Zona Industrial de Muge com várias polémicas à mistura
Com uma área de 26 hectares a zona industrial de Muge consiste num terreno inicialmente doado pela Casa Cadaval à junta de freguesia de Muge que ainda hoje administra os lotes que se encontram para venda. O terreno foi sendo lotado, “sem grande método ao contrário do que acontece hoje neste tipo de locais que são acompanhados das respetivas infraestruturas”, refere o presidente da junta de Muge, César Diogo. As empresas ao longo dos anos instalaram-se no local. Algumas foram falindo pelo caminho como a Portuleiter outrora a maior do complexo. Houve também muitas trocas de empresas. Só há cerca de 10 anos o complexo foi alcatroado, e apenas neste mandato colocada a iluminação pública, mesmo assim cada empresa tem a sua própria “baixada elétrica” dentro do espírito artesanal ligado ao nascimento desta zona industrial. No total cerca de 250 pessoas da freguesia deverão trabalhar no complexo de empresas em causa.
Neste momento, laboram 42 empresas, e o processo de registo e de legalização dos lotes consistiu num processo moroso ao longo dos anos. Sempre que no contrato de compra e venda entre a junta e as empresas não se inicie a construção, os terrenos voltam a ser revertidos para a autarquia. É uma forma de se evitar “a especulação imobiliária” refere o autarca.
Um dos assuntos que mais celeuma causou relativamente aos terrenos da zona industrial de Muge deveu-se ao caso do “destaque” de uma parcela de terreno com uma área de 3310, 20, no ano passado, à empresa Paulo André Construções. A oposição apontou o dedo à Câmara de Salvaterra de Magos e ao seu presidente Hélder Esménio porquanto estaria obrigado a ouvir a junta neste aspeto, mas a Câmara sempre evocou que agira dentro da lei.
A polémica já vinha de trás nesta operação relacionada com o destaque do terreno, tudo porque antes de ter sido adquirido pela empresa de construção em causa, chegou a estar na alçada de uma outra empresa entretanto insolvente que a dada altura desejou aumentar as instalações, como tal não seguiu em frente, acabou por revender o terreno quando não dispunha de licença de utilização, o que na opinião de César Diogo “era ilegal”. A junta tem um processo em tribunal contra o gestor da insolvência porque a venda “só podia ter acontecido com o nosso consentimento”, nomeadamente obedecendo a um conjunto de cláusulas imposta ao primeiro proprietário: o comprador só pode construir no local para fins industriais, deve iniciar a construção no prazo de dois anos, sendo proibida a revenda no caso dos compradores desistirem da montagem da indústria (como foi o caso), e a ser assim tem a junta de freguesia o direito de obter para si a parcela vendida pelo mesmo preço. César Diogo adianta ainda que a junta planeava vender esses terrenos pelo preço de 7,5 euros o m2, no total seriam 72 mil euros, e só depois a venda à empresa Paulo André ou outra poderia ser consumada. “Nunca abdicámos do nosso direito sobre o terreno, embora não o tivéssemos sobre a construção”.
Luís Gomes, vereador do Bloco Esquerda, à luz dos factos que lhe foram dados a perceber na altura, refere que “a transparência do processo” foi muitas vezes colocada em causa. Sendo que juridicamente a Câmara conseguiu resolver o caso, mas não acautelou os interesses “da junta de freguesia tanto mais que é gerida pelo mesmo partido do município”, e conforme lhe tinha sido aconselhado pelos serviços jurídicos “não só no que toca ao destaque, mas também aos valores envolvidos na aquisição”. No seu entender, o presidente da Câmara “refugiou-se na legalidade do processo mas não era suficiente”. Sobre a celeridade relacionada com este processo e com a Paulo André Construções diz que “levantou dúvidas”. Contudo “não queremos falar em favorecimentos em particular porque aí entrávamos no terreno dos ‘suponhamos’ e não dispomos de provas para isso”. Na altura “a Câmara ilustrou a rapidez neste despacho com outros igualmente resolvidos em poucos dias. Também podíamos mostrar processos em que a morosidade foi muito superior, mas enfim não passaria de mais um conjunto de argumentos, e ficámos por aí”. “Desconfiámos da rapidez do processo, levantámos questões mas não quisemos falar em favorecimentos. A junta de freguesia emitiu um comunicado indignada por não ter sido ouvida. A Câmara tentou suavizar o caso, mas de facto muito ficou por esclarecer”, acrescenta João Pedro Caniço da CDU.
