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Alenquer: Jovens do século XXI mostraram grandes ideias para o ambiente 

Empreendedorismo ambiental foi o mote para um programa de mentoria pelo ISCTE e autarquia


Sílvia Agostinho
06-12-2019 às 22:32


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Transformar chapéus de chuva em roupa foi apenas uma das várias ideias que estiveram em destaque no evento
​Os empresários estão cada vez mais motivados para a causa ambiental e procuraram processos que possam diminuir a sua pegada, sem com isso comprometerem a vertente económica dos seus negócios. Esta premissa tem permitido o florescimento de ideias e modelos de negócio por parte de muitos jovens recém licenciados que procuram desenvolver produtos destinados à indústria, ou desenvolverem eles mesmos um novo negócio em torno do ideal da sustentabilidade. Entre os dias 15 e 17 de novembro, decorreu na Base Área de Ota um programa de mentoria alicerçado no novo conceito de empreendorismo ambiental, por parte do município de Alenquer em articulação com o Instituto Universitário de Lisboa (ISCTE) e o Audax- Centro de Empreendedorismo e Inovação do ISCTE. Depois de uma boa ideia há todo um caminho a nível de tornar um projeto rentável e a partir daí construir um negócio. A startup, SPM Nanosolutions, vinda de Braga, está a desenvolver um produto destinado à indústria têxtil, e veio até ao concelho de Alenquer em “busca de parcerias” e de “uma orientação especializada a nível ambiental”, referiram, à nossa reportagem, os responsáveis Carlos Magalhães e Rita Rodrigues.

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Carlos Magalhães e Rita Rodrigues vieram de Braga para apresentar a SPM Nanosolutions
Os dois jovens desenvolveram uma solução baseada em nanopartículas magnéticas para a limpeza de efluentes da indústria têxtil. Em contexto laboratorial funciona e a startup está agora à procura de potenciais clientes, nomeadamente, tinturarias localizadas naquela região do país, que estão dispostas a experimentar. Trata-se de um produto inovador, embora “tenhamos alguns concorrentes a nível mundial, mas nada que seja igual ao que desenvolvemos”, diz Rita Rodrigues. A empresa é recente. Começou em abril e conta apenas com cinco pessoas. É o resultado de um contexto académico que pretende ser levado à prática. O produto ainda está em fase de testes tendo em conta as necessidades a nível ambiental mas também a rentabilidade económica para o cliente.

​Neste programa em Alenquer, “foram-nos dadas noções a nível financeiro que nos estavam a passar ao lado, porque a nossa área é de índole científica”. “Por outro lado, este intercâmbio com outras empresas é importante até porque nos pode dar outras perspetivas para o nosso próprio caminho”, referem. Se por um lado, “a consciencialização dos empresários já existe, por outro a legislação está a apertar, e com isso há um mercado e uma tendência que pode ser explorada”, apontam.
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Karol Bot desenvolveu "Smart Opt"
​Ainda é só um projeto mas está a fazer o seu caminho, e a ideia é da brasileira Karol Bot, que terminou há pouco tempo o seu percurso académico, e também ela veio a Alenquer à procura de contactos, troca de experiências e outros contributos. A investigadora desenvolveu a “Smart Opt”. Passa por ser uma solução para criação de produtos ligados às energias renováveis nos edifícios. Ao contrário dos painéis fotovoltaicos, o objetivo incide na sua integração no material das edificações. Para já foram desenvolvidos protótipos para gerar energia solar, mas “não precisam de ser instalados nos telhados, podem estar numa janela ou numa parede exterior”. O objetivo é diferente do dos painéis solares, pois passa “por diminuir a pobreza energética das edificações, e ajudar no isolamento e na recuperação de calor dentro do edifício”. A sua participação no Green Discoveries é importante para “adquirir os conhecimentos necessários e encetar processos relacionados com as patentes, e depois disso dar ainda mais relevo à parte técnica do projeto”. Soube do evento pela internet. Nesta iniciativa enfatiza a formação que foi dada a nível do planeamento financeiro, com o objetivo de criação da empresa. “É importante estar presente nestas iniciativas onde encontramos pessoas ligadas à Gestão e às Finanças que tentam agregar, como um todo, os projetos”.

