(Atualização) Aterro da Queijeira: O mistério do suposto envelope vazio
Presidente da Câmara dá a conhecer que foi visitar um aterro semelhante ao que vai nascer em Azambuja e não detetou cheiros; nega ainda que Queijeira possa vir a ser o novo Mato da Cruz
Sílvia Agostinho
23-11-2015 às 21:26 A documentação respeitante à revogação da declaração de interesse municipal relativa à construção de um aterro na Quinta da Queijeira e o seu envio ou não para os organismos governamentais que tutelam estas questões, nomeadamente, a Agência Portuguesa do Ambiente e a Comissão de Coordenação da Região de Lisboa e Vale do Tejo (CCDR) voltou a marcar a última reunião do executivo de Azambuja
Recorde-se que a três de janeiro de 2014, a Assembleia Municipal aprovou a revogação, o que na prática dava trunfos junto das instâncias superiores para fazer parar as intenções de construção de um aterro de resíduos não perigosos às portas da sede de concelho. Luís de Sousa sustenta que toda a informação foi enviada em conformidade e com todos os registos a nível dos CTT para a CCDR no dia 14 de janeiro de 2014. Em assembleia municipal, realizada no mês de setembro deste ano, o presidente daquele órgão, António José de Matos face a uma questão do deputado Manuel Couceiro, também confirmou esse envio. Contudo, a Coligação Pelo Futuro da Nossa Terra, refere que nos contactos que manteve com a CCDR foi adiantado que não havia registos de receção de correspondência referente ao assunto proveniente do município de Azambuja, e como tal "é de se equacionar se se coloca este tema na alçada da Polícia Judiciária, sendo que se o fizermos informaremos a Câmara de imediato", referiu Jorge Lopes, vereador da coligação. O presidente da autarquia refere que já entrou com contacto com o responsável do organismo governamental, e em declarações ao Valor Local, sustenta que aguarda por uma informação escrita do mesmo a referir que a informação se encontra do lado de lá, tal e qual como defendem os autarcas da maioria socialista de Azambuja. "O senhor presidente da CCDR informou-nos, de uma forma muito indignada, que se tivesse chegado lá, porventura, um envelope da Câmara sem nada lá dentro (como tem sido aventado) teriam de imediato contactado o município". Luís de Sousa informa que a documentação não seguiu para a APA, porque esta entidade aconselhou apenas o envio para a Comissão de Coordenação Regional de Lisboa e Vale do Tejo. "O responsável da CCDR disse ter completa confiança nos seus funcionários e que a correspondência é devidamente tratada e encaminhada para os diferentes setores". Ainda em declarações ao nosso jornal, Luís de Sousa reiterou o que lhe tem sido dito nos bastidores das instâncias governamentais - "A revogação da declaração já não ia a tempo de travar o processo". A informação descrita acima que já tinha sido publicada pelo nosso jornal, foi alvo de escrutínio na última reunião de Câmara. O vereador Jorge Lopes, da Coligação pelo Futuro da Nossa Terra, não contente com as afirmações que o presidente da Câmara deu ao Valor Local interrogou Luís de Sousa da veracidade das declarações, questionando mesmo o rigor da notícia. Luís de Sousa mostrou-se incomodado com a afirmação do vereador, no entanto, admitiu a veracidade das mesmas. As declarações do presidente da Câmara foram obtidas numa entrevista estando por isso gravadas com duplo consentimento. Presidente da Câmara nega boato de que Queijeira vai ser o novo Mato da Cruz A nossa redação ficou a saber que circula a aparente informação de que com o fecho do aterro sanitário de Mato da Cruz, no concelho de Vila Franca de Xira, que comporta um risco ambiental superior, Azambuja e o novo aterro poderão ficar a servir aquele fim. Esta possibilidade é negada por Luís de Sousa, que conta que recentemente esteve no aterro da Resilei, em Leiria, que funciona nos mesmos moldes do que aquele que é proposto para a Quinta da Queijeira. O presidente da Câmara constatou in loco o bom funcionamento da estrutura, “com árvores plantadas junto ao aterro”, à semelhança do que o consórcio Suma pretende fazer no concelho de Azambuja. O Valor Local contactou a associação ambientalista Oikos Leiria, que nos assegurou não existirem cheiros provenientes do aterro da Resilei, “no entanto, como tem como vizinho o aterro sanitário da Valorlis, é normal a existência de maus cheiros naquela área, mas posso assegurar que o que se assemelha ao que Azambuja vai ter não constitui foco de preocupação até à data”, refere Mário Oliveira da Oikos. “Nunca nos chegaram queixas”.
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