O terreno entretanto dividido em dois está a ser ocupado em parte por uma empresa de tratores, e o restante ainda permanece na propriedade da Paulo André Construções. Sobre este dossier, Hélder Esménio diz que “a ter existido alguma ilegalidade antes do destaque, ela foi praticada ou por uma conservatória ou por um tribunal, pois foram estas entidades que registaram e venderam a parcela de terreno objeto do destaque, que não tinha quaalquer ónus que impedisse tal.”, acrescentando ainda que “acima dos interesses político-económicos de uns e de outros, está o interesse público e o cumprimento das normas legais.” Chegou-se a falar também no interesse privado do vereador João Oliveira, eleito pelo PS, naqueles terrenos e que a sua retirada de pelouros podia estar relacionada com tal, mas Esménio prefere não tecer considerações.
Terreno que custou um milhão ainda sem empresas
Em 2009, e a poucos meses das eleições autárquicas o Bloco de Esquerda que na altura estava na gestão do município, procedeu à aquisição de um terreno junto à estação da CP e na mesma área da dita zona industrial de Muge. Tratou-se de um investimento apreciável à época. A Câmara desejaria atrair para o local novas empresas e dar um impulso económico a esta área depois de um mandato pautado pelas críticas ao fraco desempenho autárquico quanto à captação de empresas, e à carga fiscal pouco atrativa. Luís Gomes sublinha que se fosse hoje a autarquia não teria adquirido o terreno tendo em conta o cenário de crise que Portugal vivenciou poucos anos depois. “A ferrovia era uma das apostas do Governo de José Sócrates e devido a esse facto considerou-se apropriada essa aposta do executivo Bloco de Esquerda”, recorda-se, enfatizando que “esse foi um investimento que foi aprovado por unanimidade em assembleia municipal e reunião de Câmara”.
César Diogo considera que a autarquia adquiriu esses terrenos a um custo acima da média, a 11 euros o metro quadrado, e se procedesse a obras nos 10 hectares adquiridos a nível de esgotos, luz, e arruamentos, “talvez sobrassem sete hectares de terreno”. “Não sei qual seria à posteriori o preço de revenda e se o negócio podia ser bom ou não. Para dar lucro talvez na ordem dos 30 euros o m2, muito superior ao que é vendido aqui à volta”. Para o vereador da CDU, o investimento na altura não deixou de ser importante, “mas talvez tivesse sido interessante acautelar desde logo o interesse de algumas empresas, e ter a certeza da sua fixação, não se comprar o terreno para depois ficar à espera dos potenciais interessados”. Já o presidente da Câmara salienta que essa aquisição do terreno, “ainda está a ser paga pelo município”. Faz parte da bolsa de terrenos que o gabinete de apoio ao empreendedorismo apresenta aos empresários que estudam investir no concelho. No futuro, e caso seja eleito nas próximas autárquicas, refere que o enfoque deverá passar para já pelas áreas empresariais que existem em Vale de Lobos (Muge), em Pinhal dos Mouros (Salvaterra de Magos) ou em outras localizações que o PDM viabilize, pois não se perspetiva incrementos a nível de fundos comunitários para novas localizações. Acima de tudo, e ainda perspetivando o futuro, se vencer as eleições, pretende vir a continuar a atuar “como agente desburocratizador e facilitador dos agentes económicos instalados ou que se queiram instalar no concelho, porque antes não havia nada.” “Vamos manter a atenção que temos dedicado a esta área da ação municipal e vamos intensificar as ações de promoção do que é nosso, das nossas riquezas endógenas desde o setor agro-industrial, passando pelo turismo e pela falcoaria”, entre outros. O vereador do Bloco de Esquerda considera que o debate sobre Muge não está fechado, mas é da opinião de que “este tipo de espaços industriais tal como se apresentam já não fazem sentido”. “O futuro passa antes por uma especificidade das empresas nas zonas industriais direcionadas para um setor económico, funcionando antes como um cluster”.
A dada altura, a limpeza e a manutenção do espaço industrial em causa foram notícia. A Câmara e a junta intervieram no local com algumas melhorias a nível da iluminação e da limpeza, mas “sempre em reação” quando a oposição ia levantado estas questões, diz Luís Gomes. Neste campo “considero que os empresários também têm de saber zelar pelos seus espaços”, acrescenta João Pedro Caniço. O presidente da junta reconhece a pouca eficiência da junta mas justifica-se referindo que tem algumas “dificuldades a nível dos recursos humanos para fazer as limpezas que seriam necessárias”. “Dos seis funcionários que tenho, três meteram baixa muitas vezes no ano passado” .
