Programa para controle de gatos vadios em Azambuja alvo de críticas
Autarquia acusada de contratualizar uma verba de seis mil euros com a Associação Tico e Teco, do Cartaxo, mas sem a preocupação devolver os animais à rua
|24 Maio 2021 15:39
Sílvia Agostinho A Câmara Municipal de Azambuja aderiu ao programa de “Captura, Esterilização e Devolução” (CED) com o objetivo de controlar a população de gatos no concelho. O abandono animal está na ordem do dia, e este projeto pretende aumentar o número de esterilizações, e com isso controlar a reprodução dos animais de rua o máximo possível. O objetivo é encontrar cuidadores que deixem comida e água para os gatos vadios, os denominados assilvestrados, em locais estratégicos. Contudo a oposição e o grupo informal “Campanha de Esterilização de Animais Abandonados (CEEA)” criticam a Câmara por estar a implementar o CED contra o espírito para o qual foi criado. A autarquia contratualizou uma verba de seis mil euros com a Associação Tico e Teco, do Cartaxo, para que recolha os animais depois de esterilizados, mas sem a preocupação de os devolver ao seu habitat.
Em reunião de Câmara, a veterinária municipal alegou que já tentou o contacto com “as pessoas que dão de comer aos gatos para que reforcem o seu papel de cuidadores, mas ninguém se chega à frente”. O Valor Local ouviu o vice-presidente da Câmara, Silvino Lúcio, que reforça a posição do município com a inexistência de um canil e de um gatil, o que também está na origem deste protocolo assumido com a associação do Cartaxo. José Paulo Pereira, vereador do PSD, lamenta que dos seis mil euros para ano e meio de programa apenas “15 por cento dos fundos serão utilizados efetivamente no programa, os restantes 85 por cento serão afetos a esta associação” prevendo-se um máximo de 100 gatos a serem abrangidos para recolocação em colónias durante 18 meses. O autarca lamenta que só nesta altura a autarquia tenha aderido a este programa, quando outros municípios já fazem esse percurso há mais tempo, “e quando há verbas a fundo perdido para se tratar deste problema”. A própria “Comunidade Intermunicipal da Lezíria do Tejo tem protocolos com entidades farmacêuticas que permitem agilizar as esterilizações”. Por outro lado, “nem se sabe qual o número de animais existentes nas colónias”. José Paulo Pereira não tem dúvidas – “A Câmara entrega os animais à associação e fica à espera, que ela resolva o problema, porque no fundo estamos a falar de colónias em ambiente urbano que causam desconforto às pessoas. Diminuir o efetivo de gatos, mas ter presente a sua devolução deveria ser o objetivo no seu todo”. Silvino Lúcio reforça o papel importante que a Associação Tico e Teco vai ter porque “em primeiro lugar não é fácil apanhar animais de rua, e será isso que eles vão fazer também”. Por outro lado, e na questão de a Câmara não estar a levar a cabo este programa a cem por cento, ao encaminhar os gatos para a associação sem se preocupar com a sua devolução após a esterilização, refere que esse “é um trabalho que vai demorar o seu tempo”. “Estamos a agilizar com as juntas de freguesia no sentido de encontramos pessoas que possam assumir essa responsabilidade de lhes dar de comer e beber, e no fundo manter as colónias”. Um dos problemas inerentes às colónias atualmente prende-se com a circunstância de as pessoas “darem os restos das suas refeições, mas isso não pode ser, porque os gatos devem comer comida seca, no fundo ração”, explica para salientar que nem toda a gente está motivada para ir mais além nessa tarefa, que também implica despender verbas para isso. Deixe a sua Opinião sobre este Artigo
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