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Alenquer quer promover integração das comunidades estrangeiras da Barrada, Carregado
Foi assinado um protocolo entre a Câmara e o SEF tendo em vista apoiar os processos de legalização e de integração no mercado de trabalho dos estrangeiros a residir no concelho
Sílvia Agostinho
18-11-2016 às 12:11
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Comunidades deram a conhecr algumas iguarias dos seus países de origem
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“Um estrangeiro é sempre um estrangeiro mas tudo depende da forma como é integrado”, as palavras são de Bonifácio Gomes, de 42 anos, que vive na urbanização da Barrada no Carregado. Esta é uma zona do concelho de Alenquer onde as comunidades estrangeiras escolheram estabelecer-se. Veio para Portugal há oito anos, e neste momento procura obter mais um visto de residência para dois anos. Está desempregado e não tem sido fácil. Por isso, achou boa ideia comparecer na sessão de assinatura do protocolo entre a Câmara de Alenquer o Serviço de Estrangeiros e Fronteiras (SEF) realizada no Edifício Comercial Palmeiras (onde a Câmara está a desenvolver o seu projeto de Empreendedorismo e de Inclusão Social e Laboral), no dia 16 de dezembro, com o objetivo de dar instrumentos aos que se encontrem no país de forma irregular, promovendo a integração social e profissional no apoio à legalização.

O protocolo com o SEF abrange numa primeira fase o território da União de Freguesias do Carregado e Cadafais e à posteriori deverá estender-se ao restante concelho. Neste âmbito, pretende-se reforçar o canal de comunicação entre o SEF e a população imigrante, sendo que o posto móvel de atendimento daquele organismo estará acessível para quem deseje obter esclarecimentos sobre a sua situação em Portugal. “É muito importante este protocolo tendo em conta as possibilidades de integração das comunidades, e no combate à marginalização”, especialmente no que a aspetos relacionados “com a exploração laboral dos mais vulneráveis diz respeito, decorrente da necessidade de estarmos alerta para a questão do tráfico de pessoas”, referiu Luísa Maia Gonçalves, diretora nacional do SEF, que após a assinatura do contrato confraternizou com as comunidades presentes, prestando os mais diversos esclarecimentos.
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A Câmara tem desde há cerca de um ano um posto de atendimento às comunidades imigrantes na Barrada. Neste local é fornecida informação que pode ser útil a quem se queira integrar no mercado de trabalho português e por consequência obter a legalização. São promovidas algumas sessões de esclarecimento para o efeito, bem como alguns estágios em empresas do concelho que mostraram abertura para fazer parte do processo de inclusão dos imigrantes que residem na área do município. A autarquia está ainda disponível para prestar apoio a projetos de empreendedorismo de cidadãos imigrantes. Para Pedro Folgado, presidente da Câmara, “é uma alegria muito grande podermos fazer esta aproximação entre as entidades aqui presentes e as comunidades”. “Não era hábito fazermos a ponte entre os cidadãos estrangeiros com as empresas da região . A Câmara estava mais virada para os seus processos internos, mas queremos apostar nesta vertente, e para isso vamos também fazer algumas obras neste edifício onde estamos, melhorá-lo e com isso dar-lhe mais dignidade”. No entender do autarca, “esta comunidade tem sido esquecida mas se vivem cá são também alenquerenses e estamos disponíveis para ajudar”. 
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Momento de asinatura do protocolo
​Comunidades veem com otimismo novo ponto de apoio no Carregado

“As pessoas da Barrada no início olhavam com muita desconfiança para os imigrantes africanos, penso que hoje em dia já se ultrapassou em parte o preconceito, apesar de ainda atribuírem os comportamentos marginais às pessoas da nossa etnia, mas não podemos levar a peito. Um estrangeiro é sempre um estrangeiro”, deduz Bonifácio Gomes, que considerou “muito positiva” a iniciativa dada a conhecer. A integração conta que não foi fácil, mas o facto de falar Português ajudou principalmente a conseguir, num espaço de tempo curto, um emprego. Foi trabalhar na Eurocer, fábrica de louça sanitária. Apesar de hoje estar desempregado, tem esperança em encontrar novo posto de trabalho apesar das dificuldades.
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Gebiana Araújo, 53 anos, veio para Portugal há 24. Os mesmos que já leva como funcionária da empresa Eurocer também no Carregado. Para esta cidadã guineense, a iniciativa da Câmara e do SEF deixou-a “muito grata” e dá a conhecer que na Barrada “há pessoas das comunidades com muito talento”. “Temos engenheiros, médicos, que infelizmente não conseguem uma oportunidade, por não terem os documentos”. E dá o exemplo do irmão, engenheiro eletrotécnico, que “se refugiou no álcool e não sai de casa”. Gebiana Araújo conta que o mesmo “tentou de tudo para se legalizar e conseguir trabalho mas sem sucesso”. Antes, “bastava o passaporte para obter um emprego agora é mais difícil”.

Uma das mais recentes moradoras da Barrada, é Sílvia Semedo, 19 anos, que veio há dois meses da Guiné Bissau. Está disponível para trabalhar “no que aparecer”. Expressa-se com alguma dificuldade em Português, pois apesar de ter nascido nos PALOP cresceu no Senegal. Apesar da crise que o nosso país atravessa, é da opinião de que “devemos olhar para o que Portugal tem de positivo”. “Penso que há boas oportunidades apesar da crise”; reflete. Esta estudante de música, gostava de prosseguir os estudos nesta área e ao mesmo tempo trabalhar. Mas primeiro há que obter o almejado documento que lhe dará o passaporte para a legalização. 


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