
Valorsul arruma na gaveta ampliação do aterro do Mata da Cruz
Sílvia Agostinho
22-02-2016 às 10:54
A sofrer um processo interno de reorganização devido à fusão no setor dos resíduos, a Valorsul que opera na área da gestão e tratamento dos resíduos urbanos de municípios da região como Azambuja, Alenquer, e Vila Franca de Xira refere que atualmente a sua política passa por cumprir as várias exigências que atualmente o setor enfrenta, nomeadamente as diretivas emanadas pela União Europeia, Neste aspeto, refere que o setor tem de ser cada vez mais exigente, e por isso no caso da Valorsul é necessário dar cumprimento à meta nacional de redução da produção de resíduos em 10 por cento (tendo como ano de referência 2012), alcançar 49 quilos/capita por ano, 42 por cento de mínimo de preparação para reutilização e reciclagem e reduzir a deposição de resíduos urbanos em aterro para 10 por cento.
Sendo assim, a Valorsul reforça ao nosso jornal que os municípios servidos pela empresa têm já um “desempenho ambiental assinalável, mas ainda temos um longo caminho pela frente” . A utilização do aterro vai ser minimizada em todo o país, inclusive pela Valorsul. Também a diminuição da deposição em aterro, deverá descer para os 10 por cento até 2020. No caso concreto de Mato da Cruz, no concelho de Vila Franca de Xira, segundo a empresa, “é cada vez menor a quantidade de resíduos depositados neste local, não estando prevista qualquer ampliação nos próximos anos”. Alternativas para o futuro ainda estão em fase de estudo. Quanto ao Aterro do Oeste, “continua em pleno funcionamento.”
A empresa refere ainda que as várias campanhas de educação e sensibilização ambiental, destinadas a vários públicos, como sejam as escolas, eventos, empresas ou instituições são para continuar, nomeadamente, o Programa Ecovalor, que vai já na sua 15.ª edição, dedicado em exclusivo à comunidade escolar e que é feito em parceria com os 19 municípios da área de intervenção da Valorsul.
O secretário de estado do Ambiente, Carlos Martins, tem uma opinião muito própria em matéria de resíduos, e ao Valor Local refere que a solução aterro sanitário não deveria ser tida como tão descabida como acontece, “até porque um aterro bem operado não oferece problemas, e tomara muitos países no mundo terem aterros com desempenhos ambientais como os nossos”.
E por isso não tem dúvidas em ir mais longe: “Não temos capacidade para encaminharmos apenas 10 por cento do que é produzido a nível nacional. Esquecemo-nos do nosso contexto, dada a nossa estrutura de povoamento, não tão acentuadamente urbana como no resto da Europa, e isso tem custos enormes a nível de recolha e de operação destes sistemas”, refere e prossegue – “Soluções que podem ser muito boas no centro da Europa, não quer dizer que também sejam as melhores para nós”. Contudo assinala, que este é uma área onde já se conseguiram sucessos assinaláveis, nomeadamente, “algo fantástico como acabar com as lixeiras em cinco anos”.

Mudança de mentalidade chega também a algumas empresas
Cada vez mais o respeito pelas questões ambientais faz parte da gestão das empresas. Nos últimos anos, tiveram de se adaptar à legislação em vigor, mas principalmente a uma espécie de novo léxico ambiental, de que são exemplo as expressões: biodegradável, economia verde, efeito de estufa, sustentabilidade. O setor da produção avícola foi ao longo de décadas visto como um dos especialmente problemáticos, e ainda hoje há instalações que não possuem condições. Muitos aviários tiveram de ser encerrados por não cumprirem a legislação. Há mais de 20 anos, pululavam pelo território este tipo de empresas, com muita mão-de-obra feminina, onde os animais eram tratados sem higiene e segurança. Quando se começou a falar no respeito ambiental que tinha de existir nos aviários e nos outros tipos de explorações animais, isso foi tido como algo ridículo por parte de quem andava neste setor, mas hoje o paradigma mudou.