Desde 2015 que se começou a falar da vinda da Confeitaria Nacional para a zona industrial de Muge, em que a junta perdeu desde logo o direito aos terrenos. Para César Diogo é um investimento bem-vindo que criou expetativa mas nesta altura já gostava de ver algo em marcha, mas entretanto não houve mais notícias. “A aquisição à Caixa Agrícola foi rápida e fiquei mesmo convencido, mas já passou um ano e meio…”
Neste aspeto Hélder Esménio informa que no que dizia respeito à Câmara quis primar pela celeridade dos processos, mas que agora há questões relacionadas com candidaturas a fundos comunitários por parte da empresa que não dependem da Câmara. “Tenho vindo a falar com o empresário com muita frequência e acredito que, no verão deste ano, podemos ter novidades no terreno”, informa ao mesmo tempo que se dirige à oposição: “Gostaria muito que aqueles que se opõem a este executivo camarário não escolhessem os empresários ou as associações, como alguns já fizeram, como armas de arremesso político-partidário”.
Zona Industrial de Muge com várias polémicas à mistura
Com uma área de 26 hectares a zona industrial de Muge consiste num terreno inicialmente doado pela Casa Cadaval à junta de freguesia de Muge que ainda hoje administra os lotes que se encontram para venda. O terreno foi sendo lotado, “sem grande método ao contrário do que acontece hoje neste tipo de locais que são acompanhados das respetivas infraestruturas”, refere o presidente da junta de Muge, César Diogo. As empresas ao longo dos anos instalaram-se no local. Algumas foram falindo pelo caminho como a Portuleiter outrora a maior do complexo. Houve também muitas trocas de empresas. Só há cerca de 10 anos o complexo foi alcatroado, e apenas neste mandato colocada a iluminação pública, mesmo assim cada empresa tem a sua própria “baixada elétrica” dentro do espírito artesanal ligado ao nascimento desta zona industrial. No total cerca de 250 pessoas da freguesia deverão trabalhar no complexo de empresas em causa.
Neste momento, laboram 42 empresas, e o processo de registo e de legalização dos lotes consistiu num processo moroso ao longo dos anos. Sempre que no contrato de compra e venda entre a junta e as empresas não se inicie a construção, os terrenos voltam a ser revertidos para a autarquia. É uma forma de se evitar “a especulação imobiliária” refere o autarca.
Um dos assuntos que mais celeuma causou relativamente aos terrenos da zona industrial de Muge deveu-se ao caso do “destaque” de uma parcela de terreno com uma área de 3310, 20, no ano passado, à empresa Paulo André Construções. A oposição apontou o dedo à Câmara de Salvaterra de Magos e ao seu presidente Hélder Esménio porquanto estaria obrigado a ouvir a junta neste aspeto, mas a Câmara sempre evocou que agira dentro da lei.
A polémica já vinha de trás nesta operação relacionada com o destaque do terreno, tudo porque antes de ter sido adquirido pela empresa de construção em causa, chegou a estar na alçada de uma outra empresa entretanto insolvente que a dada altura desejou aumentar as instalações, como tal não seguiu em frente, acabou por revender o terreno quando não dispunha de licença de utilização, o que na opinião de César Diogo “era ilegal”. A junta tem um processo em tribunal contra o gestor da insolvência porque a venda “só podia ter acontecido com o nosso consentimento”, nomeadamente obedecendo a um conjunto de cláusulas imposta ao primeiro proprietário: o comprador só pode construir no local para fins industriais, deve iniciar a construção no prazo de dois anos, sendo proibida a revenda no caso dos compradores desistirem da montagem da indústria (como foi o caso), e a ser assim tem a junta de freguesia o direito de obter para si a parcela vendida pelo mesmo preço. César Diogo adianta ainda que a junta planeava vender esses terrenos pelo preço de 7,5 euros o m2, no total seriam 72 mil euros, e só depois a venda à empresa Paulo André ou outra poderia ser consumada. “Nunca abdicámos do nosso direito sobre o terreno, embora não o tivéssemos sobre a construção”.
