BES exige pagamento de 370 mil euros ao Estrela Ouriquense
Em 2007, a Câmara Municipal do Cartaxo, tomou a dianteira do processo assumindo esses pagamentos ao banco
Sílvia Agostinho
19-02-2016 às 18:04 O Estrela Futebol Clube Ouriquense foi surpreendido há cerca de um mês com uma dívida vencida apresentada pelo Banco Espírito Santo (atual Novo Banco) no valor de 370 mil euros. A atual direção não tem condições para pagar este valor referente à contração de um empréstimo em 2007, por parte de uma das anteriores direções do clube, e que teve como intermediário o município, à época, liderado por Paulo Caldas.
Ao Valor Local, Carlos Martins, presidente do Estrela refere que a sua direção foi “completamente apanhada de surpresa”, e neste momento está preocupada em reunir toda a documentação possível sobre este empréstimo, assumido em 2007, cujo valor ascendia aos 440 mil euros. A Câmara Municipal do Cartaxo, na altura, tomou a dianteira do processo assumindo esses pagamentos ao banco, que correspondiam a necessidades do clube como pagamento de dívidas fiscais. Na teoria, a Câmara usava essas amortizações junto do banco como se estivesse a fazer o pagamento dos normais subsídios à coletividade, que já estavam em dívida. O processo foi acompanhado ainda de uma carta de conforto. O clube como, à época, assinou uma livrança fica à partida em pior situação, e terá de assumir responsabilidade do pagamento da dívida. Este foi no entender do atual presidente da Câmara do Cartaxo, Pedro Ribeiro, um ato arriscado por parte do executivo de Paulo Caldas, que “quase se pode comparar ao que foi assumido com o Sport Lisboa e Cartaxo”. “O facto de o banco ter emprestado com esta facilidade 440 mil euros ao clube também explica bem o estado a que o BES chegou”. Pedro Ribeiro elucidou a Câmara que a autarquia não terá que arcar com a dívida, e isso mesmo já lhe foi garantido por quadros do BES. O caso assume especiais contornos estranhos porque desde 2010, que o BES deixou de cobrar os montantes em dívida, e Pedro Ribeiro até associou que a queda do banco e a necessidade de limpar os cantos à casa possa ter estado na origem da descoberta da dívida. A oposição PSD na autarquia quis saber até que ponto a Câmara no passado se substituiu ao clube neste processo junto da banca, e se neste aspeto não terá de assumir a dívida. Pedro Ribeiro deu conta de um uma declaração de Paulo Caldas, com contornos vagos, sem data, “que não vincula nada junto do atual BES ou da Câmara”, sendo que “o banco nunca mais notificou a Câmara para pagamento da verba desde 2010”. Carlos Martins que está a reunir a documentação necessária também não deixa de culpar a Câmara que na altura “se atravessou um bocadinho” neste assunto. O atual presidente da autarquia no seu entender está a acompanhar o clube, mas nota-se que “está a tentar afastar a responsabilidade da Câmara neste problema”. O dirigente quer saber como o processo foi feito, e que garantias foram dadas. O Estrela conta ter todos os dados disponíveis dentro de uma ou duas semanas para depois falar com as partes envolvidas, nomeadamente, o anterior presidente da autarquia. A anterior direção, nas suas palavras, também já facilitou todos os documentos, e neste aspeto reforça que lhe parecem bastante plausíveis as declarações do seu antecessor Carlos Albuquerque à Tejo Rádio Jornal em que refere que deve ser a Câmara a arcar com o imbróglio. Certo é que o clube não tem condições para pagar o montante, e Carlos Martins diz mesmo que o Estrela apanhou uma espécie de balde de água fria com a carta do BES.
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