Passado um ano das eleições autárquicas, António Amaral, vereador da Câmara Municipal de Azambuja, com os pelouros da Cultura, Desporto e Coletividades, considera que o trabalho que tem sido feito em conjunto com a sua equipa tem um balanço positivo. O vereador que foi durante mais de 20 anos presidente da Junta de Freguesia de Azambuja, esclarece que esses anos deram-lhe “traquejo” para lidar com alguns problemas. Em entrevista ao Valor Local, António Amaral, que reconhece que o “barco” tem agora outra dimensão, sublinha que a fase de adaptação não demorou muito, estando agora mais “por dentro dos assuntos e das suas resoluções.”
Numa entrevista gravada no Museu Municipal Mateus Arenque, que comemorou no passado fim-de-semana 10 anos de existência, o vereador destacou que o espaço está bem vivo, e que a autarquia tem feito os possíveis, em conjunto com os técnicos, “para que este espaço continue ativo”. “Já fizemos alguns eventos, por altura da Feira de Maio ligados à tauromaquia, e agora com os eventos ligados à comemoração do aniversário, ao mesmo tempo que temos tentado captar as escolas e as pessoas para conhecerem todo este grande espólio”. O vereador sublinha que o espaço é muito procurado pelas escolas e pelos turistas, e por isso “permanece aberto até às seis da tarde e ao fim de semana”. Quanto à divulgação para o exterior, o vereador resume essa tentativa à internet. “É esse o canal que temos para a divulgação” vinca António Amaral, que sublinha a importância de fazer chegar essa informação às escolas.
No pelouro da Cultura, António Amaral faz uma radiografia positiva, embora o mesmo seja atacado de alguma “inatividade”. O vereador destaca que os 24 anos em que esteve na junta “foram uma grande escola”. O responsável considera que a sua equipa tem reagido bem, face aos tempos de crise que o país atravessa. “Os tempos são outros, não dispomos dos meios financeiros de antes. Há que ter mais imaginação e temos por isso uma equipa boa. Tenho comigo bons profissionais, pessoas que se dedicam e que gostam daquilo que estão a fazer”. Para António Amaral, esse é meio caminho andado para que mesmo com pouco dinheiro, as coisas evoluam, apesar das muitas críticas que vão surgindo de diferentes setores que dizem que o seu trabalho naquele pelouro tem sido quase inexistente, ou pelo menos pouco visível, desde que tomou posse.
A provar a dinâmica da Cultura, o vereador lembra que a autarquia, desde que assumiu funções há perto de um ano, já editou três livros. “Continuamos com projetos no Museu, nas bibliotecas, vamos assinalar o Mês da Música com um concerto na Igreja Matriz, e vamos dando passos no sentido de fazermos ações sem gastarmos praticamente dinheiro nenhum”.
No que toca aos horários mais reduzidos das bibliotecas no Verão, António Amaral explica que tal foi concertado com o presidente da câmara de forma a possibilitar também aos funcionários, um mês de agosto mais tranquilo, “até porque a afluência é mais reduzida”. O Valor Local sabe de algumas queixas de frequentadores face a esta alteração, mas António Amaral sustenta que a decisão “só gerou uma queixa”.
Passada esta fase, as bibliotecas do concelho voltaram ao horário normal. O vereador destaca que tal é um imperativo, tendo também em conta a necessidades dos estudantes que usam aquele espeço. Já quanto ao espólio, o vereador refere que “alguns padrinhos da leitura têm doado obras”. Para além disso, uma empresa fez uma doação de alguns dvds “num valor considerável”, lembrando que no próximo orçamento, está comtemplada a aquisição de novas obras, nomeadamente, para os mais pequenos.
Sobre a Biblioteca Móvel, um projeto iniciado pelo anterior vereador da cultura, Marco Leal, mas que nunca foi concluído, António Amaral, esclarece que tal não é uma prioridade. Aliás o vereador diz desconhecer esse projeto, e lembra que o concelho está razoavelmente coberto com as bibliotecas de Azambuja, Aveiras de Cima e Alcoentre.
No que respeita ao setor do Desporto, Amaral considera o Programa de Atividade Física para Todos (PAFT) como prioritário, “reconhecido por toda a gente, até a oposição acha que se trata de um excelente programa”. O PAFT que decorre um pouco por todo o concelho, tem a mais-valia de contar com o envolvimento das coletividades e das juntas de freguesia.