Luís Gomes, vereador do Bloco Esquerda, à luz dos factos que lhe foram dados a perceber na altura, refere que “a transparência do processo” foi muitas vezes colocada em causa. Sendo que juridicamente a Câmara conseguiu resolver o caso, mas não acautelou os interesses “da junta de freguesia tanto mais que é gerida pelo mesmo partido do município”, e conforme lhe tinha sido aconselhado pelos serviços jurídicos “não só no que toca ao destaque, mas também aos valores envolvidos na aquisição”. No seu entender, o presidente da Câmara “refugiou-se na legalidade do processo mas não era suficiente”. Sobre a celeridade relacionada com este processo e com a Paulo André Construções diz que “levantou dúvidas”. Contudo “não queremos falar em favorecimentos em particular porque aí entrávamos no terreno dos ‘suponhamos’ e não dispomos de provas para isso”. Na altura “a Câmara ilustrou a rapidez neste despacho com outros igualmente resolvidos em poucos dias. Também podíamos mostrar processos em que a morosidade foi muito superior, mas enfim não passaria de mais um conjunto de argumentos, e ficámos por aí”. “Desconfiámos da rapidez do processo, levantámos questões mas não quisemos falar em favorecimentos. A junta de freguesia emitiu um comunicado indignada por não ter sido ouvida. A Câmara tentou suavizar o caso, mas de facto muito ficou por esclarecer”, acrescenta João Pedro Caniço da CDU.
O terreno entretanto dividido em dois está a ser ocupado em parte por uma empresa de tratores, e o restante ainda permanece na propriedade da Paulo André Construções. Sobre este dossier, Hélder Esménio diz que “a ter existido alguma ilegalidade antes do destaque, ela foi praticada ou por uma conservatória ou por um tribunal, pois foram estas entidades que registaram e venderam a parcela de terreno objeto do destaque, que não tinha quaalquer ónus que impedisse tal.”, acrescentando ainda que “acima dos interesses político-económicos de uns e de outros, está o interesse público e o cumprimento das normas legais.” Chegou-se a falar também no interesse privado do vereador João Oliveira, eleito pelo PS, naqueles terrenos e que a sua retirada de pelouros podia estar relacionada com tal, mas Esménio prefere não tecer considerações.
Terreno que custou um milhão ainda sem empresas
Em 2009, e a poucos meses das eleições autárquicas o Bloco de Esquerda que na altura estava na gestão do município, procedeu à aquisição de um terreno junto à estação da CP e na mesma área da dita zona industrial de Muge. Tratou-se de um investimento apreciável à época. A Câmara desejaria atrair para o local novas empresas e dar um impulso económico a esta área depois de um mandato pautado pelas críticas ao fraco desempenho autárquico quanto à captação de empresas, e à carga fiscal pouco atrativa. Luís Gomes sublinha que se fosse hoje a autarquia não teria adquirido o terreno tendo em conta o cenário de crise que Portugal vivenciou poucos anos depois. “A ferrovia era uma das apostas do Governo de José Sócrates e devido a esse facto considerou-se apropriada essa aposta do executivo Bloco de Esquerda”, recorda-se, enfatizando que “esse foi um investimento que foi aprovado por unanimidade em assembleia municipal e reunião de Câmara”.
César Diogo considera que a autarquia adquiriu esses terrenos a um custo acima da média, a 11 euros o metro quadrado, e se procedesse a obras nos 10 hectares adquiridos a nível de esgotos, luz, e arruamentos, “talvez sobrassem sete hectares de terreno”. “Não sei qual seria à posteriori o preço de revenda e se o negócio podia ser bom ou não. Para dar lucro talvez na ordem dos 30 euros o m2, muito superior ao que é vendido aqui à volta”. Para o vereador da CDU, o investimento na altura não deixou de ser importante, “mas talvez tivesse sido interessante acautelar desde logo o interesse de algumas empresas, e ter a certeza da sua fixação, não se comprar o terreno para depois ficar à espera dos potenciais interessados”. Já o presidente da Câmara salienta que essa aquisição do terreno, “ainda está a ser paga pelo município”. Faz parte da bolsa de terrenos que o gabinete de apoio ao empreendedorismo apresenta aos empresários que estudam investir no concelho. No futuro, e caso seja eleito nas próximas autárquicas, refere que o enfoque deverá passar para já pelas áreas empresariais que existem em Vale de Lobos (Muge), em Pinhal dos Mouros (Salvaterra de Magos) ou em outras localizações que o PDM viabilize, pois não se perspetiva incrementos a nível de fundos comunitários para novas localizações. Acima de tudo, e ainda perspetivando o futuro, se vencer as eleições, pretende vir a continuar a atuar “como agente desburocratizador e facilitador dos agentes económicos instalados ou que se queiram instalar no concelho, porque antes não havia nada.” “Vamos manter a atenção que temos dedicado a esta área da ação municipal e vamos intensificar as ações de promoção do que é nosso, das nossas riquezas endógenas desde o setor agro-industrial, passando pelo turismo e pela falcoaria”, entre outros. O vereador do Bloco de Esquerda considera que o debate sobre Muge não está fechado, mas é da opinião de que “este tipo de espaços industriais tal como se apresentam já não fazem sentido”. “O futuro passa antes por uma especificidade das empresas nas zonas industriais direcionadas para um setor económico, funcionando antes como um cluster”.
