Vandalismo: Azambuja em estado de sítioAs patrulhas foram reforçadas e os suspeitos estão sinalizados
Miguel A. Rodrigues
24-08-2017 às 19:36 O reforço do Núcleo de Investigação Criminal (NIC) da GNR tem dado resultados na diminuição da criminalidade. Esta é a conclusão a que chegaram as autoridades nos últimos dias. Com efeito, a onda de vandalismo que nos últimos meses tem assolado a vila de Azambuja provocou nos altos responsáveis da estrutura da GNR e no Ministério da Administração Interna (MAI) uma reação que não sendo imediata, “amainou” o sentimento de insegurança vivido na vila.
Foi a própria ministra da Administração Interna, Constança Urbano de Sousa a informar o vice-presidente da Câmara de Azambuja, Silvino Lúcio e a presidente da Junta Inês Louro que estaria iminente o reforço, tais eram já os relatos do comandante do posto de Azambuja e do destacamento de Alenquer face à falta de efetivos em Azambuja. Silvino Lúcio garantiu mesmo ao Valor Local que “a ministra estava a par de tudo o que se estava a passar em Azambuja” e salientou que a mesma terá garantido “o reforço imediato com alguns agentes e para o futuro com os militares saídos da academia em outubro próximo”. Aliás Silvino Lúcio salienta mesmo que esse compromisso está a ser cumprido pelo MAI. Não só com a entrada em cena de elementos do NIC de Alenquer como com outros elementos vindos de outros setores da GNR. O Valor Local sabe no entanto, que para já estão presentes no terreno alguns homens do NIC de Alenquer. Fonte da GNR local garantiu o trabalho do NIC na madrugada azambujense mas não quis confirmar o número de efetivos nem se existiam outros militares a reforçar a vila, salientando que tal informação era reservada por questões de segurança. Certo é que desde que as patrulhas foram reforçadas, os atos de vandalismo quase que se extinguiram, segundo a mesma fonte, apontando para duas tentativas de assalto frustradas, uma nas instalações da Unidade de Atendimento ao Público (UAP) e outra na repartição de Finanças, onde os ladrões não terão sido bem sucedidos. Num dos casos terão mesmo sido surpreendidos por moradores e pelas autoridades. A mesma fonte garante entretanto que os autores dos furtos em veículos e alguns atos de vandalismos estão já referenciados pelas autoridades, dado que os mesmos estão sob vigilância da GNR, tendo inclusive cadastro policial. A onda de vandalismo que “varreu” Azambuja deixou os moradores de vários bairros e comerciantes em estado de nervos e em estado de alerta máximo. Alguns dos moradores, que não quiseram falar para a nossa reportagem, garantiram que se iriam constituir em grupos para tentar “apanhar esses tipos que todos sabem, inclusive as autoridades, quem são”. Numa breve conversa, um dos moradores referiu mesmo que nas últimas semanas tem estado de férias, e como tal passa a noite “na varanda à espera que apareçam”. Aos moradores juntam-se os comerciantes. Manuel Canha, comerciante no Largo do Espírito Santo em Azambuja, referiu ao Valor Local a necessidade “de a Câmara fazer alguma coisa” ameaçando que se a situação se repetir “no dia 29 os comerciantes vão à reunião de Câmara exigir medidas”. Entretanto, e a correr pelos vários estabelecimentos comerciais da vila, está um abaixo-assinado. Tal conta já com mais de 800 assinaturas e que será entregue no Ministério da Administração Interna. Por agora o posto de Azambuja tem cerca de 10 efetivos. Há guardas de férias, de folga, e de baixa médica e por isso as patrulhas noturnas estão limitadas. À noite chega a existir apenas um militar na central de comunicações, ao mesmo tempo que um elemento de Aveiras e outro de Azambuja patrulham o concelho com sete freguesias. Aveiras de Cima é nesta altura a única freguesia com um guarda noturno. O mesmo é cedido pela Câmara de Azambuja através da ACISMA, a associação de comércio local. António Torrão, presidente da junta, garantiu a eficácia do elemento “que já evitou algumas situações” mas admitiu que se existisse mais um ou dois elementos a sua eficácia seria muito maior. Já em Azambuja, é difícil manter estes guardas-noturnos. Em tempos a vila teve dois, mas o baixo salário e a falta de apoio das empresas levou a que os mesmos se afastassem. Ao longo das últimas semanas o Valor Local com o objetivo de informar da melhor forma os cidadãos e leitores acerca deste fenómeno pediu uma entrevista ao comandante de destacamento da GNR de Alenquer. Esse pedido foi enviado ao próprio e às relações públicas da GNR mas aquela força de segurança nem sequer respondeu ao nosso email a solicitar tal. O nosso jornal enviou ainda um conjunto de questões para o ministério de Constança Urbano de Sousa também infrutiferamente. O mesmo chegou a ser direcionado para a GNR quando tinha algumas questões de ordem política, e mais uma vez ficámos sem resposta e sem capacidade de elucidar melhor os habitantes da freguesia de Azambuja. Nesse email gostaríamos de saber até que ponto a consistência de um patrulhamento de proximidade em Azambuja será possível no futuro, e se de facto o posto local será apetrechado com os necessários recursos humanos tendo em conta a necessidade de uma resposta mais duradoura no tempo, que não se esgote apenas na presente ação mais musculada com o objetivo de refrear esta onda ocasional ou não de vandalismo. ComentáriosAcho incrível dizerem que a onda de assaltos diminuiu... quando ainda esta noite foi assaltado mais um escritório e apareceu apenas um agente da GNR para tomar conta da ocorrência. Eu própria fui uma das lesadas numa noite em que foram candalizados 15 veículos numa só localidade e pouco mais de um mês demorou a chegar uma carta do tribunal a informar que o caso ia ser arquivado. Se sabem quem são naow compreendo porque não são tomadas providências.
Luísa Adelino Virtudes 25/08/2017 17:35 |
|
Leia também
Guerra Colonial RevisitadaPassaram 56 anos desde que os primeiros soldados portugueses rumaram à Guerra de África que hoje entrou quase no imaginário popular, mas há episódios bem vivos e que marcaram para sempre os homens com quem falámos
|
Dias Felizes para doentes de Alzheimer sempre que a música tocaA forma como se encara esta doença, as estratégias que vão sendo aplicadas pelas instituições, a resposta das entidades hospitalares nesta reportagem
|
A Saga das pecuárias poluidorasDuas suiniculturas que laboram nas freguesias da Ventosa e de Abrigada permanecem a produzir quando já poderiam estar encerradas
|