|
Maus cheiros do aterro entram em força na vila de AzambujaPopulação assiste incrédula ao movimento cada vez mais intenso de camiões, e ao odor insuportável que anda no ar
|
|
|
Sílvia Agostinho
03-12-2019 às 12:54 |
|
|
Nos últimos dias tem sido cada vez mais notório o odor nauseabundo como se de "queijo podre" se tratasse, dizem alguns populares ouvidos pelo Valor Local, proveniente do aterro de Azambuja, que recorde-se situa-se a uma distância menor dos núcleos populacionais do que o permitido por lei, ou seja está a menos de 300 metros. Com efeito nesta segunda, mas também nesta terça, os odores estão a sentir-se como nunca na vila de Azambuja. Nas redes sociais, muitos são os moradores da localidade que se queixam do estado de coisas.
Luís Pelarigo, residente na Quinta da Marquesa, um dos locais mais próximos do aterro, diz à nossa reportagem que "ontem (segunda-feira) à noite era impossível abrir as janelas". O morador diz que até há poucos meses, o aterro não se revelava tão incómodo quanto isso, mas "dá para perceber que o movimento de camiões é cada vez mais intenso". "Se antes nem se dava muito por aquilo, a não ser mais umas moscas e melgas, mas nada significativo, nesta altura e desde há duas semanas para cá, que não dá para aguentar com o cheiro, mas nada comparado com o que aconteceu ontem, com um odor super azedo, e insuportável". O morador concretiza - "Nunca houve um dia tão mau como o de ontem". Pelarigo diz que a juntar à questão do aterro, "o cheiro a esgoto também é bastante persistente". "Não sei se tem a ver com o aterro ou não, mas é insuportável". O movimento de camiões é notório - "Ontem quando eram quatro da tarde, estavam quatro camiões à espera de entrar lá para dentro (instalações da Triaza), quando antes nem dava conta de grande movimento na zona", apesar de a empresa já laborar desde fevereiro de 2017. Luís Pelarigo confessa que está apreensivo quanto ao futuro e à qualidade de vida no local - "Antes do aterro, esta era uma zona sossegada, sem quaisquer problemas, vivíamos aqui no meio da natureza, sem grandes complicações. Nunca quis andar a dizer mal daquilo só por dizer, porque sinceramente não havia cheiros, nem especiais problemas, mas nesta altura confesso a minha preocupação". Margarida Dotti, moradora na Quinta da Queijeira, é outra das munícipes mais afetadas e que confirma o intensificar dos cheiros mas também o movimento de camiões. A sua casa fica em linha reta em relação ao aterro, do outro lado da estrada. Da sua propriedade conseguimos avistar com nitidez as crateras deixadas pelo areeiro e as toneladas de resíduos que estão a ser depositadas pela empresa no local. Nos últimos tempos tem sido visível a existência de grandes bandos de pássaros no aterro, que por ali andam à procura de comida. Sendo este mais um fator de preocupação em termos de saúde pública. Com visão privilegiada sobre o aterro, a moradora não hesita - "É claro que o cheiro tem vindo a piorar, porque cada vez há mais lixo no local, é algo indescritível", sustenta. O tráfego dos camiões que se dirigem para o o aterro também é incomparável com o que acontecia há apenas uns meses atrás, com cada vez mais toneladas a serem depositadas na estrutura da Triaza, gerida pelo consórcio Mota-Engil/Suma. "Ainda no outro dia, um amigo meu esteve parado na zona do cemitério e viu passar no espaço de 40 minutos, mais de 30 camiões carregados de lixo só para o aterro". "Estamos perante algo perfeitamente gigantesco mas infelizmente continuamos a assistir a pouca mobilização das pessoas". Margarida Dotti que na edição de agosto referenciara a necessidade de efetuar análises à água de furo da qual faz uso, face à circunstância de se encontrar paredes meias com o aterro, refere que esses resultados já chegaram mas não existe contaminação até à data. Mas não ficou completamente descansada, e diz que em breve vai pedir uma nova análise, embora o seu custo seja elevado. "São medidos muitos parâmetros por causa da proximidade do aterro, e são cerca de 600 euros que tenho de pagar" |
