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Alenquer: Oposição quer estudo sobre o resgate da concessão das águas

Frederico Rogeiro e Ernesto Ferreira estão na expetativa perante o objetivo de se apurar, a 15 anos do fim do contrato, o valor da indemnização ao grupo composto por AGS e Aquapor


Sílvia Agostinho
08-01-2020 às 19:52
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​O debate em torno da concessão de águas e saneamento de Alenquer já vai longo. O ano ficou marcado pelo aparecimento de um movimento de consumidores que tem exigido o resgate da concessão por parte da Câmara Municipal face ao que se considera ser o elevado preço das faturas praticadas pela Águas de Alenquer e o deficiente serviço prestado com constantes roturas em algumas localidades do concelho. Os dois vereadores da oposição no município de Alenquer, ouvidos pelo Valor Local, defendem que a Câmara deve ser mais proativa nesta matéria, e estão na expetativa perante um novo estudo que será encomendado, neste domínio, com o objetivo de se apurar, a 15 anos do fim do contrato, o valor da indemnização ao grupo composto por AGS, Aquapor, Pragosa Ambiente, e quais os custos no caso de a autarquia voltar a assumir este setor. Uma empresa de consultadoria apresentou há poucos anos um valor de 60 milhões de euros, mas o município quererá saber de outras possibilidades.
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Frederico Rogeiro
​Frederico Rogeiro, do PSD, não tem dúvidas de que um dos grandes problemas que está ao alcance de ser melhorado diz respeito às roturas. “Indigna-me esta situação em ocorrem inúmeras faltas de água, as pessoas passam dias sem água na torneira, e a Câmara tem de resolver a situação” e como tal “propusemos um plano de investimentos em Assembleia Municipal”.

A proposta foi chumbada “mas parece que não caiu em saco roto porque a comissão de ambiente e ordenamento do território fez uma recomendação nesse sentido”. Esse esforço financeiro rondaria os 80 milhões de euros a serem suportados, neste caso, pelo município, dado que a concessionária alega que passados 16 anos do início da concessão já aplicou a totalidade das verbas previstas no caderno de encargos, 22, 3 milhões de euros.
​“O parecer da comissão de acompanhamento da concessão, vai nesse sentido: terá de ser a Câmara a fazê-lo”. O PSD diz que aguarda ainda pelo estudo da empresa de Cunha Marques, RPG, referente à indemnização em caso de resgate da concessão, que não chegou a ser apresentado.  Mas de acordo com Pedro Folgado, ao nosso jornal, vai ser feito um novo estudo a uma empresa diferente. Frederico Rogeiro não tem muitas dúvidas de que o resultado final não deverá ser “muito diferente daquele que hoje está em cima da mesa”.


“Queremos ver um parecer de uma entidade independente, e percebermos ainda a dívida real da Câmara à empresa. Não aparece em contas. Deve existir um rabisco. As maiorias absolutas são assim”, acrescenta o vereador da CDU, Ernesto Ferreira. “Não existe um quadro real do que se pode fazer nem dos custos da remunicipalização”, conclui.
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Ernesto Ferreira
Em 2003, a CDU na Câmara com José Manuel Catarino, e na assembleia votou contra. Os vereadores Nandim de Carvalho e Vasco Miguel (PSD) votaram a favor da concessão de águas e saneamento a um privado. Em assembleia municipal o partido absteve-se. Com estes anos de distância, Frederico Rogeiro, diz que já tentou obter dados anteriores à entrada em cena do privado, nomeadamente, no que respeita ao contrato com a EPAL para a captação em alta. “À época, a água era vendida muito barata, a estrutura do serviço prestado era muito desequilibrada, não dava margem para as necessidades de investimento. A Câmara não quis subir o preço da água porque politicamente era difícil, e chegou-se ao impasse, porque as metas e as exigências a nível de saneamento e abastecimento tornaram-se mais exigentes e a autarquia não tinha capacidade, daí a passagem a privados, com todos os riscos para o consumidor”. É célebre o episódio em que Álvaro Pedro, antigo presidente da Câmara, exibiu um cano carregado de calcário. “A única coisa que ninguém soube ter na altura foi a necessária dose de pessimismo. O PSD votou a favor por questões de inevitabilidade”. Na altura “possivelmente não se imaginava que íamos ter uma grande crise, pensava-se que o país ia continuar a prosperar, e neste caso, esse estado de alma também passou por aqui, e ninguém imaginou o pior”. “Foi muito ao estilo- Hoje resolvemos o problema, se houver mais quem vier atrás que feche a porta”.

Quanto às dívidas à concessionária invocadas pela oposição,  o presidente da Câmara refere que não compreende este tipo de questões, porque não há dívidas em orçamento e diz não perceber o facto de sistematicamente alegar-se tal circunstância. Reafirma ainda que não está disponível para dar luz verde a novo aditamento ao contrato.

Até à data, empresa tem-se refugiado ao máximo quanto a este tema. Tendo respondido apenas a algumas perguntas da comunicação social. Frederico Rogeiro é taxativo quanto à necessidade ou não da Águas de Alenquer dar a cara publicamente numa sessão pública ou outro evento do género – “Vou ser muito claro – De um lado temos aqueles que não podem fazer nada, e sofrem com isto tudo, do outro aqueles que estão dentro do sistema e se protegem uns aos outros. Estive numa reunião da comissão de acompanhamento da concessão. Fiquei bastante dececionado. A empresa até parecia que nada daquilo lhe dizia respeito. Não sabia de nada nem acrescentou nada. O presidente da comissão também estava lá no meio sem saber muito bem o que dizer, ainda assim foi o que se esforçou mais. Se for para esclarecer alguma coisa acho bem que se dê esse passo para uma sessão pública, mas o que me parece é que seria mais uma perda de tempo. Foi por isso que propusemos a figura do provedor do consumidor que foi recusada”.


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