Uma equipa da Universidade de Beira Interior prepara-se para ir para o terreno em outubro deste ano com o objetivo de estudar as habitações palafíticas dos avieiros do Tejo e reunir um conjunto de contributos com o envolvimento de uma equipa multidisciplinar composta, entre outros, por engenheiros, biólogos, passando por urbanistas e arquitetos, no sentido da preservação da matriz das casas avieiras, nomeadamente as mais antigas, assentes em palafitas de madeira.
Este projeto chama-se Smart-Plan, e Ana Lídia Virtudes, professora do departamento de Engenharia Civil e Arquitetura da Universidade da Beira Interior, que está à frente do mesmo refere que as cinco aldeias avieiras do Tejo localizadas nos concelhos de Santarém (Caneiras); Salvaterra de Magos (Escaroupim); Azambuja (Lezirão); Palhota (Cartaxo); e Patacão de Cima (Alpiarça) serão alvo de intervenção num total de 90 edifícios e 300 habitantes.
A especialista, ao Valor Local, considera que a matriz vernacular das palafitas está em vias de extinção devido ao “contínuo abandono e negligência” motivados por “instrumentos de planeamento territorial inoperantes, inadequados e inexistentes”, ao contrário do esforço que tem vindo a ter lugar em países, onde ainda podemos encontrar aquele tipo de estruturas, como a França, a Noruega ou Itália. Hoje, muitas dessas habitações, em Portugal, são apenas uma pálida imagem daquilo que já foram, pois em muitos casos, os avieiros fizeram a substituição da madeira por alvenaria, levando à descaracterização daquele património.
O projeto de salvaguarda das habitações avieiras mais antigas compreende o desenvolvimento de uma “plataforma TIC (tecnologia de informação e comunicação) designada por Smart-plan com o intuito, em primeira análise, de avaliar urbanisticamente as palafitas fluviais do Tejo, e com isso fazer-se o levantamento das que estão em pior estado e qual o tipo de intervenção a efetuar”. Por outro lado, pretende-se a intervenção propriamente dita e a aproximação à matriz original da casa, agora já no âmbito dos planos diretores municipais, planos de urbanização ou de pormenor que venham a ser definidos para cada aldeia.
O projeto arranca em outubro de 2015, e terminará em março de 2017. E envolverá para além de uma equipa de investigadores, urbanistas, arquitetos, engenheiros civis e informáticos da Universidade da Beira Interior; especialistas da Faculdade de Arquitetura da Universidade de Lisboa, técnicos do Laboratório Nacional de Engenharia Civil, e especialistas em madeira, dado ser o principal material usado naquelas habitações, bem como, as cinco autarquias locais referidas acima, bem como a CCDR-LVT.
“Pretende-se que o projeto possa continuar mesmo depois do seu términus, e que os seus resultados possam servir de guia de boas práticas na proteção territorial à escala municipal para cada uma das aldeias”. Ainda no aspeto prático dos resultados que o estudo possa concluir, prevê-se “a participação de uma empresa local com experiência no desenvolvimento e aplicação de software de modo a permitir que o conhecimento gerado possa vir a ser transferido do meio académico para o meio empresarial, ou seja para a economia real e consequentemente contribuindo para gerar riqueza e alavancar a economia regional no domínio das novas tecnologias”, conclui Ana Lídia Virtudes.
No total este projeto tem um financiamento de 110 mil 852 euros da Fundação para a Ciência e Tecnologia.
Sílvia Agostinho
26-04-2015
Este projeto chama-se Smart-Plan, e Ana Lídia Virtudes, professora do departamento de Engenharia Civil e Arquitetura da Universidade da Beira Interior, que está à frente do mesmo refere que as cinco aldeias avieiras do Tejo localizadas nos concelhos de Santarém (Caneiras); Salvaterra de Magos (Escaroupim); Azambuja (Lezirão); Palhota (Cartaxo); e Patacão de Cima (Alpiarça) serão alvo de intervenção num total de 90 edifícios e 300 habitantes.
A especialista, ao Valor Local, considera que a matriz vernacular das palafitas está em vias de extinção devido ao “contínuo abandono e negligência” motivados por “instrumentos de planeamento territorial inoperantes, inadequados e inexistentes”, ao contrário do esforço que tem vindo a ter lugar em países, onde ainda podemos encontrar aquele tipo de estruturas, como a França, a Noruega ou Itália. Hoje, muitas dessas habitações, em Portugal, são apenas uma pálida imagem daquilo que já foram, pois em muitos casos, os avieiros fizeram a substituição da madeira por alvenaria, levando à descaracterização daquele património.
O projeto de salvaguarda das habitações avieiras mais antigas compreende o desenvolvimento de uma “plataforma TIC (tecnologia de informação e comunicação) designada por Smart-plan com o intuito, em primeira análise, de avaliar urbanisticamente as palafitas fluviais do Tejo, e com isso fazer-se o levantamento das que estão em pior estado e qual o tipo de intervenção a efetuar”. Por outro lado, pretende-se a intervenção propriamente dita e a aproximação à matriz original da casa, agora já no âmbito dos planos diretores municipais, planos de urbanização ou de pormenor que venham a ser definidos para cada aldeia.
O projeto arranca em outubro de 2015, e terminará em março de 2017. E envolverá para além de uma equipa de investigadores, urbanistas, arquitetos, engenheiros civis e informáticos da Universidade da Beira Interior; especialistas da Faculdade de Arquitetura da Universidade de Lisboa, técnicos do Laboratório Nacional de Engenharia Civil, e especialistas em madeira, dado ser o principal material usado naquelas habitações, bem como, as cinco autarquias locais referidas acima, bem como a CCDR-LVT.
“Pretende-se que o projeto possa continuar mesmo depois do seu términus, e que os seus resultados possam servir de guia de boas práticas na proteção territorial à escala municipal para cada uma das aldeias”. Ainda no aspeto prático dos resultados que o estudo possa concluir, prevê-se “a participação de uma empresa local com experiência no desenvolvimento e aplicação de software de modo a permitir que o conhecimento gerado possa vir a ser transferido do meio académico para o meio empresarial, ou seja para a economia real e consequentemente contribuindo para gerar riqueza e alavancar a economia regional no domínio das novas tecnologias”, conclui Ana Lídia Virtudes.
No total este projeto tem um financiamento de 110 mil 852 euros da Fundação para a Ciência e Tecnologia.
Sílvia Agostinho
26-04-2015
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