quando uma criança dessa associação de ocupação de tempos livres “ficou muito desolada porque não conseguia desenhar”. Então investiu a sério nos vídeos explicativos e foi chamando cada vez mais crianças para este tipo de complemento audiovisual destinado a ensinar a desenhar à distância. “Comecei a receber desenhos de imensos miúdos. Fiquei super contente. Não estava minimamente à espera”, descreve. Com o artecedário procuro “dessacralizar” o ato de desenhar, ou seja torná-lo mais simples e fácil de compreender. Em pouco tempo, aliás durante esta quarentena, conseguiu obter milhares de visualizações dos seus vídeos. “A partir dessa altura, tentei estruturar todo este trabalho, dei-lhe o nome de artecedário, e estou a tentar encontrar várias categorias de conteúdos consoante as idades das crianças, e quem sabe chegar até aos adultos”, diz. “Estou a tentar profissionalizar isto um pouco mais”, confessa. Adão Conde acredita que desenhar ajuda a pensar, e pode trazer vários benefícios para os mais e menos jovens. A responsabilidade cresceu, entretanto, com esta aventura – “Uma coisa é estar a fazer isto para o ATL da minha filha, outra é ter pais e educadores de vários pontos do país a pedirem-me desenhos, e a puxarem por mim”. PUB
Ao mesmo tempo e em época de quarentena, e com dois filhos, a família de Adão Conde tem tentado adaptar-se da melhor forma. Com um filho de dez e uma filha de três anos de idade, o arquiteto diz que estes dias têm sido um desafio. A mulher está em teletrabalho, e revezam-se num atelier particular perto de casa apenas frequentado por este casal. “Caso contrário nem sei como seria possível trabalhar em casa com duas crianças tão novas”.
Quanto à nova realidade do ensino à distância, considera que no caso do filho de dez anos, “tem sido fácil porque a professora não se limitou à telescola e está todas as manhãs na plataforma zoom a dar aulas”. “A turma do meu filho tem-se organizado bem. Conseguimos arranjar um computador para um miúdo que não tinha, bem como acesso à internet”. Já no caso da filha, “estou preocupado porque noto alguma desabituação ou até regressão dos seus hábitos. Estava mais independente quando estava no ATL. Já não quer comer sozinha ou dormir a sesta”. As rotinas mudaram “e o impacto é brutal”, descreve. |
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