(c/vídeo) O segredo dos bolos de noiva
Este doce tradicional é confecionado no forno comunitário da aldeia
Sílvia Agostinho/Miguel A. Rodrigues
25-12-2016 às 22:15 Em Vale do Paraíso, a tradição dos bolos de noiva vai passando de geração em geração. Na altura do Natal, o forno comunitário é utilizado por diversas mulheres daquela freguesia do concelho de Azambuja que usam uma receita antiga, e mais ou menos secreta, segundo as mesmas. Um grupo de funcionárias da Associação Nossa Senhora do Paraíso deixou-nos espreitar estas iguarias que depois são vendidas na freguesia.
“Normalmente venho ajudar, não amasso, porque é o que custa mais. E as minhas colegas têm mais jeito. Eu faço o corte da massa e a pincelagem. Aqui em Vale do Paraíso todos adoram este bolo”, diz Marlene Pechorro. No dia da reportagem do Valor Local preparava-se para fazer cerca de 300 bolos. Antigamente nos casamentos “eram oferecidos, junto com um prato de arroz doce, e pão de ló”. Era na altura da denominada “boda saloia”. Agora já não se usa fazer este tipo de oferta. As cozinheiras dedicam-se a esta tarefa ao longo dia. O processo de amassar é à mão sem recurso a máquinas. Em outros locais do país, confecionam-se bolos muito parecidos com estes mas Ana Lúcia Baptista não sabe até que ponto Vale do Paraíso foi ou não buscar a receita a outro local, apenas refere que há muito tempo que se fazem bolos de noiva. Os ingredientes “talvez sejam semelhantes, mas possivelmente o segredo está na forma como se amassa”. Este é um processo que dura cerca de hora e meia.
A forneira é Maria Adelaide e ainda usa os preceitos antigos de envolver as broas num alguidar com mantas por cima. Também não quer revelar o segredo, até porque quem tempera a massa não é ela, mas lá vai dizendo que todas as amigas têm um ou outro segredo para deixar os bolos o mais apetitosos possível.
|
|