Educação - As Mudanças na Avaliação dos Alunos
Por Augusto Moita
01-09-2016 às 19:50
Caros leitores, devido a compromissos com uma instituição de ensino, não me foi possível apresentar a minha habitual crónica, durante um longo período de tempo. Volto agora ao vosso “convívio” apresentando-vos uma crónica de opinião, necessariamente subjetiva, sobre as mudanças na avaliação dos alunos, decretadas pelo ME e, que espero, constitua mais um subsídio para a reflexão que se impõe, por parte de todos os interessados, nomeadamente os agentes educativos.
Sobre o assunto em título, defendo que devem existir três (e não dois) momentos de avaliação: a avaliação contínua, a aferição e o exame:
1. A Avaliação contínua: consiste, no meu ponto de vista, na avaliação que o professor faz à prestação de cada aluno no decorrer de todo o ano letivo e a todo o momento, essencialmente, em quatro parâmetros:
2. A aferição tem, naturalmente, objetivos intra-escolares (dentro das escolas), como seja, o acompanhamento do desenvolvimento curricular nas diferentes áreas disciplinares, obtendo informação detalhada através da aferição (verificação do atingimento de padrões pré-estabelecidos - notação -) do desempenho dos alunos, no final de cada ano letivo dos anos de provas de aferição e, a promoção de uma intervenção global atempada. São, quanto a mim, um excelente instrumento de monitorização do desempenho da própria escola, que complementarmente à avaliação contínua, permitir-lhes-á a análise/ponderação e a eventual procura/estudo de novos caminhos pedagógicos/didáticos e/ou programáticos.
3.O Exame, é obviamente uma avaliação externa à escola (emanada do ME - exames nacionais -), e conta sobretudo para a avaliação final de cada ciclo escolar do aluno. Pretende-se, na minha opinião, o seguinte:
O que é preocupante, na minha ótica, é o facto de os alunos passarem por dois ciclos de estudos sem qualquer avaliação externa (exame) que certifique se, desenvolveram ou não, as aprendizagens/competências definidas globalmente (a nível nacional), para cada um dos ciclos. Relembro que a proposta do novo governo é: aferição nos 2º. 5º. e 8º anos e exame apenas no 9º. ano de escolaridade.
Por consequência, e ao contrário do que preconiza o ME, prospetivo que, os exames deveriam ocorrer em dois momentos, nos 6º. e 9º. anos e não apenas em um momento ( 9º. ano) concordando que, as provas de aferição se realizem em três momentos longo do ensino básico, i.e. nos 2º., 5º. e 8º. anos.
Os exames nacionais, têm o condão de evitarem, sobretudo, o efeito de halo (interferência na avaliação devido a simpatia) e o efeito de horn (interferência na avaliação devido a antipatia), mais comum na aferição, entre outros eventuais efeitos, mas não a subjetividade que estará sempre presente em qualquer avaliação, seja ela qual for.
Julgo ser importante perceber que, a matemática e o português, não são tudo, são efetivamente parte importante de um todo multidisciplinar mas, sublinho, não são tudo! É igualmente importante aferir outras áreas de estudo, tais como; o estudo do meio, as ciências, a história, as línguas estrangeira, a informática e a formação cívica (para quando esta disciplina com caráter obrigatório no ensino secundário), entre outras de enorme importância.
Para concluir, desejar que o novo sistema de avaliação se torne uma realidade consistente, promovendo o sucesso dos alunos e o prestígio dos professores e das escolas, para o engrandecimento do País.
Pena foi, que o assunto não tivesse sido alvo de uma discussão alargada a todos os agentes envolvidos no ensino, nem que para tanto, se prorrogasse o tempo de aplicação. Enfim… coisas de políticos!
A próxima crónica versará o tema «Recrutamento, seleção e a avaliação de professores».
Até lá e boas leituras!
Por Augusto Moita
01-09-2016 às 19:50
Caros leitores, devido a compromissos com uma instituição de ensino, não me foi possível apresentar a minha habitual crónica, durante um longo período de tempo. Volto agora ao vosso “convívio” apresentando-vos uma crónica de opinião, necessariamente subjetiva, sobre as mudanças na avaliação dos alunos, decretadas pelo ME e, que espero, constitua mais um subsídio para a reflexão que se impõe, por parte de todos os interessados, nomeadamente os agentes educativos.
