Câmara do Cartaxo apresenta contas de 2015 com resultados positivos
Passivo total da Câmara reduziu 720 mil euros
02-05-2016 às 21:33
À margem da inauguração da Festa do Vinho do Cartaxo, o presidente da Câmara, Pedro Ribeiro, referiu que “quando se completa o primeiro terço deste mandato, é também tempo de dar conta do trabalho que fizemos”. “Todos devem saber que continuamos a viver tempos muito difíceis, basta passarmos nas ruas do Cartaxo, vermos o estado de degradação das nossas estradas, olharmos para os espaços verdes, para os equipamentos municipais e será fácil adivinhar que não pode ser apenas por falta de atenção, ou de trabalho – é mesmo por falta de recursos”.
Explicando que “apresentámos na semana passada o relatório de gestão de 2015, com indicadores positivos que nos dão alento para continuar o árduo esforço de repor as contas do Cartaxo no rumo certo, que é o rumo da sustentabilidade”. Para o autarca as contas da Câmara são muito simples – “quando tomámos posse, já no final de 2013, entre dívida contabilizada e dívida comprometida, tínhamos para pagar 63 milhões de euros. No máximo a Câmara tem por ano uma receita de 14 milhões, para pagar obrigatoriamente 8 milhões de custos com pessoal, 4,3 milhões de juros da dívida e fica com 2 milhões para o mínimo necessário e urgente para servir os cidadãos, e assim esgotamos a receita disponível”, explicou. “Não temos qualquer obsessão com números, mas os números que herdámos são estes – sem os custos da dívida, podíamos alcatroar todo o concelho, duas vezes por ano”. Apesar das dificuldades “quero deixar-vos não só uma palavra de esperança, mas as contas reais, os resultados que começamos a ter e que nos animam”, referindo que o passivo total da Câmara reduziu 720 mil euros, a dívida a terceiros de curto prazo reduziu 20%, os pagamentos em atraso com mais de 90 dias reduziram 70%, o prazo médio de pagamentos reduziu em 148 dias, a dívida transitada de um ano para o outro, reduziu 45% em relação ao início do mandato, “isto a par de termos obtido o melhor resultado líquido desde 2011 e termos conseguido cumprir a melhor taxa de execução orçamental desde 2008. Encontrámos a Câmara com a pior taxa de execução do país, não mais de 20%, e hoje temos 50% de taxa de execução orçamental”. Para além dos resultados positivos “com a tendência de crescimento da dívida a inverter pela primeira vez desde há dez anos”, o presidente da Câmara lembrou ainda que “o Cartaxo conseguiu este ano algo que o colocou entre os melhores do país – de facto, fomos o município que mais subiu no ranking nacional de transparência municipal”. Referindo-se aos 175 lugares que subiu neste índice em apenas dois anos, “esta subida deveu-se a uma mudança radical na gestão da Câmara, este resultado não depende de dinheiro, depende de prestarmos contas a todos os munícipes, a todo o momento, e de falarmos sempre verdade, mesmo quando a verdade não é a que nós gostaríamos de dizer e a que as pessoas gostariam de ouvir, mas pensamos que só falando verdade poderemos dar um futuro sustentável ao Cartaxo”. Os indicadores que o autarca descreveu, “permitem-nos agora disponibilizar financiamento para a recuperação do espaço público, depois de termos garantido que obras como a Estrada do Setil, as obras na Rua Prioste e Moinho Saloio, a Estrada de Santana e as infraestruturas do Valleypark-Parque de Negócios do Cartaxo, estão concluídas – depois de terem estado paradas durante anos, e de termos tomado posse sob o risco de o Cartaxo ter de devolver os fundos comunitários atribuídos a estas obras, com graves penalizações, se não estivessem concretizadas até ao dia 31 de dezembro de 2015. Foi uma luta, mas conseguimos”. Com o Plano de Recuperação da Rede Viária a executar até 2020, “construído e decidido em parceria com todas as juntas de freguesia”, a prever 400 mil euros de investimento já contemplados no orçamento de 2016 e verbas entre 300 e 400 mil euros para cada ano seguinte, “penso que podemos, sem prometer o que ainda não conseguimos fazer, garantir que o Cartaxo começa a sair da asfixia total em que se encontrava no início do mandato, quando até os salários dos trabalhadores se encontravam em risco, e que com passos curtos, mas rigorosos, o Cartaxo pode recuperar o lugar que lhe cabe na região e no país”. O futuro do concelho, resolvidas as grandes dificuldades “que ainda existem”, deve assentar no desenvolvimento sustentado “potenciando o seu carácter marcadamente agrícola e rural - que é uma mais valia diferenciadora e promotora da afirmação do nosso território na região e no país”, pelo que, para o presidente da Câmara, “este certame que hoje inauguramos, é também um lugar de reencontro com as nossas raízes rurais que queremos afirmar e desenvolver, a partir de critérios de modernidade e qualidade”. Presidente da Câmara lembra os tempos difíceis que as famílias do concelho vivem com a suspensão do trabalho na Impormol Recorrendo a presença “de um elemento do Governo de Portugal, que é também conhecer profundo da nossa região, não posso deixar de apelar à sua ajuda na defesa dos postos de trabalho de quase duas centenas de pessoas – entre elas 111 trabalhadores do nosso concelho”, afirmou. Pedro Magalhães Ribeiro referiu a presença, na inauguração, de Luís de Sousa, presidente da Câmara Municipal de Azambuja, “ as duas autarquias têm estado juntas o apoio aos trabalhadores e na procura de soluções para a empresa”, embora “receemos o pior cenário para as famílias. São quase duzentas famílias, que vêm o seu posto de trabalho em risco com a suspensão da produção”. O presidente reiterou que “somos testemunhas do empenho do Governo, na pessoa do Ministro da Economia e do chefe de gabinete do Ministro do Trabalho, com quem reunimos. Pedimos apenas que reforce, junto do Governo, a preocupação que estas pessoas sentem, que todos nós partilhamos, com o futuro da empresa”.
|
|