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Opinião Augusto Moita: "No Pós-Confinamento - A Utilidade da Inteligência Emocional"A IE contribui, decididamente, para a felicidade! Ao ultrapassar problemas com IE torna-se uma pessoa mais humana; por positiva, compreensiva, gratificada e feliz e, naturalmente, estará a contribuir para a felicidade dos outros
17-06-2020 às 11:08
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Dando sequência à ideia expressa no meu último artigo de opinião (edição de abril); «que deveríamos usar a Inteligência Emocional (IE) para melhor nos adaptarmos às novas obrigações e condições de vida em sociedade e nas organizações em geral, em tempo de pós-confinamento»; surge a presente crónica que dá primazia a alguns “conselhos” que se me afiguram, modestamente, como “ferramentas indispensáveis” para a tomada de melhores comportamentos, atitudes e ações, face às perceções que vamos adquirindo relativamente às mudanças e subsequentes problemáticas que, necessariamente, irão ocorrer na sociedade e nas empresas”.
A Inteligência Emocional (IE) que foi definida pela primeira vez no início da década de 90 é, segundo o meu conceito, a estimulação cognitiva que ocorre pela interação do trinómio: Emoções, Razão e Inteligência Cognitiva (IC). Quando ponderamos e agimos pela razão (consciência) estamos a controlar as nossas emoções, ao mesmo tempo que potenciamos os sentimentos provocados pelas mesmas, estimulando assim, a Inteligência Cognitiva, que vai despoletar uma reação/resolução racional dos problemas que, se pretende, sensata, equilibrada e adaptada à situação com a consequente satisfação do próprio e dos outros (pessoal ou organizacional)... A IE apresenta três variáveis, a saber: 1) A capacidade de avaliação dos estados de espírito (e.g.: andar triste, sentir-se alegre, estar em baixo, etc.) e das emoções, próprias e dos outros; 2) A capacidade de adaptação na interação entre os nossos estados de espírito e as nossas emoções e as dos outros; 3) Com base nos pressupostos anteriores, surge a capacidade para aceder e gerar sentimentos que facilitem as atividades cognitivas, isto é, a Inteligência Emocional (IE) em acção, visando, primeiramente, a resolução dos nossos conflitos internos (emoções) para de seguida e “através” da razão e da inteligência, alcançarmos as melhores decisões/soluções para os problemas. Assim, estas variáveis da IE influenciam os nossos comportamentos e as nossas decisões, na medida em que: a) Tendo em conta que as emoções não são mais do que respostas organizadas a acontecimentos internos e externos dos foros: afetivo, fisiológico, cognitivo e comportamental; estas provocam uma determinada reação positiva (e.g.: alegria) ou negativa (e.g.: frustração), que influenciam a nossa capacidade de raciocinar e de planear e, definem também, os limites da nossa capacidade de utilizar as aptidões mentais inatas ou IC, como sejam: a memória, o raciocínio, o julgamento e, o pensamento abstrato (que é a capacidade de refletirmos sobre situações das quais não possuímos conhecimento prévio), mas… b) Se conseguirmos monitorizar e regular os sentimentos próprios e os dos outros, estaremos capacitados a utilizar os sentimentos produzidos pelas emoções para orientar o raciocínio, o julgamento inteligente e o subsequente comportamento, atitude ou ação. Sintetizando: a emoção torna o pensamento mais inteligente, e a inteligência permite pensar e utilizar as emoções de modo mais eficaz. Então, quais são as ”ferramentas”? 