Por Augusto Moita
INFENSO, SIM; AUTISTA, NÃO!
Confesso, caro leitor, que o caso do Eng. Sócrates, denominado Operação Marquês, não me deixa indiferente face às inúmeras contradições e alegadas inverdades e também, pela postura despótica e manipuladora como respondeu às questões colocadas pela TVI (péssima apresentação do exclusivo, como de resto, foi assumido pelo pivô, sem contraditório e, consequentemente, em flagrante violação das regras editoriais), em “legítima defesa”, induz-me a escrever esta crónica que, não tem a presunção, como é óbvio, de “libelo acusatório”, até porque, o que está consignado na Lei é, a presunção de inocência, até julgamento e pronúncia de culpabilidade (ou não). Pretendo apenas, e tão só, manifestar a minha incredulidade e indignação face às notícias veiculadas pela comunicação social (escrita e falada) e à extrapolação do conteúdo das respostas dadas pelo Eng. Sócrates, que “formaram” a minha opinião e, que passo a partilhar com os nossos leitores:
A – AS RESPOSTAS DE JOSÉ SÓCRATES SOBRE OS EMPRÉSTIMOS DO AMIGO DE INFÂNCIA, CARLOS SANTOS SILVA (CSS):
1º. Diz-nos o Eng. Sócrates que o dinheiro que CSS lhe entregava, eram “empréstimos”. Curioso; se, se tratava de empréstimos, onde estão os registos dos montantes, que ao longo do tempo foram efetuados, e isto porque, como diz o Eng. Sócrates, é sua intenção, liquidar a dívida nem que tenha de vender um dos seus bens. Como liquidará, desconhecendo o valor em dívida, como afirmou? Como é possível um devedor desconhecer quanto deve ao seu credor, mesmo sendo seu amigo?
2º. Se nos empréstimos, não havia nada a esconder, tratava-se segundo o Eng. Sócrates, de “um amigo a ajudar outro em dificuldades financeiras” porque razão os montantes eram entregues em envelopes fechados e transportados pelo motorista João Perna e, não se efetivaram, através de transferência bancária, como seria o procedimento normal?
3º. Outra questão não menos relevante; se o Eng. Sócrates vivia em Paris, com dificuldades, necessitando, alegadamente, de pedir dinheiro emprestado para fazer face às suas despesas, como se justifica a vida faustosa que levava? Ser-lhe-ia indiferente o constante avolumar da dívida perante o seu amigo? Estaria este, pelos ajustes? Parece-me, francamente que não, se o dinheiro fosse efetivamente seu e, por muito amigo que fosse do Eng. Sócrates!
4º. Se a conta é de CSS, como é possível não se encontrarem outros movimentos relativos a outros destinatários, que não Sócrates. Estranho, não lhe parece? Ou tratou-se de uma conta especialmente aberta só para empréstimos a Sócrates? Ou será que o dinheiro, supostamente do Eng. Sócrates, está em uma conta à ordem de CSS? Se assim fosse, acham natural que CSS alinhasse nesta situação, no mínimo, confusa e “perigosa”? E a compra dos apartamentos em Paris (um deles no valor 2,8M€), por CSS? Coincidência ou não, foram sempre habitados pelo Eng. Sócrates! Seria o único interessado em habitar tais apartamentos? Sabe-se que Sócrates não pagava o arrendamento. Porque perdia CSS milhares de euros, ao não alugar os apartamentos? Sabe-se agora que, quem se encarregou da decoração dos referidos apartamentos, foi a sua ex-mulher, Sofia Fava (existem registos de conversas telefónicas). Também dois apartamentos em Queluz foram comprados por CSS à mãe de José Sócrates e, cuja verba, foi depositada por esta, na conta do filho.
5º. Quanto ao facto de achar natural que “um amigo ajude outro em dificuldade, com muito ou pouco dinheiro”, não se coloca em causa, o que está efetivamente em causa, é o facto de existirem provas de levantamentos de enormes quantias em dinheiro (perfazem os 200 mil €) e cuja ordem de “transferência” era dada pelo próprio Eng. Sócrates dispondo, a seu bel-prazer, de uma conta que lhe não pertencia? Seria aceitável a “intromissão de José Sócrates na conta de CSS se o dinheiro não lhe pertencesse?”
