250 mil euros de dívida
Há quem não pague a renda na Quinta da Mina há mais de 10 anos De acordo com a Coligação pelo Futuro da Nossa Terra, em reunião de Câmara, há inquilinos que devem 30 mil euros de renda
Sílvia Agostinho
30-07-2016 às 21:22 Ascende a 250 mil euros o total da dívida referente à habitação social no bairro social situado na Quinta da Mina, em Azambuja. Criado há cerca de 20 anos, tornou-se hoje num bairro onde reinam os comportamentos marginais por parte de alguma população do bairro.
De acordo com a Coligação pelo Futuro da Nossa Terra, em reunião de Câmara, “há inquilinos que devem 30 mil euros de renda”; informou Maria João Canilho daquela força partidária. As rendas são calculadas em função dos rendimentos, sendo que há moradores que nem rendas de 10 euros conseguem pagar, com alguns dos contratos a serem renovados, ano após ano, apesar do incumprimento. A coligação entende que a Câmara deveria acionar os meios conducentes ao despejo, uma vez hipotecada qualquer hipótese de regularização das dívidas, como é o caso. O presidente da Câmara, Luís de Sousa, referiu que este assunto tem sido por várias vezes estudado pela autarquia junto do gabinete jurídico, mas não se afigura como fácil. Para já assegura que não vai colocar ninguém na rua, “caso contrário ganhamos mais um problema”. Entre os diferentes constrangimentos que o bairro oferece, encontra-se ainda o facto de que “mais ninguém querer ir viver para lá por causa dos ciganos”. “Ainda há pouco tempo tivemos aqui uma senhora na Câmara que necessitava de uma casa com urgência e nos pediu para não a pormos lá”. (Na reunião de Câmara estavam também presentes alguns moradores que se queixaram igualmente dos conflitos étnicos existentes no bairro.) A coligação voltou à carga e referiu-se ainda ao facto de alguns inquilinos possuírem casa no bairro social, e terem morada fora do concelho ou mesmo no estrangeiro, como é o caso de um inquilino que reside em França. Luís de Sousa referiu que essa situação resulta de um compromisso que foi assumido, no início dos primeiros alojamentos do bairro, pelo antigo presidente da Câmara João Benavente, que dura até hoje, “mas o senhor tem pagado sempre a renda”. Herculano Valada, vereador com o pelouro da Ação Social, adiantou que a Câmara tem, neste momento, orçamento para fazer face a algumas obras que são necessárias como a reparação de algerozes, e melhoramento das condições de iluminação. Em várias visitas que tem efetuado ao bairro, o vereador apercebeu-se de situações limite vividas no interior dos prédios com completa degradação das instalações, proliferação de lixo, e até a construção de capoeiras em sótãos, colocando em causa as condições de salubridade dos que ali habitam
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