A Saúde está pelas ruas da amargura no concelho de Azambuja
O presidente da Câmara refere que que tem insistido constantemente com o ACES – Estuário do Tejo para que seja encontrada uma solução para a falta de médicos Sílvia Agostinho 23-09-2015 às 17:48 O estado da saúde no concelho de Azambuja está a tomar proporções preocupantes. O concelho não consegue segurar por muito tempo os clínicos que são colocados pelo ministério da Saúde através de empresas para o efeito. Neste momento, a extensão de saúde de Alcoentre está mesmo sem médico.
À nossa reportagem o utente José Carlos Santos refere a sua indignação: “Fui marcar uma assistência às cinco da manhã, como é costume. A dada altura olho para a porta, e estava afixado um papel a dizer que não havia médico. Cerca das 10 horas, regressei e fui informado de que já não tínhamos médico”. O utente ainda considerou a hipótese de naquele dia rumar ao centro de saúde de Azambuja mas foi informado de que só podia contar com uma consulta para o seu caso em específico aos sábados e aos domingos, da parte da tarde. “Sendo que atendem apenas 20 pessoas, algumas chegam às cinco da manhã já não conseguem obter consulta, tenho análises para mostrar e estou a ver que vou ter de regressar a um médico particular”. A freguesia de Alcoentre abrange três mil pessoas que neste momento estão sem médico. Em reunião de Câmara de Azambuja, o tema também esteve em discussão, desde logo porque um munícipe apresentou as suas preocupações. Numa reunião onde não esteve presente o presidente da Câmara, os presentes foram informados de que a Câmara continua a ser intransigente quanto a ser a autarquia a diligenciar um alojamento para os clínicos, possibilidade que outros municípios vão adotando. Luís de Sousa continua a sonhar com a hipótese de o Governo algum dia disponibilizar as casas dos antigos guardas (nem todas em boas condições) dos complexos prisionais da vila de Alcoentre. “Não é da minha responsabilidade disponibilizar alojamento, isso é responsabilidade do Governo que se calhar devia pagar mais aos médicos”, refere ao Valor Local. Em reunião de Câmara, o vereador da Coligação Pelo Futuro da Nossa Terra, Jorge Lopes, disse que a Câmara “podia ao menos tentar” esta solução. “Sugiro que se informe sobre o sistema encontrado pela Câmara do PS, do seu partido, em Arruda dos Vinhos”, mas o vice-presidente Silvino Lúcio defendeu-se – “Noutros municípios, os médicos têm casas e mesmo assim vão-se embora, como no caso de Idanha, por exemplo”. Uma das razões para o facto de que poucos ou nenhuns se estabeleçam no concelho, e segundo o argumento mostrado por Herculano Valada, vereador eleito pela CDU que vota ao lado do PS, prende-se com a convicção de que em Azambuja não têm colegas com quem debater assuntos ligados à profissão, e com isso ganharem estaleca e aprendizagem profissional. Luís de Sousa reitera que não anda a dormir acerca deste assunto, “como muitas vezes somos alcunhados”. O presidente da Câmara refere que tem insistido com o ACES – Estuário do Tejo e deixou no ar junto de Carlos Agostinho, diretor daquele organismo de saúde, de que não estão fora de hipótese manifestações e que as empresas que colocam os médicos no concelho têm de ser punidas por incumprimento. “Não vamos ficar quietos e calados”. Na última reunião de Câmara, o autarca acrescentou - "Fiquei a saber que um médico ganha à hora 13 ou 14 euros, pouco menos pago a uma senhora para me limpar a casa, qual é o clínico que se sente motivado para vir de Lisboa para trabalhar no concelho de Azambuja com estes ordenados?" |
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