Críticas das coletividades quanto à falta de pagamento de apoios contratualizados com a Câmara não têm faltado vindas de todo o concelho, mas Amaral diz que os subsídios “vão sendo pagos à medida das possibilidades”. O responsável assegura que estão a ser feitos todos os possíveis para, até ao fim do ano, se acerte contas com as 42 coletividades do concelho no que toca ao ano de 2013, mas pagar os apoios de 2011 e 2012 será “impensável”. Fora disso, a Câmara continua “a apoiar a nível logístico”.
O vereador salienta que por vezes se tem uma ideia errada sobre a realidade do apoio camarário aos clubes, que não se resume apenas a um cheque. A título de exemplo, o vereador destaca um protocolo existente com a Associação de Futebol de Lisboa, na qual estão inscritos três clubes do concelho, nomeadamente, o de Vila Nova da Rainha, o Grupo Desportivo de Azambuja e o Aveiras de Cima Sport Clube, em que a Câmara paga as inscrições dos clubes que rondam os dez mil euros. “É dinheiro”, justifica. “Não podemos falar apenas do apoio através de um cheque. Pois durante todo o ano, há pedidos para montar palcos, solicitações de autocarros entre outros.” O vereador destaca também a cedência do Estádio Municipal: “Não cobramos nada aos nossos clubes. Pagamos água, luz, horas para os treinos. Enfim há aqui uma componente muito grande. Por vezes pensa-se que é só o cheque”.
Castro de Vila Nova de São Pedro revitalizado
Ainda no que respeita à Cultura, o “Castro” de Vila Nova de São Pedro, merece por parte deste executivo, “alguma atenção especial”. Segundo António Amaral, para breve está o início da revitalização do espaço. “Sabemos que são terrenos privados, mas estamos conscientes da importância do local para a nossa história e para o nosso concelho”.
O vereador salienta que a edilidade pondera em conjunto com técnicos da Câmara e arqueológos dar início à revitalização do espaço. António Amaral refere que o local tem de ser limpo com cuidado, nomeadamente, fazendo uso dos conhecimentos dos arqueológos com o objetivo de se proceder à “desmatação do local e qualificação daquela zona”.
Segundo adiantou ao Valor Local, o vereador pondera que no local seja construído um parque para autocarros, bem como sinalética e informação sobre o sítio em causa. A juntar a isto, o vereador quer levar a cabo um seminário sobre o tema, com visitas dos munícipes interessados ao Museu do Carmo, de modo a que possam constatar no local o património que lá existe referente ao Castro. “Vamos tentar divulgar ao máximo, até porque alguns estrageiros já solicitaram visitas nesse sentido”.
Mesmo ao lado, está a Casa João Moreira. O edifício foi adquirido pela Câmara há alguns anos para melhorar a curva de acesso a Vila Nova de São Pedro, que está em ruinas, mas também para servir de centro de interpretação. Sobre este assunto, o vereador esclarece que, por enquanto, não há verbas para a reabilitação da casa, mas não coloca de parte que a mesma venha a fazer parte deste projeto. O vereador salienta que o espólio de João Moreira tem valor e está guardado. “Ainda não perdemos a esperança de conseguir concretizar algo”.
Barco “Vala Real” aguarda melhores dias
Adquirido no final dos anos 90 pela Câmara Municipal de Azambuja, o barco varino “Vala Real” tem agora pela frente uma reparação a rondar os 50 mil euros. A embarcação esteve em água doce mais tempo do que devia, tendo sido também descurada a sua manutenção, e por isso, a sua recuperação é agora mais difícil. O barco que participou que ativamente na “Rota dos Mochões”, tem agora um futuro incerto dadas as dificuldades financeiras da autarquia.
Mas a embarcação que se encontra na doca de Sarilhos Pequenos, no Barreiro, continua nos planos de António Amaral. O vereador salienta que o barco sempre teve muita procura e que “o interesse na sua recuperação é extensível a todo o executivo”. “Faz-nos doer o coração ver o barco da maneira como se encontra”, e por isso a autarquia tentou uma abordagem a um privado que tinha mostrado interesse na recuperação do barco, bem como interceder numa divulgação diferente do projeto. Todavia os valores envolvidos foram maiores do que os esperados, à volta de 50 mil euros, algo que afastou por enquanto o empresário. Ainda assim, António Amaral diz que a autarquia não desistiu por enquanto desse sonho. Na forja poderá estar agora uma candidatura para a recuperação do barco a fundos comunitários, com o apoio da Entidade Regional de Turismo do Alentejo e da comunidade intermunicipal. Essa parece ser a próxima esperança para que o barco volte às águas do Tejo.
