Jornadas da Educação indica novos caminhos para o Ensino em ArrudaO antigo ministro da Educação Marçal Grilo foi o convidado de honra
Sílvia Agostinho
21-04-2018 às 20:59 Ao longo de dois dias, Arruda dos Vinhos discutiu o futuro da Educação no concelho. Na sessão de abertura esteve o antigo ministro da Educação de António Guterres (1996-1999) que partilhou a sua experiência relativamente ao que deverá ser o ensino e a preparação do jovem para a vida adulta.
Entre outros aspetos salientou a necessidade de o jovem ter o máximo nível de conhecimentos possível e assim estar mais bem preparado para o mercado de trabalho, nomeadamente, através do domínio das línguas. Em segundo lugar, ser-se exigente e neste aspeto salientou que não estaria a falar necessariamente de exames. “Até porque a exigência começa em casa, dos pais em relação aos filhos, fazendo com que assumam as suas responsabilidades desde muito cedo”, e sintetizou – “Normalmente os portugueses gostam de se queixar, de berrar mas depois não são exigentes. Temos de ter brio em fazer melhor”. Por último “nunca desistir”, até porque “o insucesso é um obstáculo normal”. Por isso deixou também o apelo aos professores presentes – “Coloquem os miúdos a ler cada vez mais, porque consegue-se distinguir muito bem quem tem uma cultura baseada na tv, mais superficial, de quem tem uma cultura baseada no que os livros dão, algo que nos dá uma visão mais profunda da realidade”. Para Marçal Grilo é ainda importante que os adolescentes tenham mais mundo que não se limitem apenas à sua terra ou país, mas que possam ir lá para fora e descobrir outras realidades. “Os pais são em primeiro lugar responsáveis pela Educação dos filhos, mas a escola tem também uma importância muito grande, nomeadamente o pré-escolar que tem um papel decisivo, lembro-me de ter ido em 1945 para o jardim-de-infância e este ser um espaço mágico para mim”, partilhou, ainda esta memória. Uma das questões que tem atravessado gerações de alunos prende-se com o ensino da Matemática e a eterna discussão acerca daquilo que é realmente importante que se retenha desta disciplina até ao 12º ano, e se se “deve ser mais facilitador ou exigente”. “Este debate será para toda a vida. Vale a pena fazermos esta reflexão”, considerou ao mesmo tempo que assumiu as suas dificuldades naquela disciplina O ensino em Portugal na sua opinião estará preparado para dar o passo em frente, mas as escolas são muito diferentes entre si, consoante também o tipo de comunidades que servem. “Estarão mais bem preparadas as que tenham uma grande liderança, as que possuam um corpo docente estável, e um projeto educativo que tenha em conta a comunidade”. Salientou ainda o esforço “notável” mas pouco falado dos professores nos últimos anos com o fenómeno da imigração e a integração e adequação à língua bem como aos programas das escolas dos filhos desses imigrantes. “Penso que tem sido um sucesso e os professores portugueses não têm sido devidamente recompensados nesta matéria”. No encerramento, o presidente da Câmara de Arruda dos Vinhos, assumiu não a sua paixão mas o seu amor pela Educação. Traçando desde já o que quer que seja uma nova etapa neste domínio no concelho no dia 30 de abril com a elaboração de um projeto educativo comum. “Levarei uma folha em branco. Não tenho a pretensão de saber tudo ou ter melhores ideias”. ComentáriosSeja o primeiro a comentar...
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