Fernando Correia, empresário do grupo Interaves, com sede no concelho de Alenquer, que produz cerca de 1 milhão e meio de frangos por semana, realça que muitas foram as transformações neste âmbito que o setor atravessou desde a criação da sua marca há 30 anos atrás. Só quem teve visão para a importância do respeito pelo meio ambiente conseguiu sobreviver neste setor, cuja competitividade também se consegue ver através da pegada ecológica deixada pela atividade das empresas.
Para o empresário, o bem-estar animal está na base de tudo, e o ambiente em que os animais são criados também contribui para tal. Hoje em dia uma exploração com mais de 40 mil aves está sujeita “a condições muito específicas”, que envolvem “várias licenças ambientais”. A empresa pauta-se por cumprir os critérios relacionados com “o correto tratamento dos efluentes”, e vai mais além no que respeita “à adoção das ditas energias renováveis na sua laboração”. O empresário orgulha-se de cumprir na íntegra as diretivas comunitárias, “muito exigentes desde os procedimentos, até ao controle das emissões atmosféricas, e efluentes”. “Temos uma ETAR que custou uma fortuna”; realça. A Interaves foi a primeira empresa a ser certificada em Portugal no domínio da avicultura, recebendo a visita de várias auditorias externas que passam pelo ministério do Ambiente, mas também dos próprios clientes, sobretudo de países para onde o produto é exportado.
Ao mesmo tempo, o empresário refere que as suas explorações têm sido alvo de elogios por parte da intransigente associação ANIMAL de Londres, uma das mais combativas quando em causa está o bem-estar dos animais que mais tarde servirão para a nossa alimentação. “O próprio consumidor está cada vez mais exigente, quer saber da segurança daquilo que consome, e quem não cumpre as regras não tem decididamente lugar neste mercado”.
“Quem não progrediu nesta matéria ficou para trás”. A legislação “é muito apertada, sou consumidor e acho isso bem. Há um conjunto de valores que contribuem para o bem-estar animal, e o nosso departamento técnico de engenheiros também procura alcançar sempre as melhores soluções”.
Empresas das energias renováveis chegaram ao mercado
A eficiência energética foi outro dos conceitos que a Revolução Verde trouxe para os nossos dias, e uma das empresas da nossa região que também surgiu associada à consciencialização ambiental e à necessidade de poupança dos recursos naturais é a Sem Ir que fornece equipamentos destinados a baixar os consumos de energia. José Eduardo, diretor da empresa, não tem dúvidas de que os clientes estão cada vez mais exigentes quanto às suas preocupações ambientais, quer o residencial quer o industrial. “Hoje com estas tecnologias ligadas a área da produção de energia renovável, que de certa forma concorrem com as energias de origem fóssil, o ambiente associado ao custo é um tema interessante”, refere e sentencia: “Sinto que estamos a fazer de forma rápida uma aculturação transversal e geracional, como países com grande desenvolvimento nestas matérias já iniciaram há quase duas décadas e Portugal começa a posicionar- se na linha da frente.”
A Sem Ir explica que para conseguir equilibrar as preocupações ambientais com as de eficiência energética procura desenvolver soluções integradas com amplitude nos dois polos. Em muitas casas, a empresa tem conseguido, neste contexto, e só a título de exemplo, “retirar o uso de diesel e gás propano, a favor da instalação de bombas de calor hidro, articuladas com sistema solar e um sistema biomassa a (pellets)”
“Os materiais e equipamentos selecionados e oferecidos aos nossos clientes, cumprem bem as normas europeias em defesa do meio ambiente. As nossas políticas de desenvolvimento das soluções têm por base o acordo de Quioto em muitos casos e agora ratificado por Paris 2015.” “A empresa trabalha para estar na linha da frente, não olhando a esforços, quer na pesquisa ou na participação nos maiores certames internacionais.”, conclui.
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Cada vez mais o respeito pelas questões ambientais faz parte da gestão das empresas. Nos últimos anos, tiveram de se adaptar à legislação em vigor, mas principalmente a uma espécie de novo léxico ambiental, de que são exemplo as expressões: biodegradável, economia verde, efeito de estufa, sustentabilidade. O setor da produção avícola foi ao longo de décadas visto como um dos especialmente problemáticos, e ainda hoje há instalações que não possuem condições. Muitos aviários tiveram de ser encerrados por não cumprirem a legislação. Há mais de 20 anos, pululavam pelo território este tipo de empresas, com muita mão-de-obra feminina, onde os animais eram tratados sem higiene e segurança. Quando se começou a falar no respeito ambiental que tinha de existir nos aviários e nos outros tipos de explorações animais, isso foi tido como algo ridículo por parte de quem andava neste setor, mas hoje o paradigma mudou.
