Castro de Vila Nova de São Pedro finalmente limpo abre horizontes para novas descobertasGraciete Moreira fez uma vez mais de cicerone ao nosso jornal numa visita ao local
Sílvia Agostinho
06-09-2017 às 16:55 Depois de anos a fio a assistir à falta de manutenção do Castro de Vila Nova de São Pedro, com o aumento da vegetação e este a ficar cada vez menos acessível e visível, foi naturalmente em estado de euforia que ficaram os habitantes locais e não só com a limpeza do local e consequente vinda de uma equipa de arqueólogos da Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa no âmbito do projeto “Vila Nova de São Pedro, de novo- no 3º milénio” que levou a cabo vários estudos de campo no local finalmente livro de silvedos e de mato. Graciete Moreira, moradora em Torre Penalva, e que é uma espécie de guia informal de quem visita este povoado do Calcolítico, Idade do Cobre, entre 3500 A.C e 2200 A.C, fez-nos novamente uma visita guiada como já o fizera há um ano atrás.
Não tem dúvidas que as reportagens feitas pelo nosso jornal no ano passado acerca do Castro “deram uma grande ajuda para que se fizesse algo”. “A limpeza foi importante esperamos agora que aconteça mais alguma coisa. Era muito bom que pusessem sinalética e o viessem visitar. A equipa de arqueólogos andou aqui durante três semanas. Disseram que o projeto era para quatro anos. Vamos esperar para ver o que se segue”, refere esta moradora que aproveita para deixar mais uma achega, depois de ver a batalha pelo Castro ganha – “Agora era importante em Vila Nova de São Pedro colocar lá uma placa a dizer que a primeira escola primária mandada fazer entre 1918 e 1920 foi graças ao senhor António Ferreira que não só pagou a construção da escola como a da casa para a professora”. Hoje esta escola serve de casa de habitação a uma neta do antigo proprietário encontrando-se completamente restaurada. Era também António Ferreira o proprietário dos terrenos do Castro. A Câmara de Azambuja há largos anos que mantém conversações com a família no sentido de poder atuar no Castro, e levar a cabo escavações arqueológicas no local. Está em cima da mesa, neste momento, o pagamento de uma renda mensal a rondar pouco mais de 100 euros, mas segundo Luís de Sousa, presidente da Câmara de Azambuja, poderá ascender a mais de 200, porquanto e com estas últimas escavações foram detetadas novas descobertas e como tal a área de terreno a intervir será maior. As conversações nem sempre foram fáceis, e talvez por isso demorou tanto tempo a almejada limpeza que não se fazia há mais de duas décadas, mas apesar de tudo espera chegar a bom porto. A oposição chegou a sugerir a expropriação dos terrenos face à importância do povoado, mas a ideia foi deixada cair entretanto. ComentáriosSeja o primeiro a comentar...
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