A dada altura, a limpeza e a manutenção do espaço industrial em causa foram notícia. A Câmara e a junta intervieram no local com algumas melhorias a nível da iluminação e da limpeza, mas “sempre em reação” quando a oposição ia levantado estas questões, diz Luís Gomes. Neste campo “considero que os empresários também têm de saber zelar pelos seus espaços”, acrescenta João Pedro Caniço. O presidente da junta reconhece a pouca eficiência da junta mas justifica-se referindo que tem algumas “dificuldades a nível dos recursos humanos para fazer as limpezas que seriam necessárias”. “Dos seis funcionários que tenho, três meteram baixa muitas vezes no ano passado” .
Desde 2015 que se começou a falar da vinda da Confeitaria Nacional para a zona industrial de Muge, em que a junta perdeu desde logo o direito aos terrenos. Para César Diogo é um investimento bem-vindo que criou expetativa mas nesta altura já gostava de ver algo em marcha, mas entretanto não houve mais notícias. “A aquisição à Caixa Agrícola foi rápida e fiquei mesmo convencido, mas já passou um ano e meio…”
Neste aspeto Hélder Esménio informa que no que dizia respeito à Câmara quis primar pela celeridade dos processos, mas que agora há questões relacionadas com candidaturas a fundos comunitários por parte da empresa que não dependem da Câmara. “Tenho vindo a falar com o empresário com muita frequência e acredito que, no verão deste ano, podemos ter novidades no terreno”, informa ao mesmo tempo que se dirige à oposição: “Gostaria muito que aqueles que se opõem a este executivo camarário não escolhessem os empresários ou as associações, como alguns já fizeram, como armas de arremesso político-partidário”.
Fecho da IPI deverá deixar 83 pessoas no desemprego
Várias empresas já fecharam portas neste complexo industrial, e neste momento a Indústria de Produtos de Iluminação (IPI) está na calha para suceder à Portuleiter entre outras. Oitenta e três trabalhadores estarão prestes a perder o seu emprego. De acordo com um comunicado do Sindicato das Indústrias Elétricas do Sul e Ilhas os motivos que a administração alega para extinguir a atividade da empresa “são frágeis”, tendo em conta que recentemente a empresa “começou a realizar obras de substituição de um telhado” e adquiriu mesmo uma nova serra de corte.
Para Rui Aldeano, daquele sindicato ouvido pelo Valor Local, trata-se de um encerramento no seu entender fraudulento dado que o objetivo será a transferência da produção para a fábrica da IPI em Águeda. Pior do que isso é o facto de “os trabalhadores terem recusado a presença e o acompanhamento do sindicato neste processo com medo de sofrerem represálias”, constata, garantindo que tem “havido ameaças nesse sentido por parte da administração da empresa”. O sindicalista diz que os trabalhadores estão com medo de não receberem as indemnizações a que têm direito embora, a empresa alegue que o fará entre três a seis meses. Contudo alerta: “Os trabalhadores estão a auferir um salário abaixo do tabelado para o setor, as diuturnidades também não correspondem à realidade, muitos já teriam direito a quatro, e a empresa só se compromete com duas, alegando dificuldades financeiras”. Rui Aldeano refere que os trabalhadores até podem correr o risco “de não receberem as indemnizações, que devem ser pagas no dia do encerramento da empresa, mas que neste caso já se fala até seis meses depois, e quando o fundo de garantia salarial só cobre oito mil euros por trabalhador”.
