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Alenquer: Casa do Albardeiro prepara exposição sobre I Guerra Mundial

Este ano assinalam-se os 100 anos do fim daquele conflito bélico onde Portugal participou integrado no contingente britânico.
Sílvia Agostinho
24-03-2018 às 19:54
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A Casa do Albardeiro, na Paúla, freguesia de Cabanas de Torres, está a levar a cabo uma recolha de utensílios e documentos históricos que atestam a passagem de antigos combatentes das freguesias da Ventosa e de Abrigada e Cabanas de Torres, concelho de Alenquer, pelo campo de batalha na primeira guerra mundial. Este ano assinalam-se os 100 anos do fim daquele conflito bélico onde Portugal participou integrado no contingente britânico.

Para já e no espaço que acolhe artefactos de outros tempos, estão em exposição desde uma arca “que foi o que despoletou esta ideia de fazermos uma exposição em torno do centenário da guerra”, refere Maria do Céu Duarte, responsável pela Casa do Albardeiro. A mostra estará patente em maio na Escola Secundária Damião de Goes, em Alenquer. Telhas trazidas do campo de batalha aquando de uma visita de estudo, um capacete, bem como uma maca e uma outra peça mais ou menos indecifrável que “tanto dava para o soldado carregar ao ombro como a cavalo fazem para já parte do espólio”.

​Um militar, o sargento-mor Armindo Santos Silva, está a ajudar Maria do Céu Duarte na identificação das peças e na atribuição das mesmas à época e ao conflito em questão. “Já sabemos que um boné encontrado por nós não se enquadrava”, por exemplo. Uma das mais recentes aquisições prende-se com uma maca que em tempos teria feito parte de um hospital militar. Maria do Céu Duarte explica que este tipo de objetos estão apenas à distância de um clique. Na internet, familiares de antigos soldados da primeira grande guerra, estão a vender esses artefactos. Pelo que basta apenas uma pesquisa.

Nesta altura, a responsável pela Casa do Albardeiro mostra também uma manta usada na sela dos cavalos, e uns calções que remontam àquele período. Nunca chegaram a ser usados mas a sua proveniência encontra-se atestada. Esta peça foi igualmente adquirida online. “Para muitas pessoas isto é um negócio”, conclui. Outra relíquia encontrada mas desta vez num antiquário de Alenquer foi o primeiro exemplar de um jornal que falava da presença de Portugal na guerra. A Casa do Albardeiro aguarda, agora, a chegada de uma medalha de um antigo soldado da Paúla que se juntará ao espólio já existente.

Na exposição que se realizará de sete a 11 de maio, algum do espólio que foi possível pesquisar nas duas freguesias estará patente, e Maria do Céu Duarte refere que se estão a encontrar “verdadeiras preciosidades”. “Ainda na semana passada, em Penedos, foram-nos mostrados documentos escritos por um combatente, antes e durante a guerra, bem como um porta documentos e um talher”. Em Cabanas de Torres “descobrimos alguém que tem um postal muito bonito enviado pelo avô de França para cá, mas curiosamente o postal é inglês, tendo em conta que integrámos o corpo expedicionário em questão”. Ainda hoje as irmãs desse soldado guardam essa relíquia.
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Só do concelho de Alenquer partiram mais de 300 soldados para a Primeira Grande Guerra, “e de Ota já telefonaram para a Casa do Albardeiro na tentativa de disponibilizar uma baioneta”, atesta. “Muitas fotografias têm surgido também através do contacto com pessoas via redes sociais”. E as estórias não param de se multiplicar como os amores entre portugueses e francesas ou a de “um antigo soldado que depois de vir de França queria ensinar francês aos mais pequenitos aqui das aldeias”. A recolha de histórias também está a ser levada a cabo para ficarem expostas nesta exposição. A Casa do Albardeiro tem contado ainda com o apoio da Liga de Combatentes. 

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