PUB
|
|
PUB
Associação Zero continua descontente com as respostas da tutela
A Zero- Sistema Terrestre Sustentável continua a pedir esclarecimentos junto da Agência Portuguesa do Ambiente (APA) acerca da deposição de amianto no aterro de Azambuja . A APA sustenta que a deposição tal como está a acontecer não oferece perigos. Aquela entidade governamental alega que sendo o amianto uma matéria mineral, (razão pela qual os resíduos de construção com amianto são considerados resíduos perigosos estáveis e não reativos), “não é expetável que este, em contacto com qualquer outro tipo de material, nomeadamente matéria biodegradável desencadeie uma reação química que origine subsequentes resíduos perigosos”, referiu aquela entidade em resposta ao Valor Local. Em exclusivo no vídeo acima, as operações de deposição de amianto no aterro, que segundo a Zero, deveriam ser feitas numa célula à parte o que não é o caso. Rui Berkemeier, ambientalista da Zero, ao Valor Local, refere que a informação da APA também é do conhecimento da associação que está a preparar um documento mais vasto com a colaboração de especialistas para voltar a remeter à tutela, estando na calha também um pedido de reunião com a nova tutelar da pasta da Secretaria de Estado do Ambiente. O especialista em resíduos da Zero diz que essa reunião está marcada para o mês de janeiro. Não deixe de ler: Destaque de Edição: Os Lesados do Aterro Todas as notícias sobre o aterro da Quinta da Queijeira aqui: Dossier Aterro da Queijeira
|
Deixe a sua opinião sobre este artigo!
Qual a novidade?
Empresa que explora o aterro do grupo Mota-Engil.
Mota-Engil que é financiadora do partido rosa.
Os quadros da APA têm emprego garantido nas empresas da área do ambiente do grupo Mota-Engil - Suma, Valorsul, etc.
São centenas de empresas que têm muitos lugares para dar emprego aos mercenarios que estão na APA, CCDR, IGAMAOT, etc.
Para quando a Mota-Engil passar a financiar o partido vermelho?
Jorge Ferreira
Azambuja
03/12/2019 20:43
Qual a novidade? Estavam à espera de quê?
Agora temos que exigir responsabilidades ao Senhor Presidente, Vereador Silvino, restantes Vereadores, Presidente da Junta, Comissão de Ambiente, Assembleia Municipal e responsáveis do Departamento de Urbanismo que intervieram no licenciamento que segundo consta foi ilegal.
Vamos manter estes bandidos em lume brando... ou vamos reagir à bruta?
Cmpts
Jorge Ferreira
Azambuja
03/12/2019 20:34
Empresa que explora o aterro do grupo Mota-Engil.
Mota-Engil que é financiadora do partido rosa.
Os quadros da APA têm emprego garantido nas empresas da área do ambiente do grupo Mota-Engil - Suma, Valorsul, etc.
São centenas de empresas que têm muitos lugares para dar emprego aos mercenarios que estão na APA, CCDR, IGAMAOT, etc.
Para quando a Mota-Engil passar a financiar o partido vermelho?
Jorge Ferreira
Azambuja
03/12/2019 20:43
Qual a novidade? Estavam à espera de quê?
Agora temos que exigir responsabilidades ao Senhor Presidente, Vereador Silvino, restantes Vereadores, Presidente da Junta, Comissão de Ambiente, Assembleia Municipal e responsáveis do Departamento de Urbanismo que intervieram no licenciamento que segundo consta foi ilegal.
Vamos manter estes bandidos em lume brando... ou vamos reagir à bruta?
Cmpts
Jorge Ferreira
Azambuja
03/12/2019 20:34
Nota: O Valor Local não guarda nem cede a terceiros os dados constantes no formulário. Os mesmos são exibidos na respetiva página. Caso não aceite esta premissa contacte-nos para redacao@valorlocal.pt