Miguel António Rodrigues
04-11-2014
Numa entrevista gravada no Museu Municipal Mateus Arenque, que comemorou no passado fim-de-semana 10 anos de existência, o vereador destacou que o espaço está bem vivo, e que a autarquia tem feito os possíveis, em conjunto com os técnicos, “para que este espaço continue ativo”. “Já fizemos alguns eventos, por altura da Feira de Maio ligados à tauromaquia, e agora com os eventos ligados à comemoração do aniversário, ao mesmo tempo que temos tentado captar as escolas e as pessoas para conhecerem todo este grande espólio”. O vereador sublinha que o espaço é muito procurado pelas escolas e pelos turistas, e por isso “permanece aberto até às seis da tarde e ao fim de semana”. Quanto à divulgação para o exterior, o vereador resume essa tentativa à internet. “É esse o canal que temos para a divulgação” vinca António Amaral, que sublinha a importância de fazer chegar essa informação às escolas.
No pelouro da Cultura, António Amaral faz uma radiografia positiva, embora o mesmo seja atacado de alguma “inatividade”. O vereador destaca que os 24 anos em que esteve na junta “foram uma grande escola”. O responsável considera que a sua equipa tem reagido bem, face aos tempos de crise que o país atravessa. “Os tempos são outros, não dispomos dos meios financeiros de antes. Há que ter mais imaginação e temos por isso uma equipa boa. Tenho comigo bons profissionais, pessoas que se dedicam e que gostam daquilo que estão a fazer”. Para António Amaral, esse é meio caminho andado para que mesmo com pouco dinheiro, as coisas evoluam, apesar das muitas críticas que vão surgindo de diferentes setores que dizem que o seu trabalho naquele pelouro tem sido quase inexistente, ou pelo menos pouco visível, desde que tomou posse.
A provar a dinâmica da Cultura, o vereador lembra que a autarquia, desde que assumiu funções há perto de um ano, já editou três livros. “Continuamos com projetos no Museu, nas bibliotecas, vamos assinalar o Mês da Música com um concerto na Igreja Matriz, e vamos dando passos no sentido de fazermos ações sem gastarmos praticamente dinheiro nenhum”.
No que toca aos horários mais reduzidos das bibliotecas no Verão, António Amaral explica que tal foi concertado com o presidente da câmara de forma a possibilitar também aos funcionários, um mês de agosto mais tranquilo, “até porque a afluência é mais reduzida”. O Valor Local sabe de algumas queixas de frequentadores face a esta alteração, mas António Amaral sustenta que a decisão “só gerou uma queixa”.
Passada esta fase, as bibliotecas do concelho voltaram ao horário normal. O vereador destaca que tal é um imperativo, tendo também em conta a necessidades dos estudantes que usam aquele espeço. Já quanto ao espólio, o vereador refere que “alguns padrinhos da leitura têm doado obras”. Para além disso, uma empresa fez uma doação de alguns dvds “num valor considerável”, lembrando que no próximo orçamento, está comtemplada a aquisição de novas obras, nomeadamente, para os mais pequenos.
Sobre a Biblioteca Móvel, um projeto iniciado pelo anterior vereador da cultura, Marco Leal, mas que nunca foi concluído, António Amaral, esclarece que tal não é uma prioridade. Aliás o vereador diz desconhecer esse projeto, e lembra que o concelho está razoavelmente coberto com as bibliotecas de Azambuja, Aveiras de Cima e Alcoentre.
No que respeita ao setor do Desporto, Amaral considera o Programa de Atividade Física para Todos (PAFT) como prioritário, “reconhecido por toda a gente, até a oposição acha que se trata de um excelente programa”. O PAFT que decorre um pouco por todo o concelho, tem a mais-valia de contar com o envolvimento das coletividades e das juntas de freguesia.
Críticas das coletividades quanto à falta de pagamento de apoios contratualizados com a Câmara não têm faltado vindas de todo o concelho, mas Amaral diz que os subsídios “vão sendo pagos à medida das possibilidades”. O responsável assegura que estão a ser feitos todos os possíveis para, até ao fim do ano, se acerte contas com as 42 coletividades do concelho no que toca ao ano de 2013, mas pagar os apoios de 2011 e 2012 será “impensável”. Fora disso, a Câmara continua “a apoiar a nível logístico”.
