
Em Portugal, e na nossa região, o consumo de álcool e a condução com a utilização de aparelhos móveis, dominam as causas de acidentes mortais e isso é uma preocupação das autoridades. Já no que toca ao presente ano e tendo em conta que ainda estamos a meio de 2015, “infelizmente tem-se vindo a assistir a um aumento do número de vítimas mortais face a igual período de 2014, que neste momento se situa nos 10,3%. É um fenómeno recente e transeuropeu”, vinca Fernando Pedro Moutinho, vice-presidente da Autoridade Nacional de Segurança Rodoviária (ANSR) ao Valor Local. O responsável acrescenta que “vários países da Europa, mesmo os que estão conotados como tendo as melhores práticas em matéria de segurança rodoviária, estão a registar a mesma tendência”.
O vice-presidente afiança ainda que o fenómeno é recente, mas está a ser acompanhado e monitorizado diariamente pela ANSR “não sendo ainda possível avançar com causas para esta situação, pese embora existirem alguns indícios que poderão ter a sua importância, como seja o caso do aumento do consumo de combustíveis, indiciando uma maior circulação de veículos e, concomitantemente, uma maior exposição ao risco, ou ainda um aumento do número de vendas de veículos”. Quanto aos fatores que estão na origem do despoletar da maioria dos sinistros automóveis, o responsável vinca “o comportamento humano”.
“Todos os estudos conhecidos vão no sentido de que mais de 90% dos acidentes rodoviários têm como causa precisamente a incúria e a negligência".
Fernando Pedro Moutinho salienta contudo que os dados disponíveis indicam que desde 2012 que se tem registado uma diminuição do número de condutores mortos em acidentes de viação, que apresentavam uma Taxa de Álcool no Sangue (TAS) superior ao máximo permitido por lei”. Reportando-se ao ano passado salienta também que a “percentagem desses condutores foi de 26,6%, valor que corresponde a quase um terço do total dos condutores mortos”. Todavia vinca que mais preocupante é “que deste universo de condutores, 80% tinha uma TAS superior a 1,20 g/l, o que já constitui crime. Não obstante, e como já se disse, a tendência registada vai no sentido da diminuição do número de condutores que conduzem sob a influência do álcool” e por isso vinca que tal é sintoma “de uma maior consciência para o perigo deste tipo de comportamento, fruto quer de campanhas e ações de sensibilização, quer do incremento da fiscalização”.
Já no que toca ao uso indevido do telemóvel “existem diversos estudos que destacam o risco deste comportamento, afirmando até que a utilização em modo de conversação pode potenciar em quatro vezes a ocorrência de um acidente, mas se for a enviar ou receber sms esse risco aumenta para 10 vezes”.
O responsável sustenta também que no que toca ao número de vítimas mortais, existem dados que confirmam “que 2001 que se tem vindo a assistir a uma tendência sustentada de diminuição do número de vítimas mortais, tanto assim que em 2008 Portugal recebeu um prémio atribuído pelo ETSC – European Transport Safety Council, pelo trabalho desenvolvido na redução do número de mortos resultantes de acidentes rodoviários”
Todavia Fernando Pedro Moutinho vinca quem em 2001, registaram-se 1466 vítimas mortais, em 2014 esse número foi de 482. De acordo com o responsável o comportamento da sociedade civil tem sido determinante para ajudar a inverter algumas tendências e a alterar comportamentos, por isso e para além da existência de ações e projetos nesta área, defende igualmente “a elaboração de documentos estruturantes, como seja o caso da Estratégia Nacional de Segurança Rodoviária ou da alteração ao Código da Estrada”.
Vá de férias em segurança
Com as férias em mente, muitos portugueses colocam-se rumo aos seus destinos para um merecido descanso, normalmente, as viagens são longas e a segurança não deve ser deixada ao acaso. A pensar nisso, e nesta altura de férias, há cuidados a ter relativamente à segurança do veículo e dos seus ocupantes. Por um lado, o cuidado no respeito das regras de trânsito, e por outro lado deve-se ter em conta o estado da viatura que se vai utilizar na viagem.
Nuno Barroso, gerente da Numil – Centro de Inspeções em Azambuja, vinca a repetição de alguns conselhos básicos. O responsável destaca entre outros aspetos da viatura: o correto alinhamento da direção, e a travagem, neste último caso tendo em atenção a eficiência e o equilíbrio do veículo; “onde incluo o extremo cuidado com o rasto dos pneus mas também a inexistência de qualquer danificação por pequena que seja na estrutura dos mesmos”.
Há, no entanto, outros fatores importantes como a visibilidade do veículo, nomeadamente ao nível das luzes “para podermos ver outros e sermos bem vistos” tendo em conta um eficiente alinhamento de faróis “e toda a iluminação exterior da viatura que proporciona essa visibilidade”.
