Câmara de Alenquer prepara-se para nova lei de faturação dos resíduos sólidos urbanos
A componente dos resíduos na fatura da "Águas de Alenquer" surgirá de forma mais detalhada aos consumidores. Sílvia Agostinho 21-09-2015 às 18:40 A Câmara Municipal de Alenquer está a tentar adaptar-se da melhor forma às novas normas da Entidade Reguladora dos Serviços de Águas e Resíduos (ERSAR) quanto à imposição do princípio do poluidor-pagador que deverá apertar ainda mais os custos imputados às autarquias e aos cidadãos, neste caso para os Resíduos Sólidos Urbanos (RSU), até porque aquela entidade tem vindo a avisar que os municípios devem fazer repercutir nas faturas os custos reais com esta componente.
Para isso foi aprovada, em reunião de Câmara, esta segunda-feira, uma alteração ao regulamento municipal dos resíduos sólidos urbanos que ao obedecer às novas regras preconizadas pela ERSAR poderá penalizar, em última análise, as famílias numerosas, que obviamente produzem à partida mais lixo. No âmbito da discussão, os vereadores da Coligação Pela Nossa Terra aproveitaram para lembrar que a Câmara aprovou há três anos medidas para que a autarquia articulasse no sentido da pesagem dos resíduos produzidos no concelho de modo a pagar menos a jusante. Dessa forma e tendo em conta o princípio da reciclagem, a Câmara poderia jogar com os custos, mas de acordo com Nuno Coelho, daquela força partidária, a autarquia fez tábua rasa de uma decisão aprovada por unanimidade. O presidente da Câmara, Pedro Folgado, retorquiu evidenciando que procurou formas de colocar a medida em prática, nomeadamente, obtendo informação junto de outras Câmaras do país, mas referiu que nenhum sistema conseguiu até hoje obter garantias de sucesso. O autarca aludiu ainda à circunstância de a Valorsul não ter mostrado até à data vontade de ir por diante com a pesagem dos lixos, e como tal a Câmara também não consegue garantir a aplicação do que aprovou em 2012. No que respeita às novas imposições da ERSAR, nomeadamente, o novo sistema “Pay as you Throw”, grosso modo a introdução do princípio do poluidor-pagador, ainda está a ser estudado pelas autarquias. O novo decreto lei (114/2014) traz ainda a obrigatoriedade de se inscrever nas faturas ao consumidor os gastos do sistema de uma forma mais detalhada, sendo que de futuro será a ERSAR a fixar as tarifas de RSU de acordo “com a informação financeira que enviaremos”, acrescentou o presidente da Câmara. Metade do valor adquirido com a cobrança de RSU terá de ser entregue pelas autarquias à alta. As tarifas sociais vão-se manter, contudo as famílias numerosas poderão vir a perder benefícios por força da entrada da nova lei, “até ser implementado um sistema de peso porta-a-porta” com benefícios no bolo total dos lixos para quem faça a reciclagem, ou seja quando a medida aprovada há três anos, no caso de Alenquer, se efetivar no concelho. O vereador Nuno Coelho referiu que como consequência da medida não ter saído do papel, nesta altura, os munícipes do concelho estão a pagar mais cinco euros em média no cômputo da fatura da "Águas de Alenquer", lembrando que a sugestão de se fazer “a pesagem dos resíduos por freguesia teria pernas para andar, porque como é óbvio será mais fácil de por em prática, do que uma solução que passe pelo domicilio fiscal de cada um”. Em cima da mesa, por parte da autarquia está a possibilidade de se recolher alguma informação relevante através de uma nova tentativa de abordagem à problemática, que está a ser estudada por uma especialista em estudos de impacte ambiental do Instituto Superior Técnico, bem como uma candidatura ao Programa Operacional Sustentabilidade e Eficiência no Uso de Recursos (POSEUR), “para se saber como implementar a metodologia de recolha e pesagem dos lixos mais adequada”, sendo que “há bons exemplos noutros países onde o método aplicado é o do contentor a contentor”, até tendo em linha de conta que “o contrato com a Recolte (atual empresa de recolha de lixos a operar no concelho) está a terminar”. Oposição e Câmara concordaram que a Valorsul, recentemente alvo de uma privatização, também deverá estar aberta à introdução da pesagem do lixo para que a Câmara pague menos. Esta nova lei tem como um dos objetivos diminuir o passivo das entidades gestoras em baixa, as Câmaras, para com os sistemas em alta, que no caso da região estamos a falar da Valorsul, com o fim último de assegurar a sustentabilidade do grupo Águas de Portugal, em marcha, por parte do Governo, nomeadamente, também com a introdução de cinco grandes agrupamentos de municípios para as águas e saneamento de modo a reduzir-se custos e ganhar-se escala, isto segundo o Estado. |
Edifício do arquivo histórico de Azambuja em vias de ir para hasta pública por 160 mil euros
Arruda inaugura Gabinete de Inserção Profissional Manifestação contra a poluição do Tejo e seus afluentes dia 26 de setembro em várias localidades do Ribatejo Festas em Honra da Nossa Senhora da Assunção animam Azambuja Segundas jornadas da Cultura em Salvaterra de Magos arrancam sexta-feira |
Comentários
Ainda não há novidades ...