Silvino Lúcio pede ajuda ao ministro do Ambiente para encerrar aterro
Apesar de nesta altura estar a receber terras para tapar a única célula, autarquia entende que a recuperação paisagística deve avançar o mais depressa possível. Oposição e executivo censuram CCDR-LVT
|01 Jun 2022 09:40
Sílvia Agostinho Aperta-se o cerco para o encerramento definitivo do aterro da Triaza em Azambuja. Apesar de neste momento, a unidade estar apenas a receber terra com vista a operações de cobertura, executivo e oposição na Câmara de Azambuja entendem que a Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional de Lisboa e Vale do Tejo (CCDR-LVT) está a fazer prolongar no tempo uma situação que já deu o que tinha a dar. O aterro ultrapassou em mais de seis metros a cota em altura, e no que respeita à quantidade de resíduos que pode depositar na única célula em funcionamento aproxima-se da sua capacidade máxima a passos largos.
O Valor Local teve acesso à documentação da CCDR enviada à Câmara com vista ao encerramento do aterro, sendo que aquela entidade desvaloriza o facto de a cota altimétrica já ter sido ultrapassada, referindo que “por via da compressão e da biodegradação dos resíduos” continua a existir capacidade para receber resíduos. Por outro lado, a CCDR terá fica satisfeita com a resposta da empresa do grupo Mota-Engil/Urbaser que face ao pedido prévio para que apresentasse um plano de selagem do aterro no prazo de 180 dias, salientou que “apesar da deposição de resíduos se encontrar limitada não se encontra suspensa”, pelo que a CCDR volta atrás e nesta altura é da opinião de que ainda não se encontram reunidas as condições para o encerramento do aterro. Ainda de acordo com a entidade, e no que toca à componente da fiscalização, que tem sido constantemente solicitada pelo município, uma vez que a comissão que acompanha o aterro se vê impedida de ter acesso à unidade – desde que a Câmara e a empresa estão de relações cortadas – refere a CCDR que “tem mantido o acompanhamento deste aterro em colaboração com outras entidades, entre as quais a Agência Portuguesa do Ambiente (APA) cujos relatórios nos tem disponibilizado após homologação”, o que tem sido “o suficiente para o referido”. Acrescenta ainda a CCDR-LVT que não está prevista a retirada do amianto, uma operação arriscada e que poderia ser ainda mais contraproducente face à possível libertação das poeiras de amianto, de acordo com Rui Berkemeier, especialista de resíduos da Zero, ouvido pelo Valor Local. Para a CCDR “não existe risco de contaminação das águas subterrâneas atendendo a que a estrutura da célula do aterro se encontra revestida com geomembrana exigida na legislação em vigor, sendo que os lixiviados produzidos são integralmente conduzidos para o sistema de tratamento existente”. Em declarações ao Valor Local, o presidente da Câmara, Silvino Lúcio, considera que as respostas da CCDR-LVT são “ambíguas”. Sendo que declara que já falou com o novo ministro do Ambiente, Duarte Cordeiro que garantiu ao autarca que “em breve iríamos falar muito objetivamente sobre o aterro”. “Compreendeu perfeitamente o que se está ali a passar com a ultrapassagem de cotas altimétricas. A Triaza, agora, agarra-se ao facto de ainda não ter ultrapassado em toneladas a capacidade do aterro quando estamos a falar numas escassas duas a três mil toneladas”. O autarca considera que é tempo de se passar à próxima fase com a selagem do aterro e recuperação paisagística, para depois se seguir a monitorização da célula durante 30 anos conforme consta do contrato. Já quanto ao facto de se falar na necessidade de retirada do amianto, considera que é uma arma de arremesso político da oposição, e do munícipe António Pires, mas que não faz qualquer sentido. “Sabem muito bem que não há viabilidade para isso, temos pessoas até com alguma credibilidade nesta área que acham que é melhor deixar o amianto enterrado, do que ir para lá escavar aquilo tudo”. |
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