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Coligação Mais quer referendo para o futuro do Hospital de Vila FrancaRui Rei é da opinião de que o Governo deve começar a preparar o lançamento de nova PPP após saída da atual gestão em 2021
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Sílvia Agostinho
26-09-2019 às 16:56 |
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A Coligação Mais prepara-se para apresentar em Assembleia Municipal de Vila Franca de Xira, esta quinta-feira, dia 26 de setembro, uma moção em que vai exortar o município a tomar as rédeas de todo o estado de sítio que envolve o Hospital de Vila Franca de Xira e o abandono da José de Mello Saúde da Parceria Público Privada, após o fim do contrato em 2021. Rui Rei, presidente da concelhia do PSD, em declarações exclusivas ao Valor Local é taxativo – “O município de Vila Franca bem como os restantes quatro devem tomar uma posição de força no sentido de acentuarem ainda mais a sua preferência pelo modelo de gestão público-privada dados os benefícios alcançados ao longo de todos estes anos”.
Rui Rei diz que o caminho deve ser o de lançar novo concurso para nova PPP, em que o hospital continue a ser gerido por um grupo privado de saúde, dado o "contexto positivo "dos últimos oito anos em que a José de Mello esteve à frente da gestão. No caso de o ministério da Saúde “entender que não é possível, então nesse caso devemos forçar a possibilidade de ser feito um referendo à população”. |
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O autarca e eleito na Assembleia Municipal critica todo o papel que o Partido Socialista e o ministério da Saúde têm assumido em matéria de saúde e da sua gestão, a começar pelo episódio dos refeitórios e o hospital de Vila Franca. “Lamento ainda que a candidata à Assembleia da República, Maria da Luz Rosinha, próxima do governo PS, ainda não tenha dito uma palavra em público. Está muitas vezes em contacto com o primeiro-ministro e nunca a vi pronunciar-se contra esta demagogia da esquerda”. A candidata do PS em declarações ao Valor Local tem demonstrado a sua posição de defesa do hospital e da PPP. Sabemos que Maria da Luz Rosinha estará expectante quanto às cenas do próximo capítulo nesta temática.
Recorde-se que a José de Mello Saúde anunciou no dia 10 de setembro, em comunicado de imprensa, a sua decisão de não se manter na gestão do Hospital de Vila Franca de Xira após o fim do contrato em 2021. O grupo entendeu que não estavam reunidos os requisitos para continuar numa espécie de gestão provisória, até 2024, conforme chegou a ser sugerido pela Administração Regional de Saúde de Lisboa e Vale do Tejo, a 31 de maio, quando o ministério da Saúde, anunciou que a Parceria Público-Privada não teria condições para se manter nas atuais condições. A atual gestão da unidade de saúde que serve um total de 245 mil habitantes dos concelhos de Alenquer, Azambuja, Arruda dos Vinhos, Benavente e Vila Franca de Xira, refere que "a incerteza quanto ao prazo de renovação e ao modelo de gestão não garantem a estabilidade e a previsibilidade necessárias ao desenvolvimento de um projeto estruturado e de médio prazo", tendo em conta os níveis de excelência que o projeto da José de Mello Saúde tem conseguido ao longo dos anos, nomeadamente, com as diversas acreditações internacionais e as melhores classificações do SINAS. PUB
Acrescenta, ainda, que desde que assumiu a gestão a um de junho de 2011, o hospital alcançou uma poupança para o Estado de 56 milhões de euros, de 2011 a 2017, de acordo com o relatório de avaliação da Unidade Técnica de Acompanhamento de Projetos do ministério das Finanças e do ministério da Saúde.
O presidente da Câmara de Vila Franca de Xira, Alberto Mesquita, manifestou em reunião de Câmara o seu descontentamento face a este quadro, indicando que a saída da gestão público-privada pode significar um retrocesso a nível dos cuidados de saúde na região. Na mesma reunião de Câmara, a oposição Bloco de Esquerda, através de Carlos Patrão, e CDU, por Nuno Libório, manifestou-se otimista com os factos, deixando o seu desejo de que rapidamente a unidade volte à completa gestão pública. Já o presidente de Câmara de Azambuja, Luís de Sousa, manifestou ao nosso jornal a sua apreensão. Os presidentes de Câmara dos cinco concelhos já se reuniram entre si para debater o estado de coisas. |
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