Alenquer assinalou Cantar e Pintar dos Reis
Município tem em preparação a candidatura a Património da Unesco
|09 Jan 2022 10:54
A Noite de Reis é por norma dedicada às tradições, e este ano não foi exceção em Alenquer. Há vários séculos que, na noite de 5 para 6 de janeiro, grupos de pessoas saem à rua para cantar, mas também pintar os Reis. São denominados de Reiseiros e é pela mão destes que se vem perpetuando o ritual. No novo ano, a tradição do Pintar e Cantar dos Reis repetiu-se. A autarquia planeia submeter uma candidatura junto da UNESCO, para elevar o Pintar e Cantar dos Reis a Património Imaterial da Humanidade, depois de ter conseguido alcançar o reconhecimento a nível do Ministério da Cultura como património nacional em 2021.
“Teremos uma equipa no terreno a registar informação e a entrevistar os participantes, com o objetivo de atualizar o que já tínhamos e criar um dossier para apresentar à UNESCO. Queremos envolver mais a nossa população, para que a candidatura seja um reflexo da sua vontade e não apenas da vontade política”, refere o vereador da Cultura, Rui Costa, citado em comunicado de imprensa. Na noite de quarta para quinta-feira, grupos de Reiseiros percorreram várias localidades do concelho, pintando e cantando às portas das casas os testemunhos e desejos de felicidade e prosperidade para o ano que começa. Estrelas, flores, corações, vasos pintados nas fachadas e muros das casas. Expressões artísticas que ficam marcadas de ano para ano, como reflexo da identidade de um povo. A tradição resistiu ao tempo e ganhou expressão quando, em julho de 2021, foi classificada em Assembleia da República como Património Cultural Imaterial Nacional. “É uma celebração única no nosso país. Muito intimista, quase mística. Há algo intrínseco que motiva estas pessoas. Este ano, por ser a primeira vez que é celebrada após a distinção, existe uma responsabilidade adicional para todos aqueles que a praticam”, adianta Rui Costa. Crê-se que o ritual tenha sido trazido pelas ordens mendicantes, assente nos cultos de encomendação das almas, e foi perpetuado em Alenquer por influência das ordens religiosas existentes no concelho. A passagem fez-se sobretudo num contexto mais rural, onde ainda hoje subsistem descendentes de quem o praticava há muitos séculos. “Foi uma tradição que resistiu ao tempo, o que é raro, e vai rejuvenescendo junto das comunidades do concelho. Acredito que no futuro haverá mais focos de atenção no assunto que vão alimentar o nível de participação da população”, sublinhou Rui Costa. A pensar na continuidade da tradição, o município de Alenquer tem levado a cabo diversas iniciativas. Além do Centro Interpretativo do Pintar e Cantar dos Reis, existe também um espaço dedicado no recém-inaugurado Museu do Presépio de Alenquer. Em paralelo, são desenvolvidas ações pedagógicas nas escolas, onde a aposta no Empreendedorismo Escolar já deu origem a um produto alusivo ao Pintar e Cantar dos Reis. As bolachas "Miminhos dos Reis" foram criadas por alunos do 3.º ano da Escola Básica de Canados. São cobertas de pasta de açúcar, representando alguns dos símbolos pintados pelos Reiseiros, e têm sido "um sucesso de vendas". |
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