Aura Power garante que vai honrar compromisso com Câmara de Azambuja e fixar sede no concelho
Simon Coulson é o CEO da empresa de painéis solares para a Torre Bela. Agradece o apoio de Luís de Sousa e compromete-se a respeitar os aspetos ambientais relacionados com o projeto
|01 Março 2021 09:18
Sílvia Agostinho Termina hoje o processo de avaliação do estudo de impacte ambiental para a central solar a instalar na Torre Bela. O Valor Local voltou a falar com Simon Coulson, CEO da Aura Power, sobre as intenções da empresa que promete fixar a sua sede no concelho e minimizar os impactes ambientais. Para já fica a promessa. O processo ainda vai passar pelo crivo da assembleia municipal e muita água promete passar por debaixo da ponte.
Valor Local – Neste momento, e depois da polémica montaria, quais são as expetativas da Aura Power, retomado o processo de consulta pública para o projeto de energia solar na Torre Bela? Neste momento recomeçou o processo de avaliação de impacte ambiental (esta entrevista foi realizada há cerca de três semanas) e mantemos a nossa confiança em relação à qualidade dos projetos. As centrais solares em questão são de extrema importância na trajetória delineada por Portugal no âmbito do compromisso assumido no Acordo de Paris (2015), em conjunto com o desafio de garantir o balanço neutro de emissões de gases de efeito de estufa em 2050 – conforme está explanado no Roteiro para a Neutralidade Carbónica 2050 (RNC) e no Plano Nacional de Energia e Clima (PNEC), apresentado em 2019, onde são definidos os objetivos para a geração de energia renovável até 2030. Recentemente, a vossa empresa, em conjunto com os proprietários da Torre Bela, remeteu no processo dirigido à APA que os painéis solares a instalar não pretendem chocar com os restantes animais – veados, gamos e javalis (cerca de 100) que permanecem na quinta. Está em condições de facto de garantir isso? A área de implantação dos projetos solares a serem construídos será separada da restante área da reserva de caça através de uma vedação perimetral. São duas atividades independentes, deste modo os painéis solares não são um problema para os animais. Que aspetos do projeto estão a merecer a vossa atenção de forma a não colidirem com o meio ambiente? O desenvolvimento de projetos solares é parte integrante da transição energética para um planeta mais limpo. Assim, a abordagem dos promotores, é a realização sistemática de estudos de impacte ambiental para todos os projetos (como é o caso destes). Os promotores optam por tecnologias inovadoras que respeitam o meio ambiente, limitando o potencial impacte das mesmas, assim como a implementação de uma política de proteção da biodiversidade existente nos vários locais onde são instalados os painéis solares. No que diz respeito às preocupações ambientais dos projetos, desde o início que o desenho das centrais excluiu como áreas de instalação painéis e outros equipamentos as zonas da Reserva Agrícola Nacional e os montados existentes, em particular o corredor ecológico da Ribeira da Maçussa. A conservação da biodiversidade é uma preocupação constante nos nossos projetos estando previstas medidas de majoração da mesma através da eco pastorícia e apicultura. Por fim, no âmbito do compromisso com as gerações mais jovens é nosso objetivo a integração de iniciativas do programa Eco- Escolas com os estabelecimentos de ensino mais próximos. Qual o ponto de situação nas negociações para contrapartidas para o município? Estamos muito agradecidos pelo apoio do município da Azambuja às energias renováveis. Cumprimos a legislação em todos os projetos, e somos favoráveis a um diálogo aberto e um processo de desenvolvimento transparente, na relação com todas as entidades. O presidente da Câmara já disse que para viabilizar este projeto a Aura Power Rio Maior (uma das participadas deste grupo inglês) teria de mudar a sua sede para Azambuja, de forma que o concelho beneficie a nível de impostos. Como foi mencionado durante o processo de licenciamento a Aura Power Rio Maior SA será registada no município da Azambuja, assegurando o nosso compromisso com a autarquia. O impacto dos campos eletromagnéticos está associado também a este tipo de centrais. Apesar de não haver consenso quanto a esta matéria e os seus impactes na saúde, mesmo assim gostaríamos de saber o que está planeado por parte da vossa empresa para minimizar esta questão ao máximo no projeto da Torre Bela? Durante a realização e submissão do Estudo de Impacte Ambiental, posteriormente avaliado por um painel multidisciplinar de entidades, os promotores têm de entregar o projeto de execução da linha de elétrica que interliga as centrais solares à Rede Nacional de Transporte (RNT). O projeto da linha inclui a modelação dos campos eletromagnéticos, exercício que também ocorre no Estudo de Impacte ambiental no fator “saúde humana”. Após a construção da linha, esta será entregue à Redes Energéticas Nacionais (REN) obrigando ao cumprimento integral da legislação vigente, definida através das recomendações da União Europeia (UN) e da Organização Mundial de Saúde (OMS) estando sujeita a ações de fiscalização pelas entidades competentes, garantindo a segurança de todos. |
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