Montanha de asfalto perturba Casais das Amarelas

Dimensão do depósito é assinalável
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Há cerca de três anos que a localidade de Casais das Amarelas, na freguesia de Aveiras de Cima, convive paredes meias com uma montanha de resíduos de asfalto da pela empresa de construção Tecnovia, com vista a desenvolver no local um estaleiro. Os moradores dizem-se afetados porque de verão sopram poeiras negras que sujam as paredes das casas, e em tempos até o descanso dos habitantes dos Casais das Amarelas foi posto em casa. A empresa laborou até a dada altura, mas a produção parou há cerca de um ano, e ninguém sabe por que razão os resíduos não são retirados do local.

“Esta porcaria estragou a casa construída há pouco tempo pela minha família. O pó preto invadiu o sótão e as paredes. No ano passado, houve movimentações e as consequências foram complicadas, pois forma-se uma nuvem negra que afeta quem vive neste local”, diz Armindo Mirradinho à nossa reportagem

Carlos Correia também fala da moradia do seu filho: “Cheguei a ter uma guerra com a empresa, porque trituravam o alcatrão para fabrico da massa, e com a colocação de tuvenam, o caso piorava. Para além de que laboravam à noite causando ainda mais transtorno. O meu filho que trabalha por turnos quase que não conseguia dormir. A minha neta que anda na escola também sofria com problemas para conseguir descansar. Fui ter com a empresa e chateei-me com quem andava aí a trabalhar. Estive para ir à Câmara, mas talvez mercê das queixas acabaram por parar a laboração”. Neste momento, os trabalhos encontram-se parados, “mas a lixeira permanece”. “Chegou a estar aí um guarda noturno no estaleiro mas pouco mais se consegue ver no momento. As máquinas desapareceram”. Sendo certo, que neste processo “a Câmara pouco fez”. “Fiquei espantado com a autorização da autarquia, afinal onde estão as preocupações com o ambiente e com as pessoas?”. “A minha nora nunca podia ter as portas e as janelas abertas, com a acumulação de pós. Chegaram a prometer a pintura dos telhados, mas disse à empresa que só desejava que se fossem embora, porque ao escolherem esta localização estão praticamente dentro de Aveiras de Cima. Não se percebe”.

A Câmara Municipal de Azambuja dá conta que a questão se tornou mais complexa. Até porque a empresa já ultrapassou os prazos para continuar no local. “Foi feito um acordo para que pudessem ter o estaleiro no local, em contrapartida deram materiais para tapar buracos e alcatroamento, mas não pagaram as taxas que deviam ter sido liquidadas. O acerto de contas já devia ter sido concretizado”, dá a conhecer o presidente da Câmara Luís de Sousa. Em causa está um valor na ordem de 40 mil e 13 euros que a Tecnovia deve pagar ao município, mas à hora de fecho desta edição, Luís de Sousa evidenciou o seu desalento porque a empresa em causa alega já ter liquidado esse montante com os materiais fornecidos, durante a sua permanência no concelho, à Câmara. O autarca refere que esses materiais sempre tiveram o caráter de uma doação, algo que até foi discutido em assembleia municipal à época, e que por isso estranha bastante a posição da empresa. O presidente da Câmara não quis adiantar mais dados, pois refere que o assunto vai seguir a via litigiosa.

O desapontamento com a empresa estende-se ainda ao fato de elementos ligados à mesma terem feito chegar um ofício à Câmara acerca da queda de um muro numa propriedade dos mesmos em Arrifana, exigindo a sua reparação. – “Não é assim que se fazem as coisas. Ainda somos pessoas de bem. Temos a porta aberta, pelo que não era necessário mandarem um ofício, bastava virem falar connosco, e se a responsabilidade for nossa obviamente que diligenciaremos o arranjo do muro”.

O Valor Local pediu declarações à Tecnovia mas a empresa não respondeu às nossas questões.

Sílvia Agostinho
30-10-2014

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