1 a) Seja autoconsciente, isto é, faça um esforço honesto e assertivo para reconhecer, compreender e controlar os seus estados de espírito e as suas emoções, bem como, o efeito destes no controlo emocional da impulsividade, da autoconfiança, da auto-avaliação, da humildade, da gratidão, da educação, da justiça, do respeito, da autocrítica, de aceitar a crítica e de aceitar e adiar as gratificações (para alcançar um objetivo temos, por vezes, de abdicar de outras coisas) e, por uma cultura de exigência e de responsabilidade e, também por uma atitude positiva. b) Seja autorregulado: conhecer-se bem é meio caminho andado para o controlo ou redirecionamento dos seus impulsos, como sejam: a auto-estima, a empatia, e a integridade (os valores que defende e que não deve abdicar), a capacidade de gerir o stresse, o sentir-se bem em situações complexas ou exigentes e a recetividade à mudança de atitudes, comportamentos e tomadas de ação exigidas pela perceção das situações. Pare, oiça com atenção e observe a linguagem corporal do seu interlocutor! Tente acalmar-se, se for caso para isso, e reflita. Não se deixe dominar pelas emoções negativas e observe as indicações dadas pela linguagem corporal do seu interlocutor (e.g. agitado, cordato, etc) e proceda de acordo. As emoções negativas conduzem, inevitavelmente, a reações extemporâneas e, por norma, disparatadas. Não ponderar os pós e os contras e não flexibilizar atitudes (e,g. negociar), não conduz a soluções mas sim a conflitos! c) Procure, automotivar-se: seja capaz de se motivar para a concretização dos seus objetivos e/ou metas, que devem ser devidamente planeadas e exequíveis (dois pressupostos essenciais para a automotivação), quer ao nível pessoal ou familiar, quer profissionalmente com otimismo, energia e resiliência mas, estabelecendo o necessário equilíbrio entre o trabalho/objetivos e as obrigações familiares, o seu lazer prazeroso e a sua realização pessoal e profissional; d) Seja empático, tente compreender o estado emocional e os estados de espírito dos outros. Socialmente: seja capaz de se relacionar interpessoalmente colocando-se no lugar do outro, sendo sensível aos seus problemas. Pratique a escuta ativa, a paciência, o afeto, a solidariedade e a generosidade. Profissionalmente: compromisso com a organização e sensibilidade para a: interculturalidade, inclusão e igualdade de género, entre outras valências. Esteja sempre disponível para elogiar os outros que tenham mérito no que fazem, porque com essa atitude não está a apoucar-se, antes pelo contrário, evidencia grande nobreza de carácter e inteligência e, ganhará um amigo! e) Seja eficaz nas suas relações interpessoais ou habilidades sociais: preocupe-se em adquirir competências comportamentais (soft skills) para gerir relacionamentos interpessoais (existem cursos e-learning). Em contexto laboral, crie redes de contatos e seja capaz de gerir com eficácia a mudança; usando o seu poder de persuasão e a sua capacidade de trabalhar em equipa e de liderança. Aprenda a resolver conflitos e a tomar decisões (existem cursos e-learning). Esteja sempre disponível para deslocações e também, para a aquisição de novos conhecimentos, i.e.; Aprendizagem ao Longo da Vida (ALV); f) E, seja eficaz no ato de comunicar porque comunicar eficazmente, pressupõe clareza e assertividade na comunicação com os outros (utilize uma linguagem adequada ao contexto e ao interlocutor). A não compreensão de uma comunicação em contexto interpessoal pode gerar conflito de interesses; em contexto laboral, pode potenciar o erro e consequentemente a improdutividade. Como é evidente, esta crónica consubstancia um exercício de “retórica”, cuja aceitação e praticabilidade, varia de pessoa para pessoa, tendo a ver, essencialmente, com a sua IE, o seu temperamento (inato) e carácter (adquirido), isto é, com a sua personalidade. A IE contribui, decididamente, para a felicidade! Ao ultrapassar problemas com IE torna-se uma pessoa mais humana; por positiva, compreensiva, gratificada e feliz e, naturalmente, estará a contribuir para a felicidade dos outros. Pense nisto! Muito mais haveria para escrever sobre esta temática mas, trata-se de uma crónica e não de um trabalho académico, embora tenha sempre preocupações de ordem didática. Sincera e humildemente, espero que esta crónica se revista de alguma utilidade para o leitor, porque em consciência dei tudo o que sei e adicionei contributos, numa perspectiva de desconstruir e simplificar a temática, para melhor compreensão! 1 Interpretação e contributos da responsabilidade do cronista, com base na obra IE de Daniel Goleman-2000 |
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