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A 10 quilómetros da capital
População de Santa Eulália desespera com falta de rede
Santa Eulália fica a escassos quilómetros de Lisboa, na freguesia de Vialonga, mas a sua população, mais parece que vive numa qualquer zona inóspita. 
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População desespera com a falta de comunicações
|11 Nov 2021 17:42
Silvia Agostinho
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 A rede de telemóvel está sempre a cair, e nem mesmo a linha telefónica fixa funciona nas devidas condições. Quanto ao acesso à internet, também apresenta muitas deficiências, o que tornou praticamente impossível o teletrabalho, para muitos dos que aqui residem, durante a pandemia. Nesta altura um grupo de moradores está a recolher assinaturas para levar o caso junto de entidades como a Câmara de Vila Franca de Xira, ANACOM,  e operadoras.

Encontramo-nos com o grupo composto por Patrícia Silva, Alberto Silva, Fernando Fernandes, que fez questão de chamar para a nossa reportagem Barreira Soares, eleito pelo Chega, que de acordo com aquela população foi o principal incentivador deste abaixo-assinado. “O único partido que se preocupou com esta situação”, enfatizam.

A moradora relata que assiste a casos muito complicados, especialmente, entre a população mais idosa na altura de se chamar “uma ambulância, porque até mesmo a rede fixa funciona com dificuldades”. Alberto Silva diz que a operadora “só meteu fibra até certo ponto, e isto porque houve um morador que veio para cá e que pagou seis mil euros à MEO”, descreve, acrescentando que “da casa dele para cima já não há sinal em condições”.

Na localidade residem 600 pessoas, e já foram recolhidas 200 assinaturas. “Os moradores apoiam-nos porque isto é uma vergonha”. O Valor Local sabe que noutras ocasiões já se levaram a cabo iniciativas semelhantes mas sem sucesso. Alberto Silva lembra uma situação recente, quando se deu um incêndio na zona de Monte Serves, na freguesia, e teve de se deslocar pessoalmente à corporação de bombeiros, porque não conseguia entrar em contacto com o 112. Já depois disso “tive de chamar os bombeiros porque me senti mal, e foram 45 minutos a tentar indicar onde é que era a minha casa porque a chamada estava sempre a cair”.

Junto da Câmara de Vila Franca em outras alturas foi dito a esta população que “a responsabilidade é dos serviços de telecomunicações e não passa disso”, lamentando a insensibilidade perante a matéria. Fernando Fernandes, morador, que foi também candidato à junta pelo Chega acrescenta que a localidade é também deficitária noutras matérias como por exemplo os transportes.

Os moradores referem que constantemente contactam as operadoras, sendo que “a Vodafone diz que não tem infraestruturas, e a NOS só funciona por satélite, pelo que a nossa luta agora é com a MEO que alega que tem de ser a Câmara de Vila Franca a financiar no que toca à atualização das infraestruturas. Não sei se é verdade ou não, mas andam sempre a ameaçar-nos com as fidelizações quando nem sequer somos servidos”.

Relata o morador que sabe do caso de uma vizinha que foi despedida do emprego porque não conseguia manter-se em teletrabalho face às falhas constantes nas telecomunicações. “Vendem um serviço de ADSL que é caro e que não funciona, e isto é aflitivo para todos nós”, consubstancia. Junta-se à nossa reportagem, João Freixo que chega a andar à procura de rede pelos cantos da sua garagem para conseguir fazer chamadas. Trabalha na localidade e diz que já perdeu muitas chamadas de potenciais clientes.

Patrícia Silva lembra que viveu um inferno durante a telescola, devido ao confinamento, em que sua filha sofreu faltas porque não conseguia ligar a internet. “Tive de andar a justificar esta situação juto dos professores”.

Alberto Silva considera que por mais alguns milhares de euros de investimento a efetuar no Monte Serves “com uma antena” a MEO poderia conseguir servir a população de Santa Eulália. Muitos são os que procuram terrenos, “que já estão a preços exorbitantes”, na zona, na esperança de ali construírem casa, “mas desistem quando percebem que não há sinal de internet”. Já o vereador do Chega, refere que também vai fazer as suas démarches junto do município liderado por Fernando Paulo Ferreira.
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Este estado de coisas estende-se ainda às localidades de Mogos e Santa Cruz também na freguesia de Vialonga. Contactámos o presidente da Junta de Freguesia de Vialonga, João Tremoço, recentemente eleito, que adianta à nossa reportagem que já solicitou junto da Câmara de Vila Franca para que providencie uma reunião junto da ANACOM para que a população possa de alguma forma ver minimizado este estado de coisas. O autarca pensa que pode ser instalada no local uma antena “ou qualquer coisa que permita aumentar o sinal, porque temos muita gente nova a morar naquela zona e muitos a quererem ir viver para lá”. Infelizmente “as operadoras dizem que não existe viabilidade comercial, mas penso que é tempo de se ver o assunto de outra forma, porque queremos ajudar a população”. No conjunto da Fonte Santa, Santa Eulália, e Santa Cruz, estarão a viver mais de 3000 pessoas. 

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