João Fernandes, candidato do Bloco de Esquerda à União de Freguesias de Alverca Sobralinho
Conheça as propostas do cabeça de lista do BE à eleição para esta junta em entrevista ao Jornal Valor Local
17 Ago 2021 18:11
João Fernandes, o candidato do Bloco de Esquerda à União de Freguesias de Alverca/Sobralinho diz que é preciso dar o passo seguinte no que toca ao Aterro do Mato da Cruz. Em resposta ao Jornal Valor Local, o candidato sustenta que até ao momento “as promessas de encerramento do aterro sanitário foram sempre vagas e aponta o dedo à empresa proprietária a Valorsul recordando que do seu plano de atividades “constava a promessa de iniciar, este ano, o processo de selagem de algumas células, mas não a promessa de desativação”.
Para o candidato, conviver de perto com este equipamento “prejudica enormemente as nossas populações e o nosso território” apontando que no seu entender “enquanto o concelho de Vila Franca de Xira for o concelho onde é depositado o lixo da Área Metropolitana de Lisboa e onde laboram algumas das unidades industriais mais poluentes do país, será impossível corrigir a imagem do concelho junto de quem cá vive e de quem nos vê de fora”. Sendo assim é da opinião, de que desta forma, “torna-se impossível atrair investimentos diferenciados, que acrescentem riqueza e responsabilidade ambiental e que alterem a estrutura económica do concelho”. João Fernandes refere que a posição do BE é de “exigência de que o início do processo de selagem avance conforme prometido, sem mais atrasos, e que jamais se torne a prolongar o tempo de vida deste equipamento”, referindo que deve existir uma posição firme das autarquias e da população para que se “produzam menos resíduos, e que esses resíduos recebam um tratamento que reduza ao mínimo dos mínimos o recurso à deposição em aterro”. Sobre a posição da empresa, João Fernandes refere que “a Valorsul deseja dilatar o mais possível o tempo de exploração deste equipamento, por razões financeiras”. “Começar a explorar outro aterro e proceder à selagem e reconversão ambiental do Mato da Cruz constitui uma despesa que a empresa pretende protelar”, sustenta. Para o candidato é importante lembrar que a empresa tem a participação acionista dos municípios e por isso “é inaceitável que esta empresa, gerida com o apoio e participação de representantes diretos das populações, não atue segundo uma estratégia mais ambiciosa de proteção do ambiente e dos cidadãos”. A Valorsul, e os municípios que nela participam, devem ser muito mais zelosos no cumprimento das metas de reciclagem com que Portugal se comprometeu, e que nem sequer são metas particularmente ambiciosas”. Sem um calendário previsto pela empresa para encerrar o aterro, João Fernandes refere que se for eleito terá em mente três compromissos. “Em primeiro lugar, recorreremos a todos os meios à disposição para obrigar a empresa a cumprir com o estipulado no seu plano de atividades. Em segundo lugar, exerceremos a pressão possível para que a Valorsul não dilate mais o prazo de exploração do aterro sanitário. Por último, comprometemo-nos a participar de forma séria, rigorosa e informada na Comissão Municipal de Acompanhamento Ambiental do Aterro do Mato da Cruz, recentemente aprovada em reunião de Câmara Municipal”. No que toca às acessibilidades, há muito que se pede o fim das portagens entre Alverca e Vila Franca de Xira como forma de promover a coesão territorial. Têm sido muitas as intenções de encontrar uma solução desde o Parlamento passando pela Câmara e Assembleia Municipal. João Fernandes nega que esta seja uma batalha perdida e refere que “se trata de uma reivindicação justíssima da população. O atravessamento de automóveis e veículos pesados no centro de Alverca traz consigo problemas graves do ponto de vista ambiental, social, de saúde pública e de coesão do tecido urbano. Só a abolição das portagens da A1, tornando gratuito o atravessamento de Alverca e do Sobralinho nesta infraestrutura, poderá ser eficaz no desvio do tráfego rodoviário”. Na freguesia há muito que se pede a construção de um nó de acesso à A1 no Sobralinho e uma variante em Alverca. Sobre estes tópicos o candidato do Bloco de Esquerda salienta que ambos “devem ser apreciados em conjunto”. Porque “se as portagens forem abolidas mas o nó do Sobralinho não for executado, os veículos pesados continuarão a atravessar o centro urbano para aceder à zona industrial que se encontra entre as duas localidades” por isso afiança que “ é absolutamente necessário um nó de saída da autoestrada a norte de Alverca e a sul de Vila Franca de Xira para que o trânsito seja desviado da Nacional 10. Se está proibido o atravessamento de pesados em Vila Franca de Xira, é precisamente porque esta cidade conta com um nó a norte e outro nó a sul do seu tecido urbano”. Ainda no que toca à variante de Alverca “penso que tem havido muito pouca honestidade