Já a italiana Anna Masiello veio até ao Green Discoveries para adquirir mais informação sobre como lançar o negócio de venda de roupa feita a partir do tecido de chapéus de chuva partidos. A marca chama-se R-Coat e tem recebido muitos contributos de pessoas que encaminham os seus chapéus de chuva para Anna. Está tudo a postos para começar a vender pela internet. A italiana veio para Lisboa há dois anos para fazer um mestrado em Ambiente e Sustentabilidade. Na mesma altura “passei a ter como lema de vida: desperdício zero”. “Num dia de chuva e andando pelas ruas de Lisboa reparei que havia muitos guarda-chuvas partidos, comecei a recolher e a levar para casa. Cheguei a ter cerca de 30 ou 40 no meu pequeno quarto. Fiz uma pesquisa e não detetei ninguém a fazer roupa a partir dos chapéus de chuva no mundo e achei que podia ser um desafio”. Seguiu-se a compra da máquina de costura e muitas horas no youtube até aprender a usar a nova aliada nesta aventura.

​E como muitos outros jovens empreendedores do século XXI, o passo seguinte passou pela partilha do resultado final nas redes sociais. Anna Masiello que já geria uma conta dedicada ao desperdício zero foi aplaudida pelos seus seguidores. Foi um instante até que muitos internautas começaram a fornecer matéria-prima para o projeto e a doar guarda-chuvas partidos. Nesta altura, a ideia de Anna cresceu de tal forma que já existem pontos de recolha em várias cidades portuguesas. E agora surge a interrogação – E o que faz às varetas?  “Estão bem guardadas”, assegura a jovem empreendedora. Possivelmente à espera de mais uma ideia mirabolante.

Para já, tem 300 emails de pessoas a pedirem para que ponha à venda estes casacos com muito estilo e amigos do ambiente. Quanto à estadia em Alenquer “tem sido fantástica, estamos a aprender muito sobre economia, finanças, e empreendorismo”. “Vou aprender a fazer um pitch (apresentação de uma ideia para captar investidores), algo que eu nunca fiz”.

Pedro Sebastião, do Audax e ISCTE, reforçou à nossa reportagem a importância de estas empresas de nova geração validarem os seus planos de negócio, “e neste caso em específico, aliadas a um produto amigo do ambiente”. “Temos aqui projetos muito interessantes e bastante válidos do ponto de vista ambiental”, elucida, confiante de que “há muitos empresários para estas ideias que aqui temos”; ou seja potenciais clientes. “A nossa ideia é que muitas destas startups atraiam investidores e se tornem numa espécie de spin-off (empresa que nasceu a partir de um grupo de pesquisa com o objetivo de explorar uma nova tecnologia) dessas empresas”.
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Apesar de não ter participado nenhuma empresa do concelho ou mesmo da região no “Green Discoveries”, Paulo Franco, vereador do empreendedorismo, acredita que isso é fruto de “o empreendorismo ter sido pouco trabalho até há pouco tempo atrás”. Ainda assim evidencia a componente tecnológica de algumas das empresas presentes na incubadora criada pelo município – a Alenquer Inovar que de futuro poderão trazer também elas novos contributos para este debate. 
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Green Discoveries teve ainda uma componente júnior

Alunos dos quatro argumentos do concelho dão ideias para a sustentabilidade da base aérea da Ota
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O Green Discoveries teve ainda uma componente júnior se assim podemos dizer. Alunos dos quatro agrupamentos escolares do concelho forneceram soluções para diversas problemáticas ambientais que a Base Aérea da Ota enfrenta no seu dia-a-dia. Para o sargento-chefe Josué Évora é importante esta aproximação daquele complexo militar à comunidade, porque “nós também fazemos parte da população do concelho”. Em média cerca de 600 a 800 homens vivem e trabalham na base.

​Os alunos entre os 12 e os 14 anos apontaram caminhos para diversos problemas como a falta de contentores com a possibilidade de aproveitamento de material dos aviões para depósitos de lixo; o uso da madeira apodrecida que se encontra no território da base para placas de contraplacado; a instalação de sensores de água nas torneiras para diminuir a fatura; a aposta na compostagem para gerar energia; e ainda a reorganização da floresta local quer no sentido de afastar a lagarta do pinheiro, sempre com recurso a soluções que não passam pelos químicos, quer na plantação de outras espécies. Os alunos frequentam a disciplina de Empreendedorismo. Catarina Constantino, e Andreia Pereira, da empresa Betweien, que mantem uma parceria com o município para esta área, reforçaram a importância deste contexto prático em que lhes foram dados exemplos reais que desafiam a criatividade, e o espírito crítico, no encontrar de soluções para a base aérea.



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