Ateneu Artístico Vilafranquense tenta renascer das cinzas
As dificuldades da coletividade têm sido mais do que muitas nos últimos anos
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| 24 Dez 2020 09:54
Miguel António Rodrigues Sílvia Carvalho d'Almeida O Ateneu Artístico Vilafranquense tem sofrido, nos últimos anos, alterações profundas na sua organização e gestão. José Luís Ferreira, presidente da direção, e da vogal Cristina Mateus, revelaram à Rádio Valor Local que há três anos a coletividade encontrava-se num vazio diretivo. A direção que cumpria funções terminou o seu mandato mas não se encontrava disponível para o renovar. Era necessário encontrar quem estivesse disposto a assumir a responsabilidade de formar uma nova direção. Antes de tomar posse, José Luís e a sua equipa estiveram durante um ano numa situação de gestão provisória. Segundo conta, “o Ateneu estava numa situação muito complicada, na iminência de fechar portas”, face ao acumular de dívidas bastante elevadas. Um dos problemas identificados prendia-se com o auditório, que tal como o director explica, “era um sorvedouro de recursos”. Foi necessário renovar processos de gestão, que permitiram encontrar “formas de o rentabilizar, a par com novas formas de financiamento que tiveram que ser encontradas”. Para José Luís, “foi um trabalho difícil, mas gostoso”, confessa. Cristina Mateus conta-nos a sua versão dos factos e do que encontrou - “A estrutura do auditório estava terminada mas faltava-lhe uma licença de utilização, e uma série de pressupostos obrigatórios como iluminação e equipamento de luz e som, até porque estamos a falar de uma sala de 600 lugares, que é um dos melhores auditórios físicos do país, mas era impossível rentabilizar aquele espaço”, tendo em conta “a necessidade de ser autossustentável e ao mesmo tempo fonte de receita para financiar as atividades do Ateneu”. “Profissionalizaram-se equipas técnicas de som e de luz, pelo que toda a produção dos espetáculos é feita pelo Ateneu” que ficou, no final da intervenção, capacitado para receber qualquer tipo de espetáculo. No final de janeiro deste ano, contava já com 54 reservas externas e 31 eventos próprios agendados. A Câmara Municipal de Vila Franca de Xira tem sido um “aliado fundamental”, tendo apoiado o esforço de requalificação do edifício, refere a direção. Mas o apoio e a empatia dos cidadãos tem sido igualmente fundamental, prova disso foi a eleição do projeto do Ateneu para receber 65 mil euros de apoio no âmbito do Orçamento Participativo da Câmara Municipal de Vila Franca de Xira. A banda é o cartão de visita do Ateneu, porém existem muitas outras atividades nas quais a direção convida os interessados a participar, tais como dança, pintura, artes marciais e esgrima. Os associados pagam uma quotização mensal de dois euros. A escolha das atividades, segundo José Luís, é feita não com uma lógica de competição com outras entidades, mas numa procura de servir a população, e as suas necessidades. “Procurámos sobretudo ter disponível o que não há no concelho”. |
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