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Presidente da junta de Ota exige mais fiscalização do aterroDiogo Carvalho acusa a comissão de acompanhamento de ter ficado parada durante os últimos anos
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O presidente da junta de freguesia de Ota enviou uma recomendação à Câmara Municipal de Alenquer relativamente ao aterro existente naquela localidade. Diogo Carvalho refere ao Valor Local que o aterro inaugurado em 2008 e cujo fim de vida deverá ser atingido em 2025, está no centro das preocupações, pois apesar dos maus cheiros não chegarem ao interior da localidade, que ainda dista alguns quilómetros, há uma onda generalizada de preocupação. junto das populações. A junta pede à Câmara mais fiscalização e contacto com as entidades responsáveis como a Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional (CCDR) e Agência Portuguesa do Ambiente (APA).
O autarca refere que deixou de ser produzida informação sobre o acompanhamento da Câmara à unidade, e que o último relatório data de 2018. Uma das preocupações mais prementes nesta altura refere-se ao intenso movimento de camiões que atravessa a localidade rumo ao aterro. “Estamos a falar de 40 a 50 camiões por dia. Nos últimos dois meses deve ter chegado a mais de 60 camiões diariamente”. Por outro lado “transportam na sua maioria lamas, e basta olhar para as paredes de algumas casas aqui dentro da freguesia que estão todas marcadas com aquela sujidade. As pessoas queixam-se”. “Por outro lado, está em causa a própria segurança das pessoas com tanto tráfego. Já chamámos a GNR e contactámos a Câmara mas ninguém nos ouve”. Diogo Carvalho diz mesmo que ninguém sabe o que anda lá a ser depositado”. Existiu uma comissão “que esteve parada durante dois ou três anos por inércia da Câmara”, atira, e vai mais longe – “Acho que nem a própria Câmara teve noção disso, simplesmente não sabiam de nada”. A comissão é composta por membros da Câmara, da Assembleia Municipal, e pelo próprio presidente da junta de Ota, presidente da assembleia de freguesia de Ota, Alambi, e CCDR. “A questão andou ao deus dará nos últimos anos, e sou sincero, também não estava muito capacitado para isto”. O presidente da junta diz que ficou alarmado quando se deparou com a passagem pelo interior da freguesia de contentores marítimos com destino ao aterro. Sobre o que levam os contentores no seu interior não tem mas serão oriundos do estrangeiro. O presidente da junta fala em líquidos provenientes da laboração do aterro que vão parar às linhas de água que abastecem três ou quatro quintas na zona. Dia 16 de janeiro vai acontecer uma reunião nas instalações da Blue Ota, empresa gestora deste aterro. A junta de freguesia diz que não tem a mínima ideia acerca das ações de inspeção da CCDR no local. “Julgo que a Câmara também não, porque lhe passa ao lado, e procura não olhar para os problemas onde eles existem”. “Sei que a empresa está desagradada com os nossos pedidos, mas até a própria Câmara está, e eu não percebo porquê”, diz. O aterro pode subir ainda mais em altura e também em expansão. O autarca diz também que em 2015 e 2016 houve autorizações para aumento da atividade, “sem que nunca tenhamos sido consultados”. Entre outros motivos de preocupação e segundo a moção enviada à Câmara estão circunstâncias como o facto de a estrutura ultrapassar a altimetria que constava do projeto; a incidência de dois ou três incêndios por ano no local podem estar a contribuir para destruir a tela de isolamento existente, a que se juntam ainda as toneladas de amianto, entre muitas outras toneladas de outros resíduos, nomeadamente, os importados. Ao Valor Local, o presidente da Câmara Pedro Folgado refuta as considerações de Diogo Carvalho e diz que a Câmara e a comissão têm acompanhado o funcionamento do aterro. O autarca diz ainda que vai providenciar junto da CCDR uma vinda ao terreno mas também diz estar consciente de que “a legislação para os aterros é possivelmente muito permissiva” e que nesses casos “a Câmara pouco pode fazer”. |
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