Ainda o carro plataforma: André Salema e Luís de Sousa e uma intensa troca de galhardetes
Corporação não entende esta compra. Acusa Câmara de se recusar a financiar na totalidade um carro de desencarceramento. Luís de Sousa diz que os bombeiros queriam viatura demasiado dispendiosa
|25 Fev 2021 10:48
Miguel António Rodrigues Depois das declarações ao Valor Local de Luís de Sousa, André Salema voltou a terreiro para contestar os argumentos do presidente da Câmara. O presidente da associação reconhece que não sendo o autarca obrigado a dar-lhe satisfações acerca das decisões que toma sobre questões relacionadas com a proteção civil municipal, “ou outras”, ainda assim lembra que os bombeiros de Azambuja são um parceiro “fundamental e incontornável” nestas matérias. Recorda por isso que a Proteção Civil Municipal não “possui qualquer tipo de operacionais a atuar todos os dias no terreno” e assim sendo considera que seria de “bom tom que o presidente dos Bombeiros de Azambuja e o seu comando, tivessem sido consultados previamente sobre esta aquisição, o que clara e inequivocamente não aconteceu”.
André Salema salienta ainda, numa nota enviada ao Valor Local, que a viatura em causa terá de ter operacionais com formação, algo com o qual o presidente da Câmara concorda e que vai providenciar junto dos corpos de bombeiros. Aliás ao Valor Local, o autarca diz que vai pedir uma lista às duas corporações, para que indiquem profissionais aptos a receber essa formação. Nesse campo, André Salema diz “que será absolutamente necessário averiguar da possibilidade de poder haver uma equipa disponível para o fazer, o que, nas condições atuais, não é matéria fácil, e estes factos, só por si, teriam merecido uma discussão prévia com a instituição”. Na sua opinião, a aquisição desta viatura não é uma prioridade atualmente, já que “existem deficiências noutros equipamentos, absolutamente necessários para salvar vidas com uma utilização, infelizmente, muito mais regular, e como tal há que definir prioridades”. O responsável recorda que os bombeiros de Azambuja ainda não conseguiram comprar uma nova viatura de desencarceramento por não conseguirem reunir todo o valor necessário, já que a comparticipação da Câmara neste caso se situa aquém do necessário. Em causa está um remanescente de 66 mil euros, a juntar ao valor proposto pela autarquia para uma viatura que terá um custo aproximado de 290 mil euros. André Salema justifica com o facto de a atual viatura “já apresentar deficiências que podem pôr em risco até os próprios operacionais”, sendo que para já os bombeiros de Azambuja procuram formas de financiamento. De acordo com o presidente da câmara de Azambuja, a viatura em causa teria um custo superior em quase 100 mil euros àquela que foi adquirida pelos bombeiros de Alcoentre. Ao Valor Local, Luís de Sousa que diz não entender esta polémica, recorda que a autarquia estava disposta a dar o mesmo valor para a aquisição de uma viatura semelhante para os bombeiros de Azambuja, algo que segundo o autarca foi recusado, uma vez que a corporação azambujense queria uma viatura mais cara do que a de Alcoentre e, portanto, propôs que fosse a associação a assumir o custo daquilo que considerou como “extras”. André Salema vinca a legitimidade da decisão do presidente da Câmara, mas volta à carga com o veículo plataforma reforçando que este tipo de viatura, à época emprestada por outros municípios, teve escassas utilizações no passado: “ apenas no incêndio na Jular e noutro em Vila Nova da Rainha, nunca tendo sido necessária em qualquer outra circunstância, em que estivessem em risco vidas ou bens dos munícipes de Azambuja, até porque as características deste equipamento não permitem que o mesmo opere na maioria do nosso território urbano”, ilustra desta forma para demonstrar o que diz ser uma disparidade de critérios sem sustentação. Também Rui Corça, vereador da oposição na Câmara de Azambuja, e durante a última em sessão do executivo municipal, considerou que a aquisição desta viatura não era prioritária, nomeadamente, nos tempos que correm. O autarca questionou Luís de Sousa sobre o alegado desconhecimento dos corpos de bombeiros com a compra da viatura. Na resposta Luís de Sousa referiu que não falou com André Salema, mas que esta questão seria operacional, por isso as conversações terão passado pelos comandantes e não pelas direções. Ainda assim o presidente da Câmara que também é o responsável máximo da proteção civil sublinha o seu espanto pelo levantamento desta polémica, já que considera que as conversas tidas no passado teriam algum peso no processo. Contudo o presidente da autarquia, vai solicitar reuniões com os comandantes de Alcoentre e de Azambuja para discutir a questão novamente. |
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