Arrudense Hélder Santos lança Office Groove a pensar nos teletrabalhadores
Uma banda sonora que inclui os sons que normalmente consideramos os mais irritantes tais como os clicks dos ratos, dos teclados, o ruído do ar condicionado, gavetas que abrem e fecham...
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| 03 Jan 2021 11:41
Sílvia Carvalho d'Almeida Encontra-se em teletrabalho, mas sente saudades do escritório? Então isto é para si! O músico Helder Santos, natural de Arruda dos Vinhos, criou uma nova aplicação, a Office Groove, que permite encurtar essa distância, trazendo o escritório até si. Inspirado num artigo do jornal El País, que conta como algumas pessoas procuram sons de escritório no Youtube, para se concentrarem melhor enquanto trabalham, o artista produziu uma banda sonora que inclui os sons que normalmente consideramos os mais irritantes tais como os clicks dos ratos, dos teclados, o ruído do ar condicionado, gavetas que abrem e fecham, impressoras, telefones, pessoas a falar, entre outros.
Tal como nos conta, quando leu o artigo, pensou: “Claro! Os sons que nos rodeiam, entram nas nossas vidas de uma forma que, na maior parte das vezes, não somos conscientes.” A partir desta ideia, decidiu “gravar esses sons” no seu estúdio. E depois, produziu vários “grooves” e “moods” divertidos, que de alguma maneira representam o valor do trabalho em equipa. O passo seguinte foi criar uma app onde os usuários pudessem explorar as várias propostas de forma interativa, e que dessa forma transformassem os sons de escritório em ritmos que possam ser dançados “e, porque não, cantados”. A ideia não foi comercializar a app, já que é gratuita (sem publicidade). “A ideia é animar os teletrabalhadores e dar a conhecer uma nova forma de fazer música: interativa e adaptada às decisões do usuário.” De momento, pode encontrar uma versão da app para Android no site/portfólio do autor (em https://xtuk.itch.io/office-groove ). No entanto, breve será publicada uma versão para PC, Mac e Linux. Um português em terras d’el Rei O músico, de 44 anos, encontra-se neste momento a residir em Espanha, e foi por amor que fez esta mudança na sua vida. “Conheci uma bela rapariga!”. Sobre como está a adaptar-se ao mercado espanhol, diz: “Na cidade em que vivo, Valência, as pessoas são mais abertas, mas também menos formais. Encontrar o equilíbrio não é fácil. Contudo, é uma questão de cultura”. Relativamente ao que mais o fascina na profissão de músico, responde: “Posso dizer que grande parte da minha vida está dedicada à música como expressão artística e emocional. Muitas experiências com grandes, velhos e novos amigos em Portugal, em Espanha e em França. É fascinante a força e a energia que os músicos têm. E quando conseguimos pôr a pele de galinha… aquilo que fazes passa a ser mágico”. Quando lhe perguntamos qual o seu estilo de música favorito, é perentório: “É difícil catalogar o meu próprio estilo. É muito mais fácil dizer quais são as minhas influências: Fado, folclore, rock, flamenco, jazz… Considero de vital importância que a música tenha alma. Se é assim, sou fã.” Para Hélder Santos “ter sonhos na vida é importante porque ajudam a definir um caminho, um objetivo. O meu sonho, talvez já o esteja a cumprir. Estou com quem amo, rodeado de grandes amigos (incluindo os que estão mais longe), faço aquilo que gosto e de alguma forma, sou reconhecido por isso… Posso sempre sonhar mais alto, mas nunca tão claro.” Quanto a projetos futuros, refere que acabou há pouco tempo a banda sonora de um documental – “Canción Perdida de Nacho Sirera”. “Neste momento estou a produzir dois temas cantados para um filme musical – Mascarada de Bigaro Films. E, se tudo correr bem, em fevereiro ou março começo com a banda sonora de uma curta-metragem de animação. Entretanto, estendo os meus braços a novos projetos e faço novos amigos. O talento que há por aí é bestial. Colaborar com pessoas assim é um luxo. E não se pode pedir muito mais da vida.” |
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