Filhas do presidente da Câmara de Benavente ganham bolsas de estudo dadas pela autarquia
Carlos Coutinho diz que as filhas não devem ser prejudicas nem beneficiadas pela condição familiar. Oposição fala de questão moral altamente reprovável
|20 Mar 2021 11:43
Sílvia Agostinho A Câmara de Benavente atribuiu duas bolsas de mérito às filhas do presidente da autarquia, Carlos Coutinho, no valor de 996 euros cada. O assunto foi levado a reunião de Câmara, esta segunda-feira, pelo vereador independente, mas eleito pelo PS, Pedro Pereira que acusou o autarca de falta de ética e de moral, alegando ainda que Coutinho tem um ordenado suficiente para pagar os estudos às filhas. As duas são gémeas e ingressaram no curso de Medicina na Universidade Nova de Lisboa, em 2020, com média na casa dos 18 valores. Coutinho ripostou e considerou a atitude de Pereira como uma canalhice.
Segundo o município numa nota de esclarecimento às redações foram distribuídas 10 bolsas de mérito aos alunos residentes no município de Benavente depois de ter sido aprovado em 2015 o Regulamento Municipal para Atribuição de Bolsas de Estudo: 3 para quem frequenta o 1.º ano do ensino superior e 7 para quem frequenta o segundo ano e seguintes, desde que os candidatos tenham capitação inferior ou igual ao equivalente a três vezes o valor do IAS em vigor. Em 2020, é concluída a revisão do Regulamento Municipal para Atribuição de Bolsas de Estudo, mantendo-se, exatamente, os mesmos critérios de elegibilidade para a atribuição das bolsas de mérito. Coutinho em reunião de Câmara referiu que “as filhas são cidadãs maiores de idade e têm tanto direito a concorrer a este apoio como outros estudantes do concelho”, sendo que “não podem ser prejudicadas nem beneficiadas porque o pai é presidente”. O presidente da autarquia referiu ainda que estas bolsas não se enquadram como de apoio social. Neste âmbito a autarquia atribuiu, este ano, 49 bolsas de apoio regular destinadas aos estudantes mais carenciados. Segundo nota de imprensa do município da análise dos requerimentos das filhas do autarca “constata-se que as duas alunas obtiveram médias de 18.45 e 18.12 e, bem assim, o cálculo do rendimento per capita do agregado familiar é de 686,08€, ou seja, cerca de metade dos 3 IAS (1 316,43€), que é o valor definido como teto máximo para elegibilidade.” O relatório final foi aprovado na reunião de 8 de março. Carlos Coutinho ausentou-se da votação e os vereadores da oposição na altura não perceberam que o motivo se devia às filhas do autarca estarem nas listas que não identificavam o nome dos candidatos. Pedro Pereira diz que se soubesse à época o que estava em causa teria levantado o “problema ético” subjacente ao caso. Comentários
Esse esquema já não é de agora eu falo com conhecimento de causa quando os meus filhos estudavam eram menores e não tiveram direito a bolsa de estudo fui perguntar a razão disseram me q como eu e o meu marido trabalhávamos e descontava mos para o IRS pretenciamos a à classe média ,na lista dos beneficiadas tiveram direito à bolsa filhos de pessoas q fugiam ao fisco porque não apresentavam lucros.~Moral da história eu pagava ao estado fui penalizada os que roubavam o estado receberam o premio por tal acto. Isa Rodrigues 21-03-2021 03:16 |
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