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Atual comandante dos bombeiros de Azambuja foi o primeiro a chegar ao terreno nos grandes fogos de outubro

Ricardo Correia viveu na primeira pessoa os dramas dos incêndios no centro do país em 2017
Miguel António Rodrigues
11-07-2018 às 10:23
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Habituado a conviver com os fogos à porta de casa, Ricardo Correia, hoje comandante dos Bombeiros de Azambuja, era no ano passado bombeiro de primeira nos municipais da Lousã. Não participou no combate dos incêndios de 17 de junho, mas foi o primeiro a chegar ao terreno aquando dos fogos de 15 de outubro.

Ricardo Correia vinca que na memória estão ainda as populações aflitas por estar na iminência de perder o que tinham conquistado na vida. O operacional salienta que ver as habitações a arder, foi o que mais lhe custou a si e à equipa. Recorda ao Valor Local que quando chegou ao local, questionou a equipa da GNR que se deslocava através de helicóptero, sobre onde estaria o fogo, e diz ter ficado surpreendido quando lhe disseram que estava a dois quilómetros da sua localização.

A partir daí o fogo espalhou-se muito rapidamente, mais rapidamente do que as equipas que chegavam para o combater. O operacional fala em momentos mal compreendidos pela população, que entrou em pânico em algumas ocasiões, e revela mesmo que chegou a ter uma equipa dos bombeiros “refém” dos populares, tendo sido precisa a intervenção da GNR para que “pudessem seguir o seu objetivo”. Ricardo Correia diz que percebe o anseio das populações, mas refere também que naquele caso, quanto mais tempo a viatura estivesse retida “menos tempo teria para acorrer à situação para a qual estava destinada”.

O operacional conta mesmo que numa das ocasiões, uma equipa forçada pelos populares, teve de “despejar água para cima de uma empresa nova, que tinha poucos meses de atividade”. Sobre esse caso o operacional percebe que as ameaças dos populares levaram a melhor, mas também se questiona sobre os meios de autoextinção daquela empresa, já que são obrigatórios e que aparentemente não funcionaram.

Aliás, o operacional vinca a impossibilidade da existência “de um carro de bombeiros à porta de cada casa” e fala mesmo numa missão “inglória neste caso”, relacionada com o facto de os bombeiros terem de decidir com os poucos meios que tinham sobre qual a situação a acudir em primeiro lugar: “Tínhamos nas mãos o futuro das habitações das pessoas” lamenta o operacional, que aponta essa questão como emocionalmente muito complexa.

Todos estes fenómenos refere o agora Comandante dos Bombeiros de Azambuja, poderão vir a ser mais frequentes. Em causa estão as alterações climáticas que se têm acentuado na última década e dá como exemplo “a frequente queda de neve na Lousã, e os furacões no Algarve”.

Ainda assim, o operacional está também convencido que os hábitos das populações podem ajudar. Ricardo Correia lembra que desde sempre é obrigatório limpar os terrenos, mas estes últimos fogos, vieram “adensar” as coimas e alguma consciência, que o operacional teme que possa vir a passar com o aparecimento de outros adventos.

Ricardo Correia lembra a necessidade de uma cultura de segurança por parte das populações, não só na limpeza dos terrenos como na forma como se constrói. O planeamento do território é por isso “muito importante” nas palavras do operacional, contudo em alguns casos não há muito a fazer, como acontece em algumas aldeias mais para o interior, onde os bombeiros, sempre que há fogos, apenas se podem ir posicionando, aldeia em aldeia e esperar que o fogo passe por elas, sem causar danos de maior.

 Nestes dois últimos incêndios, Ricardo Correia refere que qualquer dispositivo poderia fazer melhor. No seu saber, salienta que as condições atmosféricas foram de tal ordem que nem que existissem milhares de meios, estes seriam eficazes.
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O operacional diz que ao concelho de Azambuja, esta questão não se aplica. Existe alguma organização do território e nos últimos anos, tem existido um trabalho da proteção civil municipal muito eficaz “que passou mesmo pelo contacto porta a porta” recordando, neste ponto, as sessões de esclarecimento. “Só não ficou esclarecido quem não quis”, ainda assim acredita que alguns proprietários possam vi a ser “surpreendidos pela GNR com uma multa”, nomeadamente, os proprietários de habitações devolutas ou terrenos rurais ao abandono.
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