O regresso das descargas poluentes à Ribeira do Sarra
Nally rejeita responsabilidades adiantando que produz produtos de higiene não causadores deste tipo de poluição. Câmara alega que houve problemas na ETARI da empresa
|09 Março 2022 17:04
Sílvia Agostinho A Ribeira do Sarra voltou a ser notícia, depois de em 2016 ter sido resolvido o grande problema de poluição oriundo da fábrica da Nally com a construção de uma rede de esgotos de raiz para o efluente industrial num processo que demorou vários anos e com muitas queixas à mistura. Agora e no início do ano, e depois de uma visita à vila do Carregado, a comissão política do PSD, em nota de imprensa, salienta que “a ribeira está poluída, com um cheiro nauseabundo, e a deitar líquido castanho”.
“Infelizmente, a Ribeira do Sarra é um bom exemplo do desleixo permanente que a Câmara Municipal de Alenquer tem para com a Vila do Carregado, pois o estado a que deixou chegar esta ribeira é a todos os níveis deplorável”, referia em nota de imprensa aquele partido. Em reunião de Câmara, o vereador com o pelouro do Ambiente, Paulo Franco, elucidou que o município esteve no local em finais de fevereiro quando se deparou com o cenário. Ainda se equacionou que a origem da poluição estivesse relacionada com o coletor de saneamento mas após uma deslocação da Águas de Alenquer ao local confirmou-se que a origem não estava relacionada com o sistema de esgotos na alçada daquela empresa. De acordo com Paulo Franco, confirmou-se que “por a Nally estar a efetuar obras de substituição da sua ETARI fez com que um conjunto de efluentes desaguassem na ribeira sem tratamento”. Entretanto a Agência Portuguesa do Ambiente (APA) tomou nota da ocorrência em causa. O vereador apressou-se a confirmar que este episódio foi isolado, “e que nada tem a ver com a situação que encontrámos no primeiro mandato, 2013-2017”, quando o município levou a cabo um estudo junto de várias empresas da zona industrial do Carregado para se apurar a origem das constantes descargas. O autarca garantiu ainda que o equilíbrio ecológico da ribeira também fica garantido com a existência de vegetação através das denominadas galerias ripícolas, numa referência às críticas de que a Câmara não procedia a esse tipo de limpeza. Ao Valor Local, Carlos Corcino da empresa rejeita que tenha sido um derrame acidental defendendo o avultado investimento na ETARI e que por ser uma empresa que fabrica produtos de higiene não pode ser a causadora dos maus cheiros. Já o vereador do Ambiente, Paulo Franco, ao nosso jornal, refere que “deu-se de facto uma descarga de efluente não tratada” proveniente da Nally “porque estavam a fazer a substituição da sua ETARI que não correu bem”. Contudo frisa que esta empresa ao longo dos anos tem-se esforçado por contrariar as descargas e acredita que este episódio foi isolado. O autarca constata ainda que a Câmara vai fazer um novo estudo para apurar as origens das descargas nesta como noutras ribeiras. O processo foi encaminhado para o Serviço de Proteção da Natureza e Ambiente e também para a Agência Portuguesa do Ambiente que notificou a empresa. Notícia Relacionada:
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