Associação de Tagarro quer resgatar os laços com a comunidade
Coletividade conta já com algumas atividades e conta captar o interesse da população
| 20 Dez 2021 10:04
Sílvia Carvalho d'Almeida A Associação Desportiva e Cultural de Tagarro abriu as suas portas, recentemente, para o evento “O Melhor Bolo de Castanha do Mundo”, que reuniu confeções à base desta fruta da época, tão apetecida quando o frio já se faz sentir. Celebrou-se assim o São Martinho, em ambiente descontraído e informal, tendo havido também lugar a uma feira de artesanato, com peças de artesãos de várias zonas da região. A sala não encheu. Não se sabe ao certo se ainda com receios relacionados com a pandemia de Covid- 19, ou porque simplesmente as pessoas decidiram não aparecer. O Valor Local, aproveitando a ocasião, falou com Ricardo Pereira, presidente da associação, sobre os problemas que esta enfrenta, nomeadamente, a fraca adesão por parte das pessoas a atividades de cariz comunitário.
Técnico informático no município da Azambuja, bombeiro voluntário e presidente da associação, conta-nos que têm atualmente cerca de 300 associados pagantes, num total de cerca de 700. Candidatou-se ao cargo uma vez que não havia gente que pudesse assumir estas funções, mas também por motivos emocionais, uma vez que o seu pai foi um dos fundadores da associação, e “era uma pena que esta deixasse de existir.” Para além do seu trabalho, e das atividades que desenvolve, tem duas crianças pequenas, o que faz com que seja “muita coisa para gerir”. Mas fá-lo com “muito gosto e entusiasmo”, embora para efeitos desta entrevista tenha sido difícil conseguirmos mais de dez minutos seguidos do seu tempo, por serem tantas as solicitações no dia da iniciativa. Explica que a associação não tem levado a cabo muitas atividades, em parte devido à pandemia, mas também um pouco por responsabilidade da anterior direção, mas no fundo “realizaram aquilo que foi possível”. Não obstante, diz ser difícil fazer com que as pessoas “saiam de casa” nesta localidade, e adiram às atividades que já existem. Lamenta que não haja um hábito de vida em comunidade, o que se verificou também no facto de não haver quem quisesse assumir as rédeas da associação nestas últimas eleições. No entanto, abriu recentemente uma turma de ginástica de manutenção, que conta já com cerca de 24 pessoas, maioritariamente, do sexo feminino, e que vêm também de outros pontos do concelho, tais como de Aveiras, Alcoentre, e Cercal já no concelho do Cadaval. Uma das suas ideias para a associação, é que possa ser criada uma “escolinha de futsal”, mas adverte que provavelmente “não será da noite para o dia”, porque tem que dividir o seu tempo entre a associação, os bombeiros e o emprego que lhe paga as contas. Haverá para já um campeonato da modalidade, que está a organizar, neste momento, e que contará com equipas oriundas de várias regiões do país. Lamenta também que não sejam muitos os jovens que aderem às atividades, sendo que são os mais velhos quem normalmente visita a associação. Colocámos a questão essencial, se existem jovens em Tagarro em número suficiente, ou se por outro lado o envelhecimento populacional não poderá justificar esta tendência, Ricardo responde-nos que existem crianças e jovens, mas que simplesmente não ligam à vida comunitária. De resto, tal como ele em jovem, uma vez que esteve “vários anos sem ir à associação”. “No entanto agora faz todo o sentido as pessoas reunirem-se em comunidade, partilharem momentos, haver espaço de entreajuda e solidariedade”, considera. Ao nível de apoios diz que estes “nunca são suficientes”, quer para a criação de novas atividades e iniciativas, que tragam mais gente em especial crianças para o espaço, quer para a realização de obras no edifício, que constatamos estar com um ar degradado e velho. No entanto, ressalva que “a junta de freguesia de Alcoentre tem feito tudo o que pode, e tem dado alguma ajuda, tal como a Câmara Municipal de Azambuja”. Ricardo diz que se não for a associação a fazer algo por esta comunidade, “esta terra está esquecida”. |
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