O Valor Local contactou a empresa que se manifestou interessada em responder a um conjunto de questões que foram rececionadas pela mesma, mas até à hora de fecho desta edição não recebemos as respostas sobre o que se passará ou não no futuro.
Já a Câmara de Salvaterra refere que está a acompanhar o processo, e que recebeu a informação de que a “administração decidiu encerrar esta unidade produtiva” por quebra nas vendas para mercados europeus.
Hélder Esménio acrescenta que a autarquia articulou com o Instituto de Emprego a possibilidade de ser prestado apoio a estes trabalhadores. A Câmara diz ainda que reuniu-se com a Agência para o Investimento e o Comércio Externo de Portugal (AICEP)– onde estiveram também os empresários, para que a agência “nos pudesse ajudar a encontrar um investidor que estivesse interessado em adquirir aquelas instalações fabris e ali pudesse abrir uma nova atividade.” “Vamos esperar que, um dia destes, todas estas ações possam ter resultado e que o nosso concelho continue a ver os números do desemprego a diminuir”, conclui.
Oposição acusa Câmara de se ter em demasiada boa conta em matéria de empreendedorismo
Neste mandato, a autarquia tem feito bandeira do empreendedorismo e da captação de investimento para o concelho, tendo criado a meio do mandato a figura do vereador com estes pelouros (atribuído a Francisco Naia do PSD), autocaracterizando-se ainda como mais proactiva, nestes domínios, do que nos mandatos do Bloco de Esquerda. Luís Gomes diz que no final é que se fazem as contas, “para percebermos quantas empresas fecharam, quantas abriram e quantos postos de trabalho foram criados”. “Tivemos um vereador a tempo inteiro para esta matéria mas não vemos resultados, a não ser viagens ao estrangeiro, conversas e reuniões”; refere ainda. João Pedro Caniço também concorda: “De facto não se assiste um grande incremento do empreendedorismo apesar de terem feito uma aliança com um vereador do PSD/CDSPP que passou a ter competências nesse domínio”. À zona industrial de Muge “não foi trazido nada de novo”, acrescenta, e salienta a necessidade de obras de manutenção na Ponte Dona Amélia. Sendo a zona industrial gerida pela junta, encara tal como pouco positivo “dada a péssima gestão” do atual executivo da freguesia.
Já o presidente da Câmara de Salvaterra de Magos, Hélder Esménio, perante as críticas ao pelouro do empreendedorismo no município contrapõe: “Infelizmente quando a realidade corre a favor daqueles que se esforçam e trabalham em prol do sucesso do nosso concelho, outros há que preferem torcê-la e distorcê-la, mas os factos falam por nós e são indesmentíveis: o concelho de Salvaterra de Magos está em sexto lugar, entre os 21 municípios do distrito de Santarém, no que diz respeito ao número de empresas criadas no ano de 2016, e quem o afirma é a Associação Empresarial da Região de Santarém”. Neste aspeto, destaca entre outros, as parcerias criadas com diversos agentes económicos e de desenvolvimento, bem como um portal do investidor.
O autarca refere, ainda, que baixou impostos e outros custos de taxas relacionadas com a instalação de empresas. “Temos tido também um importante sucesso na promoção e divulgação do nosso concelho, o que tem captado milhares de visitantes ao nosso território, que seguramente incrementam o volume de negócios, ajudam a economia local e criam postos de trabalho. A nossa taxa de desemprego está hoje dentro dos valores da média nacional, quando antes éramos dos piores do distrito”, conclui.
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Fecho da IPI deverá deixar 83 pessoas no desemprego
Várias empresas já fecharam portas neste complexo industrial, e neste momento a Indústria de Produtos de Iluminação (IPI) está na calha para suceder à Portuleiter entre outras. Oitenta e três trabalhadores estarão prestes a perder o seu emprego. De acordo com um comunicado do Sindicato das Indústrias Elétricas do Sul e Ilhas os motivos que a administração alega para extinguir a atividade da empresa “são frágeis”, tendo em conta que recentemente a empresa “começou a realizar obras de substituição de um telhado” e adquiriu mesmo uma nova serra de corte.