nas promessas feitas à população. Nunca os autarcas foram capazes de explicar, com clareza, em que local pode realmente ser construída uma variante à cidade de Alverca. Há montanhas a ocidente da cidade; a oriente há uma linha férrea, uma base aérea, o rio Tejo e a futura Reserva Natural Local das Salinas de Alverca do Ribatejo e Forte da Casa”. Para João Fernandes a solução para o desvio do tráfego do centro da cidade de Alverca está na “eliminação das portagens da A1 e na construção do nó do Sobralinho”. O candidato salienta que “a variante de Alverca é, precisamente, a autoestrada do Norte”. Libertando de portagens este troço da infraestrutura, “não será preciso gastar muitos milhões de euros numa nova infraestrutura que impermeabilize terrenos que devem ser valorizados ambientalmente e preservados”. Sobre os seus projetos, João Fernandes salienta que Alverca e Sobralinho são duas freguesias essencialmente urbanas, “e por essa razão o debate fundamental desta campanha deve ser em torno de que política de cidade queremos”. “A nossa preocupação central foi a de em linha com o nosso trabalho dos últimos anos, construir uma estratégia que responda a todos os desafios e a todas as gerações. Queremos uma gestão autárquica com mínima pegada ambiental e máxima pegada social”. João Fernandes dá como um dos principais motes o ambiente e o usufruir do espaço público como incontornáveis. O candidato do Bloco diz que “a maioria das competências de manutenção dos espaços verdes e dos arruamentos encontra-se delegada na Junta de Freguesia” e por isso “estas freguesias devem colocar-se na dianteira da adaptação às alterações climáticas, elegendo uma estratégia ecologista assente nas melhores práticas hoje conhecidas”. João Fernandes diz que a sua equipa propõe “a adaptação dos espaços verdes, tornando-os mais resilientes às condições do clima e menos dependentes de rega, apostando na arborização com vegetação autóctone”. Por outro lado “propomos o abandono do recurso a herbicidas que empobrecem os solos e colocam em causa a saúde humana e animal “ e a “execução de parques caninos e o alargamento do projeto de hortas sociais, que devem ser um instrumento de educação ambiental”. Por outro lado, vinca a necessidade de as freguesias enfrentarem agora a necessidade “de se tornarem mais coesas”. Os seus habitantes devem ter a possibilidade de “prescindir do uso do automóvel”. O apoio ao comércio local e a devolução de espaço público ao peão, as mobilidades leves e o transporte público são estratégias que “comprovadamente favorecem a economia local, acrescentam valor e incrementam a qualidade de vida e o sentimento de pertença”. Na Cultura, o Bloco diz que ainda há muito mais a fazer. Para o candidato “a oferta cultural deve ser potenciada mediante o uso de todos os locais interiores e exteriores que possam servir esse propósito” e por isso acredita ser necessário “uma nova biblioteca em Alverca, dimensionada à população e à comunidade escolar da freguesia”. Ainda na Cultura o BE propõe a criação de um “Centro Interpretativo da Batalha de Alfarrobeira, que contará a muita gente um episódio muito pouco conhecido da história local”. O BE quer mais participação cívica e que “os projetos de intervenção no espaço público e em equipamentos devem prever a escuta ativa das pessoas antes da sua conceção”. Deixe a sua Opinião sobre este Artigo
|
|
Leia também
Eis que nascem como cogumelos... os parques solares na regiãoVão passar a fazer parte da paisagem da nossa região. Assim como o Oeste é dominado por eólicas, o Ribatejo, com Azambuja à cabeça, e o município oestino de Alenquer vão liderar este processo. Salvaterra de Magos é uma espécie de concelho piloto para o que podemos esperar, embora os parques já existentes não se comparem com os que estão previstos para a margem direita do Tejo
|
De Azambuja, a Benavente, de Vila Franca a Alenquer e só para dar este exemplo, as queixas dos utentes dos centros e extensões de saúde repetem-se: é cada vez mais difícil arranjar uma consulta. O quadro foi piorado com a pandemia, mas há situações que já vêm de trás
|
Os promotores do parque fotovoltaico na Torre Bela definem a passagem de linhas de muito alta tensão do projeto por cima da aldeia, que convive há décadas com este tipo de realidade e não quer ser sobrecarregada. Segundo os moradores, cerca de 25 pessoas da aldeia, com menos de 60 anos morreram de cancro nos últimos 15 a 20 anos
|
Vertical Divider
|
Notícias Mais Populares
Encerramento de Agências Bancárias no Forte da Casa preocupa autarcas e população Coligação liderada por Rui Corça apresenta medidas para "mudar o concelho de Azambuja" Inês Louro explica as medidas para combater as famigeradas melgas de Azambuja Censos: Arruda dos Vinhos, o concelho que mais cresce. Cartaxo com a maior queda de população Central Solar da Torre Bela volta para a consulta pública |