Arruda: Projeto piloto na reciclagem dá criptomoedas a quem separar mais
Através de uma parceria com a empresa Bee2Waste Crypto e duas instituições académicas, a Câmara vai medir o pulso à apetência para reciclar em um ou dois bairros da vila
|30 Abr 2021 19:31
Sílvia Agostinho A Câmara Municipal de Arruda dos Vinhos prepara-se para abraçar um projeto inovador na área da separação e recolha de resíduos. Através de uma parceria com a empresa Bee2Waste Crypto e duas instituições académicas pretende através de um projeto piloto a implantar em um ou dois bairros da vila aferir da disponibilidade dos munícipes para a reciclagem. A novidade reside na possibilidade de serem recompensados pela adoção desse comportamento através de criptomoedas quando se sabe que nem sempre é fácil cumprir o desígnio da economia circular. Até à data o município de Arruda é um dos primeiros a aderir a este sistema que foi apresentado durante a conferência Arruda Lab durante este mês de junho.
Durante a apresentação, os promotores da empresa referiram que “a monetização da cadeia é uma das saídas no sentido de alterar comportamentos”, numa altura em que urge diminuir a pegada humana e quando a produção de lixo aumenta de forma galopante e as soluções existentes não são as mais amigas do ambiente. Entram neste projeto a Universidade de Carnegie Mellon na Pensilvânia, Estados Unidos, Instituto Superior Técnico e a Universidade Nova de Lisboa. O estudo pretende perceber até que ponto é que a localização de um determinado ponto de recolha consegue suscitar maior ou menor adesão, mas também desenvolver fichas sobre o comportamento dos cidadãos desde a recolha até ao tratamento. O conceito de blockchain é também precioso neste trabalho pois permite registar todos os dados, os elos da cadeia e respetivas compensações. Em suma os objetivos são mudar hábitos, aumentar a reciclagem, baixar os custos de recolha e tratamento ao município, e melhorar a relação entre os serviços e os seus utilizadores. O projeto vai durar um ano e abrange 200 famílias com a atribuição de kits destinados à reciclagem com sacos diferenciados através de QRCode com vista à posteriori à compensação financeira para cada agregado. “Sempre que faz um depósito recebe criptomoeda”, referiu a empresa, grosso modo, durante a apresentação do projeto na conferência Arruda Lab. Ouvido pelo Valor Local, André Rijo, presidente da Câmara diz que o projeto deverá estar no terreno durante o segundo semestre deste ano. Nesta altura as entidades envolvidas estão a fazer um diagnóstico à amostra a recolher para o projeto piloto junto dos serviços camarários. “Estamos com alguma expetativa face à possibilidade de podermos implantar um sistema mais inteligente naquilo que é a recolha seletiva a que se juntam as necessárias preocupações ambientais em alinhamento com o nosso pacto para as alterações climáticas”, enfatiza. Consoante a gramagem que for colocada por cada agregado nos contentores diferenciados “premiaremos os munícipes com a criptomoeda através de uma bolsa a criar” e a partir daí e seguindo o princípio inerente a este novo e sofisticado meio de pagamento é possível transformar em euros a retribuição em causa e daí passar para uma conta bancária ou um cartão de crédito. O sistema blockchain associado a este projeto é já utilizado como solução de pagamento em e-commerce e lojas físicas. O autarca diz que esta solução vai permitir também poupanças junto da Valorsul pois atualmente os municípios apenas pagam pelos indiferenciados, ou seja pelo lixo depositado nos contentores, e não nos ecopontos. Para já não está previsto o aumento de ecopontos dado que a zona a ser escolhida já está apetrechada mas no futuro poderá haver disseminação de equipamentos. Ainda é cedo para se “aferir que esta é uma solução de futuro nos resíduos em Portugal mas o nosso município vai investir neste estudo”. Deixe a sua Opinião sobre este Artigo
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