Para Rui Aldeano, daquele sindicato ouvido pelo Valor Local, trata-se de um encerramento no seu entender fraudulento dado que o objetivo será a transferência da produção para a fábrica da IPI em Águeda. Pior do que isso é o facto de “os trabalhadores terem recusado a presença e o acompanhamento do sindicato neste processo com medo de sofrerem represálias”, constata, garantindo que tem “havido ameaças nesse sentido por parte da administração da empresa”. O sindicalista diz que os trabalhadores estão com medo de não receberem as indemnizações a que têm direito embora, a empresa alegue que o fará entre três a seis meses. Contudo alerta: “Os trabalhadores estão a auferir um salário abaixo do tabelado para o setor, as diuturnidades também não correspondem à realidade, muitos já teriam direito a quatro, e a empresa só se compromete com duas, alegando dificuldades financeiras”. Rui Aldeano refere que os trabalhadores até podem correr o risco “de não receberem as indemnizações, que devem ser pagas no dia do encerramento da empresa, mas que neste caso já se fala até seis meses depois, e quando o fundo de garantia salarial só cobre oito mil euros por trabalhador”.
O Valor Local contactou a empresa que se manifestou interessada em responder a um conjunto de questões que foram rececionadas pela mesma, mas até à hora de fecho desta edição não recebemos as respostas sobre o que se passará ou não no futuro.
Já a Câmara de Salvaterra refere que está a acompanhar o processo, e que recebeu a informação de que a “administração decidiu encerrar esta unidade produtiva” por quebra nas vendas para mercados europeus.
Hélder Esménio acrescenta que a autarquia articulou com o Instituto de Emprego a possibilidade de ser prestado apoio a estes trabalhadores. A Câmara diz ainda que reuniu-se com a Agência para o Investimento e o Comércio Externo de Portugal (AICEP)– onde estiveram também os empresários, para que a agência “nos pudesse ajudar a encontrar um investidor que estivesse interessado em adquirir aquelas instalações fabris e ali pudesse abrir uma nova atividade.” “Vamos esperar que, um dia destes, todas estas ações possam ter resultado e que o nosso concelho continue a ver os números do desemprego a diminuir”, conclui.
Oposição acusa Câmara de se ter em demasiada boa conta em matéria de empreendedorismo
Neste mandato, a autarquia tem feito bandeira do empreendedorismo e da captação de investimento para o concelho, tendo criado a meio do mandato a figura do vereador com estes pelouros (atribuído a Francisco Naia do PSD), autocaracterizando-se ainda como mais proactiva, nestes domínios, do que nos mandatos do Bloco de Esquerda. Luís Gomes diz que no final é que se fazem as contas, “para percebermos quantas empresas fecharam, quantas abriram e quantos postos de trabalho foram criados”. “Tivemos um vereador a tempo inteiro para esta matéria mas não vemos resultados, a não ser viagens ao estrangeiro, conversas e reuniões”; refere ainda. João Pedro Caniço também concorda: “De facto não se assiste um grande incremento do empreendedorismo apesar de terem feito uma aliança com um vereador do PSD/CDSPP que passou a ter competências nesse domínio”. À zona industrial de Muge “não foi trazido nada de novo”, acrescenta, e salienta a necessidade de obras de manutenção na Ponte Dona Amélia. Sendo a zona industrial gerida pela junta, encara tal como pouco positivo “dada a péssima gestão” do atual executivo da freguesia.
Já o presidente da Câmara de Salvaterra de Magos, Hélder Esménio, perante as críticas ao pelouro do empreendedorismo no município contrapõe: “Infelizmente quando a realidade corre a favor daqueles que se esforçam e trabalham em prol do sucesso do nosso concelho, outros há que preferem torcê-la e distorcê-la, mas os factos falam por nós e são indesmentíveis: o concelho de Salvaterra de Magos está em sexto lugar, entre os 21 municípios do distrito de Santarém, no que diz respeito ao número de empresas criadas no ano de 2016, e quem o afirma é a Associação Empresarial da Região de Santarém”. Neste aspeto, destaca entre outros, as parcerias criadas com diversos agentes económicos e de desenvolvimento, bem como um portal do investidor.
O autarca refere, ainda, que baixou impostos e outros custos de taxas relacionadas com a instalação de empresas. “Temos tido também um importante sucesso na promoção e divulgação do nosso concelho, o que tem captado milhares de visitantes ao nosso território, que seguramente incrementam o volume de negócios, ajudam a economia local e criam postos de trabalho. A nossa taxa de desemprego está hoje dentro dos valores da média nacional, quando antes éramos dos piores do distrito”, conclui.
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