Tejo: Um Rio de potencialidades
Iniciativa do CDS-PP de Azambuja
Sílvia Agostinho
25-04-2016 às 12:23 A defesa do Tejo e dos seus valores foi o mote para um encontro promovido pelo CDS-PP de Azambuja. Quando o debate gira em torno da poluição no principal rio português, o encontro (que começou com uma visita por locais emblemáticos da beira-rio no concelho de Azambuja) serviu também para lembrar as potencialidades do Tejo não só do ponto de vista económico, e ambiental, mas também cultural e paisagístico.
Lurdes Véstia do projeto “A Cultura Avieira a Património Nacional” deixou aos presentes uma apresentação sobre a história da presença das comunidades piscatórias vindas de Vieira de Leiria ao longo das diversas localidades ribatejanas banhadas pelo Tejo, relatando as suas vivências e costumes. A estudiosa deu ainda a conhecer a forma como estas comunidades vivem a fé, havendo inclusivamente o culto à imagem de “Nossa Senhora dos Avieiros”, “uma manifestação até há poucos anos inexistente”, tendo surgido a ideia de criar esta santa “no seio do Instituto Politécnico de Santarém”. É sabida a existência de uma relação muito forte entre estas comunidades e os membros da candidatura avieira a património nacional, que deu também azo ao abraçar desta espécie de nova crença pelos pescadores avieiros, “havendo inclusivamente relatos de alguns milagres”, deu a conhecer Lurdes Véstia. O manancial do Tejo é também explorado de alguma forma também por agentes económicos, e neste âmbito Madalena Viana da empresa de turismo náutico Ollem falou do muito em voga touring cultural e paisagístico, em que o turista procura experiências de descoberta das identidades do território, e alertou ainda para a necessidade de serem melhoradas as infraestruturas e as condições de acesso a algumas aldeias avieiras, nomeadamente, a Palhota, “onde o desembarque é sempre uma aventura”. A empesa de ultraleves, Aerodreams, também se alia à exploração da vertente turística do Tejo, dado permitir o avistamento do Tejo e das suas particularidades de uma outra forma: “A paisagem está sempre a mudar, e isso é muito interessante”, referiu Jaqueline Costa da empresa que também frisou a importância de os ultraleves poderem prestar um serviço importante “na deteção de alterações no rio, como manchas de poluição ou mesmo ajudar na comunicação do salvamento de pessoas e embarcações”. A riqueza da biodiversidade que o rio apresenta foi focada pelo ornitólogo Vítor Encarnação, que referiu ser o Tejo um dos hotspots a nível europeu naquele âmbito, e que podia ser ainda mais aproveitado no âmbito do chamado turismo de fotografia, e da atenção que dedica à captação de imagens de aves migratórias. O estudioso acentuou neste âmbito as potencialidades da Vala Real, “um dos recursos mais interessantes para a exploração turística”. “A História da Vala Real está completamente ao abandono, são 25 quilómetros de pura maravilha que podia ser valorizada do ponto de vista turístico, inclusivamente na observação de cavalos”. A geóloga Anabela Cruces fez por seu turno uma apresentação sobre o Tejo como ferramenta para a divulgação científica, dando a conhecer as especificidades da morfologia do rio ao longo de várias eras, com a particularidade de o concelho de Azambuja possuir como uma das suas fronteiras administrativas um dos limites geológicos do rio. A estudiosa que leva a cabo o seu trabalho em diversas bacias fluviais do país, acenou com as várias possibilidades de este rio ter muito ainda para contar no que respeita à sua história. “Uma prova de motonáutica no esteiro de Azambuja seria uma maravilha” Mário Gonzaga Ribeiro, conhecido desde sempre por estar ligado aos desportos motorizados e à organização do campeonato nacional de motonáutica, não tem dúvidas de que “o esteiro em Azambuja teria excelentes condições ara receber uma prova de motonáutica”, bastando para isso uma limpeza e adaptação do local. A proximidade da estação da CP “seria ainda uma enorme mais-valia”. Em 2016, o campeonato de motonáutica vai abandonar o concelho de Vila Franca de Xira, onde sempre chamou muitos adeptos da modalidade para rumar a Vila Velha de Ródão. “Para haver provas tem de existir apoios das entidades públicas como as Câmaras. Com grande desgosto vou abandonar Vila Franca”.
|
Azambuja entrega prémios do concurso literário e bolsas de estudo
Alenquer: ASAE apreende 234 quilos de carne imprópria para consumo Inauguração dos novos polidesportivos do Forte da Casa Museu do Neo-Realismo com exposição dedicada ao arroz Câmara do Cartaxo reuniu-se com Impormol para estudar soluções |