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Associação Mais Barrada nasce para combater a exclusão

Habitantes desta zona do Carregado organizaram-se para uma grande limpeza e agora pretendem dinamizar um centro comunitário
Sílvia Agostinho
05-07-2018 às 09:14
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Nasceu este ano, e propõe uma mudança para a urbanização da Barrada, no Carregado. A Associação Mais Barrada está a organizar-se para ocupação de um espaço que se encontrava completamente vandalizado num dos locais mais problemáticos do bairro, a Praceta Gaspar Corte Real, mais especificamente o chamado túnel de Vali, onde funcionou em tempos um supermercado que nos últimos anos servia para todo o tipo de atividades marginais. Esse espaço está agora a ser aproveitado pela associação. Foi limpo numa ação conjunta de todos os que integram a Mais Barrada e moradores do bairro. A ideia é tornar um local feio e de que muitos procuravam fugir no novo centro comunitário do Carregado com atividades para os jovens e população.

Utilizando a expressão brasileira, Mutirão, que designa uma ação coletiva em que muitas pessoas se organizam gratuitamente para determinado fim, nomeadamente este tipo de ações de limpeza, os moradores do bairro e a associação conseguiram “tirar toneladas de lixo do interior do antigo supermercado” que servirá de sede da associação em breve. Garrafas, seringas, e de tudo um pouco se podia encontrar. “Eu saí daqui a coçar-me todo porque até pulgas havia”, conta Vando Sano, um dos principais dinamizadores da associação. Vítor que se encontra a ajudar nas obras necessárias ao edifício – que esteve fechado muitos anos – acrescenta – “Só de garrafas devem ter tirado uma camioneta cheia”. No final das obras, a associação quer apagar os graffitis medonhos que são imagem de marca pelo piores motivos desta zona da Barrada. Este grupo pretende ainda que haja mais iluminação no intuito de dissuadir a continuação das atividades paralelas. Na praceta existe o único parque infantil do bairro, “mas eu como pai tenho medo de vir até aqui com a minha filha tendo em conta a envolvência da praceta. É isso que queremos mudar, queremos trabalhar no coração do problema”, refere Vando. No entanto, e a contrário do que seria a sua expetativa, a Câmara, segundo refere, “não tem ajudado como gostaríamos”.

Vando conta que houve uma reunião com o vereador Paulo Franco que mostrou disponibilidade, contudo a Câmara “falhou duas vezes” quando tocou a ajudar na retirada do lixo do interior do edifício. Os elementos da associação tiveram de tirar tudo à mão e levar para os contentores quando estava prometida a presença de um veículo e contentor da Câmara para ajudar ao efeito, o que teria facilitado em muito o trabalho dos voluntários. Vando diz-se desanimado, até porque este é um projeto para uma comunidade que necessita de uma atenção especial e quando se pretende diminuir os ímpetos marginais. E diz mesmo – “Chegámos à conclusão de que se a Câmara quiser ajudar, que venha ter connosco, porque não vamos andar mais atrás deles. Até agora só nos desmotivaram”. Ouvido pelo Valor Local, Paulo Franco refere que de facto houve uma descoordenação dos serviços no dia em que era suposto um contentor da Câmara ter estado no local para facilitar o trabalho dos membros da associação, mas diz que mantém a sua intenção de colaborar com a associação, mediante um protocolo que se venha a estabelecer entretanto. O autarca diz ainda que este projeto é complementar de outro que a Câmara tem vindo a desenvolver noutro local, e por isso bem-vindo.

No fundo, o objetivo desta associação e do centro comunitário é permitir que “quem se sinta mais marginalizado possa ter uma ocupação”. Ideias não faltam à Mais Barrada para o que se pode fazer num espaço que necessita de obras urgentes mas que tem uma área considerável, cuja renda a muito custo os elementos da associação conseguem suportar. Todos os meses pagam 600 euros, sem apoios de qualquer espécie. “Organizamo-nos e cada um paga 100 euros, por exemplo”. O espaço ainda não está a ser rentabilizado pelo que se torna ainda mais complicado despender a verba. “O proprietário é um privado e naturalmente quer rentabilizar isto”. Quanto a apoios de entidades como a Câmara, refere que o apoio foi pedido apenas para os materiais, e até agora com balanço negativo, por parte da associação, conforme exposto acima. “A Câmara disse logo que não podia dar mais porque a situação financeira não andava famosa”.
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Para o espaço estão pensadas aulas de zumba, de ballet, ginásio comunitário, muay thai, capoeira, uma biblioteca, e já e possível verificar que foram doados muitos livros a pensar nesse objetivo. “Já pedimos às pessoas para pararem de contribuir porque de facto já são imensos”. A grande maioria das pessoas que estão a colaborar com a associação é da Barrada, está a acolher esta ideia do centro comunitário de braços abertos. “A envolvência da comunidade está a ser muito boa”. Agora a associação precisaria de mais apoios relacionados com materiais para requalificar o espaço, e tem feito contactos com empresas nesse sentido, estando ainda disponível para receber nesse sentido todo o tipo de contributos.

A Mais Barrada pretende ainda intensificar a necessidade de se criarem protocolos com as empresas e com as agências de trabalho temporário da zona do Carregado tendo em vista as necessidades de emprego dos habitantes. Sendo assim vai também funcionar neste centro comunitário, um posto de atendimento tendo em conta esse fim. Na Barrada já funciona um serviço da Câmara com vista à inserção dos imigrantes e cidadãos em geral no mercado de trabalho, e Vando refere que a Mais Barrada “vem para somar ao que já existe, não pretendemos rivalizar com ninguém até porque o objetivo é o mesmo, embora aqui estejamos no foco do problema”.
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“Todas as pessoas estão muito empenhadas em mudar a Barrada, e isso também nos dá muito alento em prosseguir apesar das dificuldades”, conta. 
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Comentários

Mais uma tanga! Eu vivo 17 anos no Carregado e nunca tive problemas no Vali_muito menos "medo")) andei la com meu filho,passo muitas vezes a noite vindo do trabalhoe nunca tive problemas.Sim_concordo que a zona deve ser recuperada e melhorada_mas esta "acao comunitaria" mais parece me acao poltico-financeira: o meninoque esta na foto tenta alargar o mercado imobiliario da zona e as forcas politicas da junta a meter-se pelo meio e a por as medalhas. Enfim,sao coisas do costume. E ja agora o parque no Vali nao e unico da zona... A onde e q estava esta gente quando no Vali andava-se aos tiros? durante anos ningiem quiz saber,entao pergunto eu de onde tante preocupacao agora? A,pois,"la ha um potencial campo de negocio.lojas,escritorios_restauracao,(ja ouvi falar no ginasio). Nao facam rir o meu cabelo grizalho_a zona precisa da renovacao,mas nao me venham com conversas mancas- altruismo e pouco,interessa e o "guito"...

Vitalii Vladimir
Carregado Urb. Barrada
15/07/2018 01:28

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