6º. Não lhe parece, caro leitor, estranho que parte do dinheiro que se encontrava em uma conta UBS (25 M€) na Suíça em nome de uma “offshore” da qual CSS será o alegado beneficiário e que, parte deste dinheiro tenha regressado a Portugal ao abrigo do Regime Extraordinário de Regularização Tributária (RERT- 2005/2009) promulgado durante a governação de José Sócrates, que perdoava a evasão fiscal mediante o pagamento ao fisco de 5% do montante? Estranhas coincidências …
7º. E porque razão, estão os advogados de defesa contra a utilização das escutas telefónicas como elementos probatórios no processo? Compreende-se a preocupação… Condeno, igualmente, as fugas de informação. Devem apurar-se os responsáveis e puni-los.
B – A MUDANÇA DA MEDIDA DE COAÇÃO DO MOTORISTA, JOÃO PERNA:
1º. A mudança de advogado e a rescisão unilateral do contrato sinaglamático com o Eng. Sócrates, objetivou, segundo o meu ponto de vista, o poder falar sem qualquer tipo de coação por parte do anterior advogado ou constrangimentos de outra ordem, como por exemplo a ligação ao seu patrão!
2º. A mudança da medida de coação de prisão preventiva para prisão domiciliária, entendo que tenha a ver com uma atitude mais colaborante com a justiça, revelando factos importantes para aduzir ao processo, pretendendo assim, aligeirar a sua presumível condenação, dado não possuir o ónus da responsabilidade nos alegados crimes em investigação!
C – A HONORABILIDADE INTELECTUAL DE JOSÉ SÓCRATES:
1º. Importa aqui referir que o historial de vida deste ator político, não é nada abonatório ao nível da corrupção (ativa e passiva) e tráfico de influências, como a título de exemplo, as suspeitas sobre o seu envolvimento no caso Freeport, Face Oculta e os contratos estabelecidos com as PPP (corrupção) e, a PT e a famigerada licenciatura em Engenharia (tráfico de influências). Não esqueçamos que, foi graças às manigâncias perpetradas pelos PGR’s., Dr. Noronha do Nascimento e Dr. Pinto Monteiro que este ator se “safou” de ser indiciado em algum dos processos.
2º. No que concerne ao seu despotismo, não esqueçamos os casos da TVI e dos jornais JN e DN, que pretendia manietá-los, coartando a liberdade de expressão na comunicação social, à boa maneira fascista.
3º. Incomoda-me, sobretudo, a sua omnipresença e, o facto de julgar-se cidadão de alto coturno!
D. O EXPOSTO, SUGERE-ME AS SEGUINTES CONSIDERAÇÕES:
1º. Muito mal estaria a nossa justiça se colocasse em prisão preventiva um qualquer cidadão, sobre o qual, não possuísse fortes e graves indícios de ilicitude (fraude fiscal qualificada, corrupção e branqueamento de capitais. Crimes que podem ser puníveis até dezasseis anos de cadeia). Não creio que algum juiz na sua prática, ética e deontológica, procedesse de tal forma? Penso que, o tempo da permissividade, laxismo e discriminação na justiça, tenha os dias contados. Credibilize-se a justiça, através dos seus melhores atores (competentes e destemidos!)
2º. Malgrado toda a estratégia capciosa do Eng. Sócrates em desmentir as notícias vindas a público, tentando branquear as acusações graves (ex. usar o motorista para branquear dinheiro) e relevando as menores (as entregas de dinheiro em envelopes) o facto é que, toda a sua narrativa (como tanto gosta de dizer) é completamente inverosímil e contraditória para o cidadão comum.
3º. Confesso não entender as reações veementes e por vezes insanas do ex-presidente da República, Dr. Mário Soares, insistindo que o caso Sócrates é, uma cabala política. Sócrates é um cidadão comum, acusado de fortes indícios de ilicitude, por consequência, do foro judicial e não político. O PS tem mantido a equidistância que a prudência aconselha.
4º. Para epílogo, penso que, o que está fundamentalmente em causa, é o património secreto atribuído a José Sócrates e, qual foi a origem do dinheiro. Exijamos pois, que a justiça, finalmente, não seja discriminatória, condene quem tem de condenar e, com a celeridade que se impõe. “Dura lex sed lex” (A lei é dura, mas é lei)!
É por estas e por outras que, me assumo infenso a política!
Até à próxima crónica e boas leituras!