Sobre o assunto em título, defendo que devem existir três (e não dois) momentos de avaliação: a avaliação contínua, a aferição e o exame:
1. A Avaliação contínua: consiste, no meu ponto de vista, na avaliação que o professor faz à prestação de cada aluno no decorrer de todo o ano letivo e a todo o momento, essencialmente, em quatro parâmetros:
- Comportamento em aula (respeito pelo professor) e na interação com os colegas;
- Acatamento das prerrogativas/regras estabelecidas pelo(s) professor(es) e das ordens comportamentais/disciplinares emanadas da direção escolar;
- Interesse pelas matérias ministradas (atenção e participação/ interação nas aulas);
- Empenho e dedicação em superar as dificuldades.
2. A aferição tem, naturalmente, objetivos intra-escolares (dentro das escolas), como seja, o acompanhamento do desenvolvimento curricular nas diferentes áreas disciplinares, obtendo informação detalhada através da aferição (verificação do atingimento de padrões pré-estabelecidos - notação -) do desempenho dos alunos, no final de cada ano letivo dos anos de provas de aferição e, a promoção de uma intervenção global atempada. São, quanto a mim, um excelente instrumento de monitorização do desempenho da própria escola, que complementarmente à avaliação contínua, permitir-lhes-á a análise/ponderação e a eventual procura/estudo de novos caminhos pedagógicos/didáticos e/ou programáticos.
3.O Exame, é obviamente uma avaliação externa à escola (emanada do ME - exames nacionais -), e conta sobretudo para a avaliação final de cada ciclo escolar do aluno. Pretende-se, na minha opinião, o seguinte:
- Introduzir maior rigor no sistema educativo, como forma de mobilizar todos os agentes educativos; escola, professores, alunos, encarregados de educação e pais, a participarem em uma discussão alargada para a deteção de eventuais deficiências/insuficiências detetadas pela avaliação externa e que obstaculizam a uma melhor performance da escola, através da ponderação dos fatores que conduziram a essa situação e, encontrar formas de os debelar ou minorar em prol (benefício) dos alunos;
- Mas também, e assumo sem qualquer constrangimento, promover a discriminação (positiva/negativa), proporcionando a segregação (separação) entre os bons e os maus alunos, i.e., os que seguem para o ensino superior e os que ficam pelo ensino secundário, quando ficam;
- Reconhecendo que há manifestamente interesse por parte de todos os governantes em promover o ranking das escolas para se ufanarem dos resultados obtidos, através de dados meramente estatísticos) de que é exemplo «o decréscimo do abandono escolar», não deixo, contudo, de defender o novo método de avaliação.
O que é preocupante, na minha ótica, é o facto de os alunos passarem por dois ciclos de estudos sem qualquer avaliação externa (exame) que certifique se, desenvolveram ou não, as aprendizagens/competências definidas globalmente (a nível nacional), para cada um dos ciclos. Relembro que a proposta do novo governo é: aferição nos 2º. 5º. e 8º anos e exame apenas no 9º. ano de escolaridade.
Por consequência, e ao contrário do que preconiza o ME, prospetivo que, os exames deveriam ocorrer em dois momentos, nos 6º. e 9º. anos e não apenas em um momento ( 9º. ano) concordando que, as provas de aferição se realizem em três momentos longo do ensino básico, i.e. nos 2º., 5º. e 8º. anos.
Os exames nacionais, têm o condão de evitarem, sobretudo, o efeito de halo (interferência na avaliação devido a simpatia) e o efeito de horn (interferência na avaliação devido a antipatia), mais comum na aferição, entre outros eventuais efeitos, mas não a subjetividade que estará sempre presente em qualquer avaliação, seja ela qual for.
Julgo ser importante perceber que, a matemática e o português, não são tudo, são efetivamente parte importante de um todo multidisciplinar mas, sublinho, não são tudo! É igualmente importante aferir outras áreas de estudo, tais como; o estudo do meio, as ciências, a história, as línguas estrangeira, a informática e a formação cívica (para quando esta disciplina com caráter obrigatório no ensino secundário), entre outras de enorme importância.
Para concluir, desejar que o novo sistema de avaliação se torne uma realidade consistente, promovendo o sucesso dos alunos e o prestígio dos professores e das escolas, para o engrandecimento do País.
Pena foi, que o assunto não tivesse sido alvo de uma discussão alargada a todos os agentes envolvidos no ensino, nem que para tanto, se prorrogasse o tempo de aplicação. Enfim… coisas de políticos!
A próxima crónica versará o tema «Recrutamento, seleção e a avaliação de professores».
Até lá e boas leituras!
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