Fernando Correia, empresário do grupo Interaves, com sede no concelho de Alenquer, que produz cerca de 1 milhão e meio de frangos por semana, realça que muitas foram as transformações neste âmbito que o setor atravessou desde a criação da sua marca há 30 anos atrás. Só quem teve visão para a importância do respeito pelo meio ambiente conseguiu sobreviver neste setor, cuja competitividade também se consegue ver através da pegada ecológica deixada pela atividade das empresas.
Para o empresário, o bem-estar animal está na base de tudo, e o ambiente em que os animais são criados também contribui para tal. Hoje em dia uma exploração com mais de 40 mil aves está sujeita “a condições muito específicas”, que envolvem “várias licenças ambientais”. A empresa pauta-se por cumprir os critérios relacionados com “o correto tratamento dos efluentes”, e vai mais além no que respeita “à adoção das ditas energias renováveis na sua laboração”. O empresário orgulha-se de cumprir na íntegra as diretivas comunitárias, “muito exigentes desde os procedimentos, até ao controle das emissões atmosféricas, e efluentes”. “Temos uma ETAR que custou uma fortuna”; realça. A Interaves foi a primeira empresa a ser certificada em Portugal no domínio da avicultura, recebendo a visita de várias auditorias externas que passam pelo ministério do Ambiente, mas também dos próprios clientes, sobretudo de países para onde o produto é exportado.
Ao mesmo tempo, o empresário refere que as suas explorações têm sido alvo de elogios por parte da intransigente associação ANIMAL de Londres, uma das mais combativas quando em causa está o bem-estar dos animais que mais tarde servirão para a nossa alimentação. “O próprio consumidor está cada vez mais exigente, quer saber da segurança daquilo que consome, e quem não cumpre as regras não tem decididamente lugar neste mercado”.
“Quem não progrediu nesta matéria ficou para trás”. A legislação “é muito apertada, sou consumidor e acho isso bem. Há um conjunto de valores que contribuem para o bem-estar animal, e o nosso departamento técnico de engenheiros também procura alcançar sempre as melhores soluções”.
Empresas das energias renováveis chegaram ao mercado
A eficiência energética foi outro dos conceitos que a Revolução Verde trouxe para os nossos dias, e uma das empresas da nossa região que também surgiu associada à consciencialização ambiental e à necessidade de poupança dos recursos naturais é a Sem Ir que fornece equipamentos destinados a baixar os consumos de energia. José Eduardo, diretor da empresa, não tem dúvidas de que os clientes estão cada vez mais exigentes quanto às suas preocupações ambientais, quer o residencial quer o industrial. “Hoje com estas tecnologias ligadas a área da produção de energia renovável, que de certa forma concorrem com as energias de origem fóssil, o ambiente associado ao custo é um tema interessante”, refere e sentencia: “Sinto que estamos a fazer de forma rápida uma aculturação transversal e geracional, como países com grande desenvolvimento nestas matérias já iniciaram há quase duas décadas e Portugal começa a posicionar- se na linha da frente.”
A Sem Ir explica que para conseguir equilibrar as preocupações ambientais com as de eficiência energética procura desenvolver soluções integradas com amplitude nos dois polos. Em muitas casas, a empresa tem conseguido, neste contexto, e só a título de exemplo, “retirar o uso de diesel e gás propano, a favor da instalação de bombas de calor hidro, articuladas com sistema solar e um sistema biomassa a (pellets)”
“Os materiais e equipamentos selecionados e oferecidos aos nossos clientes, cumprem bem as normas europeias em defesa do meio ambiente. As nossas políticas de desenvolvimento das soluções têm por base o acordo de Quioto em muitos casos e agora ratificado por Paris 2015.” “A empresa trabalha para estar na linha da frente, não olhando a esforços, quer na pesquisa ou na participação nos maiores certames internacionais.”, conclui.
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