Hospitais de Vila Franca e Santarém precisam de mais obstetras mas situação não é crítica
Carências existem mas há outras especialidades mais preocupantes
|01 Jul 2022 10:14
Sílvia Agostinho Têm sido recorrentes as notícias a dar conta do caos nas urgências de obstetrícia. Quase todos os dias o ministério da Saúde através das administrações regionais de saúde emite comunicados a dar conta das lacunas nos diferentes estabelecimentos hospitalares do país, dada a carência de médicos obstetras e de outros profissionais que também devem estar presentes sempre que há partos. Questionámos os hospitais de Vila Franca de Xira e de Santarém, da nossa área de influência, sobre as necessidades atuais na especialidade de Ginecologia/Obstetrícia.
Segundo o Hospital de Vila Franca de Xira, em respostas enviadas à nossa redação, existem neste momento, 11 especialistas no Serviço de Obstetrícia/Ginecologia, pertencentes ao quadro do hospital, a que se juntam mais 12 em regime de prestação de serviços com carga horária diversa. Refere aquela unidade hospitalar que saíram oito especialistas entre 2018 e maio de 2021, antes do regresso do hospital ao setor Estado. Neste momento está a decorrer um concurso normal para recéns especialistas, esperando a unidade conseguir captar alguns desses profissionais. Por outro lado, adianta ainda que até à data “não houve necessidade de encaminhar grávidas para outros hospitais, por motivo de falta de médicos”. “Pelo contrário, e na perspetiva de articulação em rede do Serviço Nacional de Saúde, o Serviço de Obstetrícia e Ginecologia do hospital tem recebido várias grávidas de outras unidades da região”, acrescenta. Sabidas as carências no Serviço Nacional de Saúde quanto ao número de anestesiologistas, este hospital diz que é prática “alocar esses profissionais ao Serviço de Urgência, assegurando assim a Urgência Obstétrica e Ginecológica que beneficia deste aspeto, razão pela qual não tem existido no Serviço Obstétrica e Ginecológica carência destes especialistas”. Já do lado do Hospital Distrital de Santarém, Ana Infante, presidente do conselho de administração dá conta em declarações ao Valor Local, refere que “não estamos mal”. “Neste momento temos 20 obstetras, sendo que eram 22, mas dois reformaram-se este mês”. Existe ainda uma profissional desta especialidade em regime de prestação de serviços. Um dos grandes desafios nesta altura prende-se com o rejuvenescimento dos quadros nesta como noutras especialidades, pois muitos destes médicos já têm mais de 50 anos, e já podiam prescindir de fazer urgências. Na Anestesiologia, existem nove médicos mais 16 prestadores de serviços, mas "como são necessários em vários blocos temos muita necessidade destes profissionais”. Recentemente, apenas um anestesiologista estava escalado para o fim de semana o que é insuficiente para dar resposta “a uma grávida que, ou a um acidente que possa acontecer e daí resulte um traumatizado”. Foi o que aconteceu há semanas “em que pedimos ao CODU para desviar, por precaução, os doentes de traumatologia ou de eventualmente grávidas que pudessem precisar de bloco de partos”. Ana Infante está especialmente preocupada com a especialidade e Ortopedia que conta apenas com sete médicos, praticamente na sua maioria com mais de 60 anos e quando a unidade precisaria do dobro destes profissionais. |
|
Leia também
Censos 2021
|
Antigos doentes queixam-se de dificuldades respiratórias, perdas de memória e cansaço
|
Ouvimos responsáveis da Ordem dos Médicos, Sindicato Independente dos Médicos, utentes, o novo conselho de administração, os presidentes de Câmara e as associações de socorro nesta radiografia a esta unidade de saúde. Está pior ou não? Foi o que quisemos saber.
|
Vertical Divider
|
Notícias Mais Populares
Festas de São Pedro e da Cidade de Alverca de 25 a 29 de junho Despiste no Esteiro de Azambuja provoca ferido grave Festas da Freguesia de Azambuja sem largadas de toiros Alenquer: Varandas del Rei adquirido por fundo imobiliário ETVO: Valorsul garante que nada está decidido quanto à localização em Arranhó |