E embora não existam dados oficiais ao nível nacional sobre a inspeção de veículos, obrigatória por lei, o que é certo, é que segundo a Autoridade Nacional Segurança Rodoviária (ANSR), há dados que apontam para uma maior consciência dos condutores. Já no que toca à Numil, Nuno Barroso destaca uma queda de 1% no período homólogo relativo ao primeiro semestre de 2014 para 2015.
Miguel A. Rodrigues
03-08-2015
19:19
O vice-presidente afiança ainda que o fenómeno é recente, mas está a ser acompanhado e monitorizado diariamente pela ANSR “não sendo ainda possível avançar com causas para esta situação, pese embora existirem alguns indícios que poderão ter a sua importância, como seja o caso do aumento do consumo de combustíveis, indiciando uma maior circulação de veículos e, concomitantemente, uma maior exposição ao risco, ou ainda um aumento do número de vendas de veículos”. Quanto aos fatores que estão na origem do despoletar da maioria dos sinistros automóveis, o responsável vinca “o comportamento humano”.
“Todos os estudos conhecidos vão no sentido de que mais de 90% dos acidentes rodoviários têm como causa precisamente a incúria e a negligência".
Fernando Pedro Moutinho salienta contudo que os dados disponíveis indicam que desde 2012 que se tem registado uma diminuição do número de condutores mortos em acidentes de viação, que apresentavam uma Taxa de Álcool no Sangue (TAS) superior ao máximo permitido por lei”. Reportando-se ao ano passado salienta também que a “percentagem desses condutores foi de 26,6%, valor que corresponde a quase um terço do total dos condutores mortos”. Todavia vinca que mais preocupante é “que deste universo de condutores, 80% tinha uma TAS superior a 1,20 g/l, o que já constitui crime. Não obstante, e como já se disse, a tendência registada vai no sentido da diminuição do número de condutores que conduzem sob a influência do álcool” e por isso vinca que tal é sintoma “de uma maior consciência para o perigo deste tipo de comportamento, fruto quer de campanhas e ações de sensibilização, quer do incremento da fiscalização”.
Já no que toca ao uso indevido do telemóvel “existem diversos estudos que destacam o risco deste comportamento, afirmando até que a utilização em modo de conversação pode potenciar em quatro vezes a ocorrência de um acidente, mas se for a enviar ou receber sms esse risco aumenta para 10 vezes”.
O responsável sustenta também que no que toca ao número de vítimas mortais, existem dados que confirmam “que 2001 que se tem vindo a assistir a uma tendência sustentada de diminuição do número de vítimas mortais, tanto assim que em 2008 Portugal recebeu um prémio atribuído pelo ETSC – European Transport Safety Council, pelo trabalho desenvolvido na redução do número de mortos resultantes de acidentes rodoviários”
Todavia Fernando Pedro Moutinho vinca quem em 2001, registaram-se 1466 vítimas mortais, em 2014 esse número foi de 482. De acordo com o responsável o comportamento da sociedade civil tem sido determinante para ajudar a inverter algumas tendências e a alterar comportamentos, por isso e para além da existência de ações e projetos nesta área, defende igualmente “a elaboração de documentos estruturantes, como seja o caso da Estratégia Nacional de Segurança Rodoviária ou da alteração ao Código da Estrada”.
Vá de férias em segurança
Com as férias em mente, muitos portugueses colocam-se rumo aos seus destinos para um merecido descanso, normalmente, as viagens são longas e a segurança não deve ser deixada ao acaso. A pensar nisso, e nesta altura de férias, há cuidados a ter relativamente à segurança do veículo e dos seus ocupantes. Por um lado, o cuidado no respeito das regras de trânsito, e por outro lado deve-se ter em conta o estado da viatura que se vai utilizar na viagem.
Nuno Barroso, gerente da Numil – Centro de Inspeções em Azambuja, vinca a repetição de alguns conselhos básicos. O responsável destaca entre outros aspetos da viatura: o correto alinhamento da direção, e a travagem, neste último caso tendo em atenção a eficiência e o equilíbrio do veículo; “onde incluo o extremo cuidado com o rasto dos pneus mas também a inexistência de qualquer danificação por pequena que seja na estrutura dos mesmos”.
Há, no entanto, outros fatores importantes como a visibilidade do veículo, nomeadamente ao nível das luzes “para podermos ver outros e sermos bem vistos” tendo em conta um eficiente alinhamento de faróis “e toda a iluminação exterior da viatura que proporciona essa visibilidade”.
E embora não existam dados oficiais ao nível nacional sobre a inspeção de veículos, obrigatória por lei, o que é certo, é que segundo a Autoridade Nacional Segurança Rodoviária (ANSR), há dados que apontam para uma maior consciência dos condutores. Já no que toca à Numil, Nuno Barroso destaca uma queda de 1% no período homólogo relativo ao primeiro semestre de 2014 para 2015.
Miguel A. Rodrigues
03-08-2015
19:19
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