Monte Gordo/Vila Franca de Xira
Demolição de prédios em risco avança, mas com críticas à Caixa Geral de Depósitos A autarquia vilafranquense pondera o corte de relações com a instituição tutelada pelo Estado
Miguel António Rodrigues
09-11-2016 às 13:11 A Câmara Municipal de Vila Franca de Xira aprovou esta quarta-feira por unanimidade a demolição dos dois prédios que se encontram em risco de queda. O assunto arrasta-se desde 2012, e depois de vários processos burocráticos a demolição será mesmo uma realidade e custará aos cofres da câmara cerca de 1.1 milhões de euros.
Todavia nem tudo está a ser fácil neste processo e o presidente da Câmara Alberto Mesquita aponta mesmo o dedo à caixa Geral de Depósitos por aquilo que considera ser um entrave neste processo. O autarca esclarece que, em alguns casos, o que está a atrasar a compra das frações pela Câmara aos condóminos é o facto destes terem contratado um empréstimo com o banco público. De acordo com o autarca a negociação com a "Caixa" está a ser difícil ao ponto de as condições propostas pelo banco para a renegociação dos empréstimos existentes apresentarem valores superiores em termos de juros aos atuais. Na prática o município comprometeu-se a pagar cerca de 50 mil euros aos proprietários para que seja feita uma escritura a favor da Câmara para esta fique proprietária do imóvel e o possa demolir. Ora quem tem empréstimos cujo valor remanescente ultrapasse os 50 mil euros, teria de pagar o restante ao banco e é sobre esse restante que o banco público se apresenta mais renitente. Alberto Mesquita, pondera mesmo cortar relações comerciais com a Caixa Geral de Depósitos, argumentando que assim o banco público não está a servir as pessoas. Esta foi de resto uma posição que mereceu da parte de Rui Rei, vereador da Coligação Novo Rumo um aplauso, que também sublinhou estar descontente com muitas das atitudes da Caixa. Rui Rei não perdeu oportunidade para lembrar que este assunto já podia estar resolvido se no mandato anterior a CDU tivesse votado a favor da demolição em conjunto com a Coligação, obrigando Maria da Luz Rosinha, que à época era presidente de Câmara, a avançar mais cedo, já que o PS não tinha maioria. Já a CDU, através de Ana Lídia Cardoso, não se pronunciou sobre o passado, frisando ser mais importante o presente com toda a Câmara a votar por unanimidade este assunto.
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