O vereador salienta que por vezes se tem uma ideia errada sobre a realidade do apoio camarário aos clubes, que não se resume apenas a um cheque. A título de exemplo, o vereador destaca um protocolo existente com a Associação de Futebol de Lisboa, na qual estão inscritos três clubes do concelho, nomeadamente, o de Vila Nova da Rainha, o Grupo Desportivo de Azambuja e o Aveiras de Cima Sport Clube, em que a Câmara paga as inscrições dos clubes que rondam os dez mil euros. “É dinheiro”, justifica. “Não podemos falar apenas do apoio através de um cheque. Pois durante todo o ano, há pedidos para montar palcos, solicitações de autocarros entre outros.” O vereador destaca também a cedência do Estádio Municipal: “Não cobramos nada aos nossos clubes. Pagamos água, luz, horas para os treinos. Enfim há aqui uma componente muito grande. Por vezes pensa-se que é só o cheque”.
Castro de Vila Nova de São Pedro revitalizado
Ainda no que respeita à Cultura, o “Castro” de Vila Nova de São Pedro, merece por parte deste executivo, “alguma atenção especial”. Segundo António Amaral, para breve está o início da revitalização do espaço. “Sabemos que são terrenos privados, mas estamos conscientes da importância do local para a nossa história e para o nosso concelho”.
O vereador salienta que a edilidade pondera em conjunto com técnicos da Câmara e arqueológos dar início à revitalização do espaço. António Amaral refere que o local tem de ser limpo com cuidado, nomeadamente, fazendo uso dos conhecimentos dos arqueológos com o objetivo de se proceder à “desmatação do local e qualificação daquela zona”.
Segundo adiantou ao Valor Local, o vereador pondera que no local seja construído um parque para autocarros, bem como sinalética e informação sobre o sítio em causa. A juntar a isto, o vereador quer levar a cabo um seminário sobre o tema, com visitas dos munícipes interessados ao Museu do Carmo, de modo a que possam constatar no local o património que lá existe referente ao Castro. “Vamos tentar divulgar ao máximo, até porque alguns estrageiros já solicitaram visitas nesse sentido”.
Mesmo ao lado, está a Casa João Moreira. O edifício foi adquirido pela Câmara há alguns anos para melhorar a curva de acesso a Vila Nova de São Pedro, que está em ruinas, mas também para servir de centro de interpretação. Sobre este assunto, o vereador esclarece que, por enquanto, não há verbas para a reabilitação da casa, mas não coloca de parte que a mesma venha a fazer parte deste projeto. O vereador salienta que o espólio de João Moreira tem valor e está guardado. “Ainda não perdemos a esperança de conseguir concretizar algo”.
Barco “Vala Real” aguarda melhores dias
Adquirido no final dos anos 90 pela Câmara Municipal de Azambuja, o barco varino “Vala Real” tem agora pela frente uma reparação a rondar os 50 mil euros. A embarcação esteve em água doce mais tempo do que devia, tendo sido também descurada a sua manutenção, e por isso, a sua recuperação é agora mais difícil. O barco que participou que ativamente na “Rota dos Mochões”, tem agora um futuro incerto dadas as dificuldades financeiras da autarquia.
Mas a embarcação que se encontra na doca de Sarilhos Pequenos, no Barreiro, continua nos planos de António Amaral. O vereador salienta que o barco sempre teve muita procura e que “o interesse na sua recuperação é extensível a todo o executivo”. “Faz-nos doer o coração ver o barco da maneira como se encontra”, e por isso a autarquia tentou uma abordagem a um privado que tinha mostrado interesse na recuperação do barco, bem como interceder numa divulgação diferente do projeto. Todavia os valores envolvidos foram maiores do que os esperados, à volta de 50 mil euros, algo que afastou por enquanto o empresário. Ainda assim, António Amaral diz que a autarquia não desistiu por enquanto desse sonho. Na forja poderá estar agora uma candidatura para a recuperação do barco a fundos comunitários, com o apoio da Entidade Regional de Turismo do Alentejo e da comunidade intermunicipal. Essa parece ser a próxima esperança para que o barco volte às águas do Tejo.
Miguel António Rodrigues
04-11-2014
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