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Editorial

A autoestima ganha com o Europeu, perdeu-se nos fogos florestais

Miguel António Rodrigues
04-09-2016 às 20:52

Portugal ganhou autoestima por ter vencido o Euro2016. Mas se a seleção não jogou um futebol vistoso, é certo que mesmo jogando “poucochinho” conseguiu os seus objetivos e levou a que muitos críticos se calassem perante um triunfo único e numa primeira análise, sem hipótese de repetição pelo menos nos próximos anos.

Com isto, vieram outras vitórias no desporto, nomeadamente nas camadas jovens e noutras modalidades, que aproveitaram e “surfaram” na onda que varria Portugal e as comunidades espalhadas pelo mundo.

Parecia que tinha passado a crise. Parecia que com a vitória de Portugal acabava o desemprego, os meses de espera para uma cirurgia num hospital, que as reformas e os ordenados já chegavam para as encomendas. Até nem houve greves nem manifestações dos professores e restantes trabalhadores com esta prenda que a seleção deu ao país.

Todavia toda a autoestima que Portugal ganhou com o Europeu perdeu-se nos meses seguintes. Julho e Agosto foram dos mais quentes dos últimos anos, e depressa os portugueses se aperceberam que os problemas eram os mesmos e até com uma “geringonça” mais ou menos oleada o país continuaria a marcar passo.

Já nem menciono o caso dos Secretários de Estado terem viajado à conta da Galp para verem um joguito do Europeu, porque isso comparado com o que veio a seguir é “brincadeira de crianças” como se referiria o antigo prime iro-ministro José Sócrates sobre o pagamento da dívida de Portugal.

E o que se seguiu foi quase o inferno, se éque não o foi mesmo para as populações na Ilha da Madeira ou no norte do país que se viram privadas das suas casas.

Não há memória, dizem os mais velhos, de fogos assim. Mas no nosso passado recente há memórias de sucessivos alertas para a limpeza das florestas e muitas delas propriedade do Estado.

Todos os anos repetem-se apelos, campanhas e discutem-se argumentos para justificar a área ardida. O abandono da agricultura é sem dúvida uma das razões, mas a falta de legislação mais assertiva para obrigar os particulares a limparem as matas também.
Defende-se legislação para o “Zé Povinho” mas depois o próprio Estado não faz o que lhe compete: limpar ou deixar os municípios limpar o que é seu.

O governo já defende que os terrenos abandonados passem para domínio municipal. Mas será que essa posse será alargada aos terrenos que o Estado não cuida?

Com isto tudo, culpam-se as estratégias dos bombeiros. Com isto tudo culpam-se as populações que não cuidam das suas terras e que muitas das vezes pouco mais têm do que um terreno herdado e sem condições financeiras de fazer a sua limpeza, sendo que agora também se defende que os incendiários paguem os prejuízos. Mas neste último caso até me parece que foi mais um desabafo da ministra, depois de confrontada com a realidade no terreno.

Com tudo isto, Portugal uniu-se. Chegaram centenas de milhares de litros de águas aos bombeiros de norte a sul do país. O povo percebeu a importância e o apoio a estes homens, na sua maioria voluntários e que fazem “das tripas coração” todos os anos para salvar bens e pessoas. Isto foi este ano. Para o próximo como será?


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