05-03-2015
INFENSO, SIM; AUTISTA, NÃO!
Confesso, caro leitor, que o caso do Eng. Sócrates, denominado Operação Marquês, não me deixa indiferente face às inúmeras contradições e alegadas inverdades e também, pela postura despótica e manipuladora como respondeu às questões colocadas pela TVI (péssima apresentação do exclusivo, como de resto, foi assumido pelo pivô, sem contraditório e, consequentemente, em flagrante violação das regras editoriais), em “legítima defesa”, induz-me a escrever esta crónica que, não tem a presunção, como é óbvio, de “libelo acusatório”, até porque, o que está consignado na Lei é, a presunção de inocência, até julgamento e pronúncia de culpabilidade (ou não). Pretendo apenas, e tão só, manifestar a minha incredulidade e indignação face às notícias veiculadas pela comunicação social (escrita e falada) e à extrapolação do conteúdo das respostas dadas pelo Eng. Sócrates, que “formaram” a minha opinião e, que passo a partilhar com os nossos leitores:
A – AS RESPOSTAS DE JOSÉ SÓCRATES SOBRE OS EMPRÉSTIMOS DO AMIGO DE INFÂNCIA, CARLOS SANTOS SILVA (CSS):
1º. Diz-nos o Eng. Sócrates que o dinheiro que CSS lhe entregava, eram “empréstimos”. Curioso; se, se tratava de empréstimos, onde estão os registos dos montantes, que ao longo do tempo foram efetuados, e isto porque, como diz o Eng. Sócrates, é sua intenção, liquidar a dívida nem que tenha de vender um dos seus bens. Como liquidará, desconhecendo o valor em dívida, como afirmou? Como é possível um devedor desconhecer quanto deve ao seu credor, mesmo sendo seu amigo?
2º. Se nos empréstimos, não havia nada a esconder, tratava-se segundo o Eng. Sócrates, de “um amigo a ajudar outro em dificuldades financeiras” porque razão os montantes eram entregues em envelopes fechados e transportados pelo motorista João Perna e, não se efetivaram, através de transferência bancária, como seria o procedimento normal?
3º. Outra questão não menos relevante; se o Eng. Sócrates vivia em Paris, com dificuldades, necessitando, alegadamente, de pedir dinheiro emprestado para fazer face às suas despesas, como se justifica a vida faustosa que levava? Ser-lhe-ia indiferente o constante avolumar da dívida perante o seu amigo? Estaria este, pelos ajustes? Parece-me, francamente que não, se o dinheiro fosse efetivamente seu e, por muito amigo que fosse do Eng. Sócrates!
4º. Se a conta é de CSS, como é possível não se encontrarem outros movimentos relativos a outros destinatários, que não Sócrates. Estranho, não lhe parece? Ou tratou-se de uma conta especialmente aberta só para empréstimos a Sócrates? Ou será que o dinheiro, supostamente do Eng. Sócrates, está em uma conta à ordem de CSS? Se assim fosse, acham natural que CSS alinhasse nesta situação, no mínimo, confusa e “perigosa”? E a compra dos apartamentos em Paris (um deles no valor 2,8M€), por CSS? Coincidência ou não, foram sempre habitados pelo Eng. Sócrates! Seria o único interessado em habitar tais apartamentos? Sabe-se que Sócrates não pagava o arrendamento. Porque perdia CSS milhares de euros, ao não alugar os apartamentos? Sabe-se agora que, quem se encarregou da decoração dos referidos apartamentos, foi a sua ex-mulher, Sofia Fava (existem registos de conversas telefónicas). Também dois apartamentos em Queluz foram comprados por CSS à mãe de José Sócrates e, cuja verba, foi depositada por esta, na conta do filho.
5º. Quanto ao facto de achar natural que “um amigo ajude outro em dificuldade, com muito ou pouco dinheiro”, não se coloca em causa, o que está efetivamente em causa, é o facto de existirem provas de levantamentos de enormes quantias em dinheiro (perfazem os 200 mil €) e cuja ordem de “transferência” era dada pelo próprio Eng. Sócrates dispondo, a seu bel-prazer, de uma conta que lhe não pertencia? Seria aceitável a “intromissão de José Sócrates na conta de CSS se o dinheiro não lhe pertencesse?”
