No encerramento de mais uma Gala do Grupo Desportivo de Azambuja, o presidente do clube, Alexandre Grazina, aproveitou a ocasião para deitar mais umas achas para a fogueira conforme já começa a ser uma regra nestas alturas. O dirigente não esteve com meias palavras e disse mesmo que a falta de condições do clube para a prática de alguns desportos é tão preponderante, que, por vezes, chegam a aproveitar colchões que encontram ao pé dos contentores do lixo. “O Alex vai com a carrinha fazer uma ronda, e já tem acontecido ligarem-nos a dizer que se encontra um colchão ainda em bom estado ao pé da Socasa, por exemplo”. A necessidade de mais equipamento, estende-se também ao facto de o clube possuir tapetes para a prática de ginástica com mais de 30 anos.
“Esses tapetes vieram para Azambuja depois do 25 de Abril quando se formou uma secção de judo. Não estamos a querer fazer um choradinho, mas esta é a triste realidade, e se com estas condições conseguimos com que os nossos atletas participem nas competições nacionais com resultados de relevo, pódios e títulos, teríamos ainda mais hipóteses se tivéssemos um mínimo de condições”, enfatizou, e ilustrou- “Quando vamos competir noutros locais e falamos dos colchões, as pessoas ficam de boca aberta face aos nossos resultados”. “Gostaríamos de ter o piso adequado para essa prática mas o mesmo tem um preço que não podemos suportar.”
Até no que se refere aos aparelhos de ginástica, foi a prata da casa que se incumbiu do fabrico dos mesmos, desde as barras às paralelas, passando pelas traves baixas. “Os nossos técnicos dão largas à sua imaginação porque têm um dever de consciência muito grande do valor dos nossos atletas”, e exortou os autarcas presentes a abandonarem o pensamento de que o clube vive para pedir – “Ouvimos dizer que queremos tudo, que já ocupamos os espaços da EPAC, das piscinas, do estádio, do pavilhão, mas não temos casa, e precisamos de ser ajudados, e de fato a Câmara tem-nos ajudado. Mas merecemos mais respeito, não que não o tenhamos, mas a nível do que fazemos e do que ainda podemos fazer”.
“Azambuja é conhecida pelos seus toureiros, pela sua pesca desportiva e hoje também pelo GDA que vai a qualquer ponto do país e também da Europa! Peço que nos ajudem e façam justiça, porque merecemos isso”.
No entanto saudou o empenho e a ajuda de todos os envolvidos no clube desde os técnicos aos pais dos atletas que têm sabido remar contra a maré de dificuldades. “Sem eles seria impossível realizar este trabalho e existir há 65 anos”.
Sílvia Agostinho
27-01-2015
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