6º. Não lhe parece, caro leitor, estranho que parte do dinheiro que se encontrava em uma conta UBS (25 M€) na Suíça em nome de uma “offshore” da qual CSS será o alegado beneficiário e que, parte deste dinheiro tenha regressado a Portugal ao abrigo do Regime Extraordinário de Regularização Tributária (RERT- 2005/2009) promulgado durante a governação de José Sócrates, que perdoava a evasão fiscal mediante o pagamento ao fisco de 5% do montante? Estranhas coincidências …
7º. E porque razão, estão os advogados de defesa contra a utilização das escutas telefónicas como elementos probatórios no processo? Compreende-se a preocupação… Condeno, igualmente, as fugas de informação. Devem apurar-se os responsáveis e puni-los.
B – A MUDANÇA DA MEDIDA DE COAÇÃO DO MOTORISTA, JOÃO PERNA:
1º. A mudança de advogado e a rescisão unilateral do contrato sinaglamático com o Eng. Sócrates, objetivou, segundo o meu ponto de vista, o poder falar sem qualquer tipo de coação por parte do anterior advogado ou constrangimentos de outra ordem, como por exemplo a ligação ao seu patrão!
2º. A mudança da medida de coação de prisão preventiva para prisão domiciliária, entendo que tenha a ver com uma atitude mais colaborante com a justiça, revelando factos importantes para aduzir ao processo, pretendendo assim, aligeirar a sua presumível condenação, dado não possuir o ónus da responsabilidade nos alegados crimes em investigação!
C – A HONORABILIDADE INTELECTUAL DE JOSÉ SÓCRATES:
1º. Importa aqui referir que o historial de vida deste ator político, não é nada abonatório ao nível da corrupção (ativa e passiva) e tráfico de influências, como a título de exemplo, as suspeitas sobre o seu envolvimento no caso Freeport, Face Oculta e os contratos estabelecidos com as PPP (corrupção) e, a PT e a famigerada licenciatura em Engenharia (tráfico de influências). Não esqueçamos que, foi graças às manigâncias perpetradas pelos PGR’s., Dr. Noronha do Nascimento e Dr. Pinto Monteiro que este ator se “safou” de ser indiciado em algum dos processos.
2º. No que concerne ao seu despotismo, não esqueçamos os casos da TVI e dos jornais JN e DN, que pretendia manietá-los, coartando a liberdade de expressão na comunicação social, à boa maneira fascista.
3º. Incomoda-me, sobretudo, a sua omnipresença e, o facto de julgar-se cidadão de alto coturno!
D. O EXPOSTO, SUGERE-ME AS SEGUINTES CONSIDERAÇÕES:
1º. Muito mal estaria a nossa justiça se colocasse em prisão preventiva um qualquer cidadão, sobre o qual, não possuísse fortes e graves indícios de ilicitude (fraude fiscal qualificada, corrupção e branqueamento de capitais. Crimes que podem ser puníveis até dezasseis anos de cadeia). Não creio que algum juiz na sua prática, ética e deontológica, procedesse de tal forma? Penso que, o tempo da permissividade, laxismo e discriminação na justiça, tenha os dias contados. Credibilize-se a justiça, através dos seus melhores atores (competentes e destemidos!)
2º. Malgrado toda a estratégia capciosa do Eng. Sócrates em desmentir as notícias vindas a público, tentando branquear as acusações graves (ex. usar o motorista para branquear dinheiro) e relevando as menores (as entregas de dinheiro em envelopes) o facto é que, toda a sua narrativa (como tanto gosta de dizer) é completamente inverosímil e contraditória para o cidadão comum.
3º. Confesso não entender as reações veementes e por vezes insanas do ex-presidente da República, Dr. Mário Soares, insistindo que o caso Sócrates é, uma cabala política. Sócrates é um cidadão comum, acusado de fortes indícios de ilicitude, por consequência, do foro judicial e não político. O PS tem mantido a equidistância que a prudência aconselha.
4º. Para epílogo, penso que, o que está fundamentalmente em causa, é o património secreto atribuído a José Sócrates e, qual foi a origem do dinheiro. Exijamos pois, que a justiça, finalmente, não seja discriminatória, condene quem tem de condenar e, com a celeridade que se impõe. “Dura lex sed lex” (A lei é dura, mas é lei)!
É por estas e por outras que, me assumo infenso a política!
Até à próxima crónica e boas leituras!
05-03-2015
Comentários
Ainda não há novidades ...